Como Visitar O Mosteiro Da Batalha Em 2024

O Mosteiro da Batalha, oficialmente Mosteiro de Santa Maria da Vitória, é um monumento em estilo manuelino, que foi mandado construir pelo rei D. João I. Localizado na vila da Batalha, no distrito de Leiria, foi dedicado à Virgem Maria como forma de agradecimento pela vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos!

O Mosteiro da Batalha foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO em 1983. Além disso, foi declarado uma das “7 Maravilhas de Portugal” em julho de 2007 e ganhou o estatuto de Panteão Nacional em maio de 2016!

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Mosteiro da Batalha
Mosteiro da Batalha

Breve História do Mosteiro da Batalha

Como referi anteriormente, a história do Mosteiro da Batalha (e da vila da Batalha) começou com a Batalha de Aljubarrota, travada a 14 de agosto de 1385. De um lado da contenda, o Reino de Portugal (liderado pelo rei D. João I de Portugal e o seu Condestável D. Nuno Álvares Pereira, e apoiado pelo Reino de Inglaterra); do outro, o Reino de Castela (liderado pelo rei João I de Castela e apoiado pelo Reino de França e pela Coroa de Aragão).

A vitória decisiva dos portugueses pôs fim à Crise Dinástica de 1383-1385 e levou à aclamação de D. João I, o Mestre de Avis, como rei de Portugal e o primeiro da Dinastia de Avis (ou Dinastia Joanina). Esta batalha deu também origem à Aliança Luso-Britânica – a mais antiga aliança diplomática do mundo ainda em vigor – que foi estabelecida a 9 de Maio de 1386, com a assinatura do Tratado de Windsor.

Fachada Sul

Dito isto, o Mosteiro da Batalha foi fundado em 1386 e a sua construção prolongou-se por quase 200 anos. Por essa razão, o monumento integra diversos estilos arquitetónicos, dos quais se destaca o manuelino (ou gótico português tardio). Da mesma forma, os trabalhos foram supervisionados por diferentes arquitetos: Afonso Domingues, David Huguet, Martim Vasques, Fernão d’Évora e Mateus Fernandes.

Património Mundial

Sabias que o Mosteiro da Batalha fez parte do primeiro conjunto de inscrições de Portugal na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 7ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Florença (Itália), entre os dias 5 e 9 de dezembro de 1983.

Quatro outros sítios portugueses foram anunciados na sessão: a Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo nos Açores; o Convento de Cristo em Tomar; e o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém em Lisboa.

Hoje em dia, Portugal é o décimo-oitavo país do mundo e o nono país da Europa com mais sítios UNESCO, empatado com a Chéquia e a Polónia. Possui dezassete bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar catorze:

Como Chegar ao Mosteiro da Batalha

O Mosteiro da Batalha é uma das atrações turísticas mais populares de Portugal, não só pela sua arquitetura única, como também pelo seu importante contexto histórico. Portanto, é natural que este monumento receba mais de 100 mil visitantes anuais e seja um dos espaços culturais mais frequentados no país!

Na minha opinião, a melhor forma de visitar o Mosteiro da Batalha (e a vila da Batalha) é numa day trip desde Lisboa. E para lá chegares desde a capital portuguesa, tens duas opções: viajar de carro (cerca de 120 km) ou de transportes públicos (2h de autocarro).

Contudo, a Batalha é também uma excelente paragem numa road trip pelo distrito de Leiria! Nesse caso, sugiro que explores outros destinos nas redondezas: Porto de Mós (a 9 km), Leiria (a 13 km), Marinha Grande (a 20 km), Alcobaça (a 22 km), Nazaré (a 29 km), ou Pombal (a 40 km).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Mosteiro da Batalha está aberto todos os dias, das 09:00 às 18:00 (de 16 de outubro a 31 de março) ou das 09:00 às 18:30 (de 1 de abril a 15 de outubro), sendo que a última entrada acontece às 17:30 e 18:00, respetivamente. O monumento encerra nos dias 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.

No que diz respeito a ingressos, a Igreja de Santa Maria da Vitória é de entrada livre. Por outro lado, o Mosteiro da Batalha requer entrada com bilhete, que custa 6€ (tarifa normal) ou 3€ (tarifa reduzida para maiores de 65 anos e detentores do Cartão de Estudante ou Cartão Jovem), enquanto que as crianças até aos 12 anos não pagam entrada.

