Como Visitar A Tapada Nacional De Mafra Em 2024

A Real Tapada de Mafra foi fundada pelo rei D. João V em 1747, na sequência da construção do Palácio-Convento de Mafra. Famosa pela diversidade de vida selvagem, é habitada por veados, gamos, javalis, raposas e aves de rapina – entre outras espécies de fauna e flora!

Com uma área de quase 1200 hectares, a Real Tapada de Mafra servia de local de caça e lazer da realeza portuguesa, em especial durante os reinados de D. Luís I e D. Carlos I (1861-1908).

Em 1910, o sítio passou a chamar-se Tapada Nacional de Mafra e a servir quase exclusivamente para a prática da caça. Hoje em dia, está voltada para o ecoturismo e turismo de aventura, promovendo corridas, percursos pedestres e de BTT, passeios de charrete e carro elétrico, e muito mais!

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Tapada Nacional de Mafra
Tapada Nacional de Mafra

Breve História da Tapada Nacional de Mafra

Apesar das obras de construção do Palácio-Convento de Mafra terem começado em 1717, o rei D. João V só adquiriu os terrenos para criar a Real Tapada de Mafra em 1744. O seu principal objetivo com esta compra era assegurar a autossuficiência do Palácio-Convento e providenciar um espaço de recreio ao ar livre para a Família Real.

A Real Tapada de Mafra foi utilizada regularmente para passeios e caçadas, quer pelo rei D. João V e a rainha D. Maria Ana de Áustria, quer pelo rei D. José I e a rainha D. Mariana Vitória de Bourbon (os seus sucessores). Fora isso, este grande parque garantia o abastecimento de água por todo o complexo palaciano (incluindo o Jardim do Cerco).

Nos reinados seguintes, quase todos os monarcas demonstraram grande interesse pela Real Tapada de Mafra. Ainda assim, houve alguns que se destacaram: o rei D. João VI, o rei consorte D. Fernando II (marido da rainha D. Maria II), o rei D. Luís I e o rei D. Carlos I (com a rainha D. Amélia de Orleães).

Com a Implantação da República a 5 de outubro de 1910 e a Família Real no exílio, a Real Tapada de Mafra é reapelidada de Tapada Nacional de Mafra e torna-se numa das reservas de caça favoritas da Primeira República (1910-1926) e do Estado Novo (1926-1974).

Património Mundial

Sabias que a Tapada Nacional de Mafra fez parte do décimo-segundo conjunto de inscrições de Portugal na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 43ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Baku (Azerbaijão), entre os dias 30 de junho e 10 de julho de 2019.

Apenas um outro sítio português foi anunciado na sessão: o Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga.

Hoje em dia, Portugal é o nono país da Europa e décimo-oitavo país do mundo com mais sítios UNESCO, empatado com a Chéquia e a Polónia. Possui dezassete bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar catorze:

Como Chegar à Tapada Nacional de Mafra

A maioria dos turistas que visitam a Tapada Nacional de Mafra, aproveita para o fazer numa day trip desde Lisboa. Assim, podem passar o dia inteiro em Mafra e descobrir os principais pontos de interesse da vila (nomeadamente os cinco que integram o Real Edifício de Mafra e que são Património Mundial da UNESCO):

  • Palácio Nacional de Mafra
  • Convento de Mafra
  • Basílica de Mafra
  • Jardim do Cerco
  • Tapada Nacional de Mafra

Contudo, Mafra é também uma excelente paragem numa road trip pela região da Área Metropolitana de Lisboa ou pelo distrito de Lisboa! Nesse caso, sugiro que explores outros destinos nas redondezas: Sintra (a 22 km), Torres Vedras (a 24 km), Loures (a 25 km), Sobral de Monte Agraço (a 26 km), Odivelas (a 31 km), Arruda dos Vinhos (a 34 km) e Cascais (a 36 km).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

A Tapada Nacional de Mafra está aberta todos os dias, das 09:00 às 19:00. No entanto, é importante mencionar que a visita não é livre, mas sim condicionada pelo tipo de bilhete que compres! E cada ingresso está associado a uma experiência muito específica:

  • Bicicleta Alugada – 16.5€
  • Corrida na Floresta – 5€
  • Eco Passeio – 10.5€
  • Passeio de Charrete – 13.5€
  • Percurso de BTT – 6€
  • Percurso Pedestre Amarelo – 5€
  • Percurso Pedestre Azul – 5€
  • Percurso Pedestre Verde – 5€
  • Percurso Pedestre Vermelho – 5€

Consulta o site oficial da Tapada Nacional de Mafra, para descobrires todas as experiências!

O Que Ver na Tapada Nacional de Mafra

Forno de Cal

Sabias que existem três fornos de cal espalhados pela Tapada Nacional de Mafra? Estes pequenos fornos de produção de cal foram instalados aquando da construção do muro que delimita o recinto – muro esse que tem 21 km de extensão!

