Como Visitar O Jardim-Horto De Camões Em 2024

O Jardim-Horto de Camões é um jardim temático dedicado à vida e obra de Luís de Camões – a maior figura da literatura lusófona e autor da epopeia “Os Lusíadas” (1572), onde relata a viagem marítima de Vasco da Gama até à Índia. Além de reunir mais de cinquenta espécies botânicas referidas pelo poeta, este espaço verde é composto por estruturas alusivas a locais em África e na Ásia.

Desenhado pelo arquiteto paisagista português Gonçalo Ribeiro Teles e inaugurado no ano de 1990 pela Associação Casa-Memória de Luís de Camões, o Jardim-Horto de Camões está localizado na pequena vila de Constância, um município do distrito de Santarém a cerca de 130 km da cidade de Lisboa!

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Jardim-Horto de Camões
Jardim-Horto de Camões

Breve História do Jardim-Horto de Camões

Como referi na introdução, a ideia de criar um jardim temático em homenagem a Luís Vaz de Camões surgiu da Associação Casa-Memória de Luís de Camões, cujo edifício está também instalado em Constância e a menos de 200 metros do Jardim-Horto de Camões.

Mais de três décadas depois da sua abertura ao público, o Jardim-Horto de Camões ainda se assume como “o mais original e vivo monumento erigido no mundo a um poeta”. Bem, eu não sei se é o mais original a nível planetário, mas a verdade é que há poucos jardins tão criativos como este!

Como Chegar ao Jardim-Horto de Camões

Vamos supor que queres visitar o Jardim-Horto de Camões numa day trip desde Lisboa. Nesse caso, podes aproveitar para descobrir algumas cidades e vilas nas redondezas: Vila Nova da Barquinha (a 9 km), Abrantes (a 16 km), Entroncamento (a 17 km), Torres Novas (a 20 km), Sardoal (a 22 km) e Tomar (a 26 km). E claro, não te esqueças de explorar a própria vila de Constância e o vizinho Castelo de Almourol (a 6 km)!

Na minha opinião, a forma mais rápida e prática de chegar ao Jardim-Horto de Camões é de carro. Porém, se não tiveres essa possibilidade, podes viajar de comboio pela Linha da Beira Baixa (uma linha ferroviária histórica, que liga as cidades do Entroncamento e Guarda).

Em primeiro lugar, deves apanhar o comboio (Alfa-Pendular, Intercidades, InterRegional ou Regional) nas estações de Lisboa-Santa Apolónia ou Lisboa-Oriente e sair no Entroncamento. Uma vez nessa estação, tens de apanhar outro comboio (Regional) e sair na estação de Praia do Ribatejo (2,5 km a pé).

DICA: Esta viagem tem um custo mínimo de 9.65€, mas consulta todos os preços, horários, linhas e serviços no site oficial da CP – Comboios de Portugal.

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Jardim-Horto de Camões está aberto todos os dias, mas com dois horários diferentes (Inverno e Verão): o horário de Inverno funciona das 09:30 às 12:30 e das 14:00 às 17:00 (de segunda a sexta-feira) ou das 14:00 às 17:00 (aos fins de semana e feriados); o horário de Verão funciona das 09:00 às 12:30 e das 14:00 às 18:00 (de segunda a sexta-feira) ou das 14:00 às 18:00 (aos fins de semana e feriados).

Apesar de não ser de entrada livre (só as crianças até aos 9 anos não pagam bilhete), o Jardim-Horto de Camões tem um custo simbólico no que diz respeito ao preço dos ingressos: 1.50€ (adultos) ou 1€ (jovens dos 10 aos 17 anos, estudantes e maiores de 65 anos).

O Que Ver no Jardim-Horto de Camões

Oliveira & Percurso Camoniano

A Oliveira & Percurso Camoniano são, provavelmente, os dois primeiros pontos de interesse que vais ver no Jardim-Horto de Camões, pois ficam a poucos passos da receção e bilheteira. Ora, a Oliveira (ou Olea europaea) é uma das árvores mais caraterísticas da paisagem portuguesa. E esta está decorada com duas tabuletas, sendo que a de baixo apresenta um excerto de uma écloga (isto é, um poema pastoril em diálogo) de Luís de Camões.

Imediatamente atrás da árvore, encontras uma mesa com um painel de azulejos intitulado “Percurso Camoniano”. Luís de Camões repetiu a viagem marítima de Vasco da Gama entre 1553 e 1554, passando por lugares icónicos como o Cabo da Boa Esperança (na África do Sul), a Ilha de Moçambique e Goa (na Índia). Nos anos seguintes, terá vivido entre Goa e Macau (na China), onde escreveu grande parte da sua obra-prima “Os Lusíadas”.