DICA: Tal como os restantes monumentos e museus geridos pela Direção-Geral do Património Cultural, o Mosteiro da Batalha é grátis aos domingos até às 14:00, para todos os residentes em Portugal!

O Que Ver no Mosteiro da Batalha

Estátua Equestre do Condestável D. Nuno Álvares Pereira

A Estátua Equestre do Condestável D. Nuno Álvares Pereira está situada no Largo do Condestável, a sul do Mosteiro da Batalha.

Esculpida em 1968 por Leopoldo de Almeida a pedido do Estado Novo, esta obra em bronze representa Nuno Álvares Pereira (um nobre e general, que serviu como 2º Condestável do Reino de Portugal entre 1385 e 1431).

Nuno Álvares Pereira foi um dos protagonistas da Batalha de Aljubarrota e é igualmente conhecido como o Santo Condestável ou São Nuno de Santa Maria, uma vez que foi beatificado pelo Papa Bento XV (a 23 de Janeiro de 1918) e canonizado pelo Papa Bento XVI (a 26 de abril de 2009).

Fachada Principal

A Fachada Principal do Mosteiro da Batalha impressiona qualquer um pela sua imponência arquitetónica, grandiosidade estrutural e riqueza decorativa. Já reparaste nos rendilhados de traço flamejante que adornam as janelas? Ou no “jogo” de profundidades e alturas criados pelos contrafortes, cornijas, gárgulas e pináculos?

E o Portal da Fachada Principal foi projetado por David Huguet, apresentando um trabalho escultórico único em Portugal. As mais de setenta figuras incluem Deus, os Quatro Evangelistas, os Doze Apóstolos, os Reis de Judá, papas, monges, mártires e anjos, entre outras personagens bíblicas.

Igreja

Sabias que a Igreja de Santa Maria da Vitória é a mais alta de Portugal, com 32,5 metros de altura? De seguida, temos de juntar os seus 80 metros de comprimento e 22 metros de altura. E assim é fácil perceber porque é que o Mosteiro da Batalha deixa todos os seus visitantes de queixo caído!

Igreja de Santa Maria da Vitória
Capela-Mor

Ainda que o Mosteiro da Batalha tivesse sido doado aos frades da Ordem de São Domingos (ou Ordem Dominicana) – uma ordem religiosa conhecida pelos votos de obediência, pobreza e castidade – é relevante salientar que a sua monumentalidade se deve ao desejo ambicioso de D. João I de afirmar o seu poder perante o Reino de Castela.

Capela de Nossa Senhora do Rosário
Capela de Nossa Senhora da Piedade

A Igreja de Santa Maria da Vitória é composta por três naves (uma central e duas laterais), um transepto e cinco capelas (Capela de Santa Bárbara, Capela de Nossa Senhora do Rosário, Capela-Mor, Capela de Nossa Senhora da Piedade e Capela de São Miguel). E os vitrais são os mais antigos do país, datando do século XV!

Capela do Fundador

A Capela do Fundador é um dos espaços mais notável do Mosteiro da Batalha. Concebida por David Huguet em 1434, não fazia parte do plano original do monumento. No entanto, foi acrescentada quando o rei D. João I converteu o Mosteiro da Batalha num Panteão Régio.

Túmulo do rei D. João I e da rainha D. Filipa de Lencastre
Cúpula

De planta quadrangular e com uma abóbada central octogonal, é nesta sala que se encontra o túmulo conjugal de D. João I e D. Filipa de Lencastre (o primeiro deste tipo em Portugal), bem como os dos seus filhos – a “Ínclita Geração”, como lhes chamou Luís de Camões. No teto, uma cúpula estrelada enche a capela de luz e cor.

Túmulos dos filhos do rei D. João I e da rainha D. Filipa de Lencastre

À exceção do rei D. Duarte I, eis os filhos do rei D. João I e da rainha D. Filipa de Lencastre sepultados na Capela do Fundador (da esquerda para a direita): o infante D. Fernando, o Infante Santo; o infante D. João e a sua mulher, D. Isabel; o infante D. Henrique, o Navegador; e o infante D. Pedro e a sua mulher, D. Isabel de Urgel.