O Forno de Cal que vês na fotografia é paragem obrigatória em qualquer um dos quatro Percursos Pedestres (Amarelo, Azul, Verde e Vermelho). Desativado em 1965, chegou a ser utilizado para a produção de carvão nos séculos XIX e XX, e ainda está em excelente estado de conservação!

Celebredo

O Celebredo é a zona mais nobre da Tapada Nacional de Mafra, onde o rei D. Carlos I e a rainha D. Amélia de Orleães mandaram instalar vários edifícios de apoio às suas atividades recreativas no parque florestal. Este vale está referenciado desde o final do século XVIII e é constituído por diversos espaços:

  • Pavilhão de Caça do Rei D. Carlos
  • Museu dos Coches e Carruagens
  • Casa e Jardim do Salabredo
  • Antigas Cavalariças

Pavilhão de Caça do Rei D. Carlos

O Pavilhão de Caça do Rei D. Carlos foi reedificado no ano 1893, a pedido do rei D. Carlos I. E, de acordo com os registos históricos, o edifício original que lhe antecedeu tinha o nome de Palacete do Celebredo. Há ainda um chafariz que compõe o conjunto e que data de 1885.

Adaptado com água canalizada e potável, o Pavilhão de Caça do Rei D. Carlos servia de local de descanso à Família Real nos dias de caçadas. Curiosamente, era aqui que se realizavam os almoços com animais abatidos nessas caçadas!

Museu dos Coches e Carruagens

O Museu dos Coches e Carruagens da Tapada Nacional de Mafra é uma espécie de Museu Nacional dos Coches em ponto pequeno. A grande diferença é que o acervo resulta da doação de Segismundo Saldanha, antigo vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, bem como antigo diretor da Tapada Nacional de Mafra.

Na coleção do Museu dos Coches e Carruagens, é possível admirar carros de tração animal dos séculos XIX e XX, instrumentos próprios da arte equestre (na sua maioria selas e arreios) e vários tipos de veículos: brake, coupé, landau, vitória, etc., além da carruagem pessoal da rainha D. Amélia!

Casa e Jardim do Salabredo

A Casa do Salabredo era a antiga casa de apoio ao administrador da Tapada Nacional de Mafra durante o Estado Novo. Mas, no final do século XX, foi transformada em alojamento local e agora é um refúgio perfeito no coração da Tapada Nacional de Mafra!

Quanto ao Jardim da Casa do Salabredo, foi idealizado ao gosto do rei consorte D. Fernando II e projetado durante o reinado de D. Luís I. É frequentemente denominado de “Jardim Romântico”, por causa das suas esculturas do século XVIII e da sua atmosfera bucólica.

Antigas Cavalariças

Como seria de esperar, o edifício das Antigas Cavalariças é o maior de todos da zona do Celebredo. Erguido no início do século XX, manteve a sua atividade enquanto cavalariças e picadeiro até ao final do mesmo século.

Porém, no início do século XXI, as Antigas Cavalariças foram requalificadas para acolherem os mais variados eventos corporativos (congressos, convenções, conferências, seminários, etc.) e sociais (casamentos, batizados, festas de aniversários e outras cerimónias).

Árvores de Interesse Público

Na Tapada Nacional de Mafra, existem sete árvores classificadas como Árvore ou Arvoredo de Interesse Público (igualmente chamadas de “Monumentos Vivos”):

  1. Aroeira – arbusto autóctone
  2. Carvalho-Cerquinho – espécie autóctone
  3. Castanheiro-da-Índia – espécie introduzida
  4. Freixo – espécie autóctone
  5. Olaia – espécie autóctone
  6. Plátano – espécie não autóctone
  7. Sobreiro – espécie autóctone

Castanheiro-da-Índia

O Castanheiro-da-Índia (nome científico, Aesculus hippocastanum) é uma espécie originária do centro e sul da Albânia, da Bulgária e do noroeste da Grécia. Plantada em Portugal como espécie ornamental, é uma árvore robusta e de grande porte, que pode atingir os 25 metros de tamanho!

O Castanheiro-da-Índia da Tapada Nacional de Mafra é um exemplar com mais de 300 anos e pensa-se que terá sido plantado pelo rei D. Luís I. Podes encontrá-lo na zona do Celebredo, a poucos passos do Pavilhão de Caça do Rei D. Carlos.

Olaia

A Olaia (nome científico, Cercis siliquastrum) é uma espécie nativa do sul da Europa e do sudoeste da Ásia. Também conhecida como “Árvore de Judas”, é uma árvore relativamente pequena, com cerca de 10-15 metros de altura.

À semelhança do Castanheiro-da-Índia, a Olaia da Tapada Nacional de Mafra é um exemplar com mais de 300 anos. E esta árvore de folha caduca e flores em tons de rosa também se encontra no Celebredo, mesmo em frente à Casa do Salabredo!

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