Jardim Botânico

O Jardim Botânico é considerado o “coração” do Jardim-Horto de Camões. Aqui, estão cultivadas as cinquenta e duas espécies de flora mencionadas pelo poeta na sua obra, sendo de salientar o aloé, a caneleira, a cânfora, o castanheiro, o jasmim, a laranjeira, o loureiro, a madressilva, a palmeira-anã, a pereira, a pimenta, a romãzeira, a roseira e a violeta, bem como as diversas ervas aromáticas.

Caneleira-verdadeira (ou Cinnamomum verum)
Palmeira-anã (ou Chamaerops humilis)

Entre os detalhes mais notáveis do Jardim-Horto de Camões, é impossível não destacar as dezenas de placas informativas destas mesmas espécies botânicas, que estão acompanhadas pelas respetivas transcrições dos versos onde Luís de Camões as inclui!

Jardim de Macau

Promovido pelo Instituto Cultural do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (anteriormente, Instituto Cultural de Macau), o Jardim de Macau é um tributo à estadia prolongada de Luís de Camões em Macau, a última colónia europeia na Ásia. Curiosamente, é também é uma continuação do Jardim Botânico, pois reúne espécies muito presentes nas paisagens chinesas (como a cana-da-Índia, a magnólia, o nenúfar ou o papiro).

A meu ver, o Jardim de Macau é o sítio mais fotogénico do Jardim-Horto de Camões, graças ao seu lago zen, habitado por inúmeros peixes e nenúfares; ao seu pavilhão lacustre em tons de vermelho e verde, com cerâmicas oriundas de Macau; e aos seus muros serpenteantes, inspirados na popular “Dança do Dragão” (um espetáculo tradicional da cultura chinesa) e cuja peça em cerâmica colorida simboliza a cabeça deste animal mitológico.

Auditório & Planetário de Ptolomeu

O Auditório & Planetário de Ptolomeu é um pequeno anfiteatro ao ar livre, onde o chão em calçada portuguesa reproduz o modelo geométrico do sistema solar, proposto pelo cientista grego Cláudio Ptolomeu (ou Ptolemeu). Para este astrónomo, a Terra era o centro do Universo e à sua volta giravam sete astros errantes: a Lua, Mercúrio, Vénus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno, mais as doze constelações do Zodíaco.

Ativo durante o século II d.C. na cidade egípcia de Alexandria, Cláudio Ptolomeu terá inspirado Luís de Camões (mais especificamente, as estrofes 80 e 81 do Canto X d’ “Os Lusíadas”), como defendem alguns historiadores. É por essa razão que esta estrutura tão enigmática integra o Jardim-Horto de Camões!

Xadrez

O Xadrez, tal como hoje o conhecemos, é um jogo de tabuleiro de origens persas e indianas, que começou a ser amplamente difundido na Europa com a Era dos Descobrimentos (séculos XV a XVII). Desde então, tornou-se um desporto profissional para uns e um passatempo para outros, sendo também considerado uma arte e uma ciência.

No Jardim-Horto de Camões, o Xadrez foi criado recorrendo (mais uma vez) à calçada portuguesa, para imitar a aparência do tabuleiro (forma quadrada, divisão em oito filas e oito colunas, e alternância de duas cores entre as subdivisões). Já as peças do jogo, feitas em grande escala, convidam os mais novos para uma partida de xadrez!

Estátua “A Ilha dos Amores”

“A Ilha dos Amores” é, juntamente com “O Adamastor”, um dos episódios mitológicos mais célebres da obra-prima “Os Lusíadas”.

Ao longo das estrofes do Canto IX, Luís de Camões relata a vontade da deusa Vénus de presentear os navegadores portugueses com uma viagem até uma ilha paradisíaca povoada por belas ninfas, como recompensa pelas dificuldades que passaram e pelos atos heroicos que alcançaram.

Esta estátua foi criada pelo escultor português Lagoa Henriques, o autor do Monumento a Camões (também em Constância, mesmo à entrada do Jardim-Horto de Camões) e ainda do Túmulo de Fernando Pessoa (no Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, na cidade de Lisboa).

Esfera Armilar

O último ponto de interesse neste guia sobre o Jardim-Horto de Camões é a Esfera Armilar, oferecida pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

Concebida pelos escultores portugueses António Trindade e Alípio Pinto, trata-se da maior esfera armilar do país, pesando 500 kg e medindo cerca de 3 metros de diâmetro. Por esse motivo, teve de ser transportada até Constância por um helicóptero da Força Aérea Portuguesa!

A esfera armilar é um instrumento astronómico e de navegação, que representa o cosmos. No seu reinado, D. Manuel I adotou-a como um símbolo do seu poder marítimo, económico e político, e ainda hoje faz parte da Bandeira de Portugal.

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