Claustro de D. João I (ou Claustro Real)

O Claustro de D. João I é o “coração” do Mosteiro da Batalha, pois dava acesso aos espaços comuns do mosteiro: a Igreja, o Refeitório, o Dormitório, a Adega e a Sala do Capítulo, entre outras dependências menores. Igualmente conhecido como Claustro Real, possui um único piso e galerias cobertas por abóbadas em cruzaria de ogivas.

O Claustro de D. João I foi iniciado em 1386 por Afonso de Domingues, o primeiro arquiteto do Mosteiro da Batalha. A ele, sucedeu-se David Huguet, que culminou o grosso da estrutura. Mas a campanha de obras contou ainda com a supervisão de Martim Vasques e de Mateus Fernandes, ficando definitivamente concluída em 1515.

Sala do Capítulo

Ao passares pela galeria nascente do Claustro de D. João I, vais encontrar a entrada para a Sala do Capítulo (ou Casa do Capítulo), um espaço quadrangular coberto por uma gigantesca abóboda suspensa, em forma de estrela de oito pontas. Se chegares à hora em ponto, vais poder assistir ao render da guarda, que honra o Soldado Desconhecido!

A Sala do Capítulo é um salão presente em quase todos os mosteiros, conventos e colegiadas, onde se realizavam as reuniões entre os monges, freiras ou cónegos e os seus superiores (abades/abadessas, priores, deões, etc.). Em Portugal, algumas das salas do capítulo mais extraordinárias encontram-se no Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro dos Jerónimos (em Lisboa), Mosteiro de Tibães (em Braga) e Convento dos Capuchos (em Sintra).

Fonte dos Frades (ou Lavado)

É altura de voltar ao Claustro de D. João I, para descobrir uma estrutura exuberante: a Fonte dos Frades ou Lavado.

Instalado à entrada do Refeitório, no extremo noroeste do Claustro Real, o Lavabo testemunha um ritual diário dos frades dominicanos: a lavagem das mãos antes da refeição.

A Fonte dos Frades integra o sistema hidráulico do Mosteiro da Batalha. A água provinha de uma nascente localizada a cerca de 900 metros e era abastecida através de canalização subterrânea.

Este Lavado foi criado por Mateus Fernandes já no período manuelino e possui uma bacia lobulada, com duas outras pequenas bacias escalonadas.

Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido (Antigo Refeitório)

Nos dias que correm, o Antigo Refeitório do Mosteiro da Batalha acolhe o Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido.

Este sítio acolhe uma vasta coleção de objetos pertencentes à Liga dos Combatentes, como medalhas, bandeiras, escudetes, placas, etc.. Muitos deles foram oferecidos por países estrangeiros, entre os quais Espanha, França, Bélgica, Itália, Grécia, Noruega e Canadá.

O Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido está aberto todos os dias, das 09:00 às 17:00 (de 16 de outubro a 31 de março) ou das 09:00 às 18:00 (de 1 de abril a 15 de outubro). E encerra a 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.

Claustro de D. Afonso V (ou Claustro Afonsino)

Sabias que o Claustro de D. Afonso V foi o primeiro claustro português a ser construído com dois andares? No piso térreo, situavam-se os armazéns das provisões essenciais à vida monástica, enquanto que o andar superior acomodava as celas dos frades, o cartório, a botica e a enfermaria.

Bem mais simples e austero do que o Claustro Real, o Claustro Afonsino foi desenhado por Fernão de Évora e erigido entre 1448 e 1477. No centro, é possível observar um poço, que permitia armazenar água. Sabe-se ainda que, no século XVI, foram adicionados mais dois claustros (agora demolidos).

Capelas Imperfeitas

Capelas Imperfeitas é o nome dado ao Panteão de D. Duarte I, visto que este octógono com sete capelas funerárias nunca foi acabado. Alinhadas com a Capela-Mor nas traseiras da Igreja, as Capelas Imperfeitas foram começadas em 1434. Mas a morte do monarca e do arquiteto David Huguet em 1438 ditaram o seu destino “imperfeito”.

Portal Manuelino
Túmulo do rei D. Duarte I e da rainha D. Leonor de Aragão

As Capelas Imperfeitas são prova da mestria artística e técnica de David Huguet. Fora isso, o portal manuelino foi esculpido por Mateus Fernandes (em 1509) e a varanda renascentista, datada de 1533, é atribuída a Miguel de Arruda. Já o túmulo conjugal do rei D. Duarte I e da rainha D. Leonor de Aragão foi aqui colocado nos anos 1940.

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