Castelo Dos Mouros: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

O Castelo dos Mouros (oficialmente chamado de Castelo de Sintra) é não só um dos castelos mais bem preservados em Portugal, como também o que tem as melhores vistas. Por isso, se estás a pensar visitar Sintra numa day trip desde Lisboa (ou numa road trip pelo país), tens mesmo de ler este guia!

Construído no século X durante a ocupação muçulmana da Península Ibérica, o Castelo dos Mouros gozava de uma localização muito estratégica, num dos cumes mais altos da Serra de Sintra. No entanto, a fortaleza foi conquistada por D. Afonso Henriques em 1147, passando assim a integrar o Reino de Portugal!

Por isso, queres saber mais sobre o Castelo Dos Mouros: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

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Castelo dos Mouros
Castelo dos Mouros

Breve História do Castelo dos Mouros

O Castelo dos Mouros foi construído por volta do século X, pelos muçulmanos que se haviam instalado na Península Ibérica desde o início do século VIII. A sua função era servir de posto de vigia e defesa dos territórios circundantes, bem como dos acessos marítimos à cidade de Lisboa (naquela altura, apelidada de al-Ushbuna).

No século XII, o Castelo dos Mouros e as terras montanhosas de Sintra não resistiram à Reconquista Cristã liderada por D. Afonso Henriques, com o apoio dos Cruzados. E os muçulmanos acabaram por entregar esta fortificação militar no ano de 1147, juntamente com Lisboa.

Por volta do século XV e cessados os conflitos entre cristãos e mouros, a vila medieval que se tinha estabelecido no local foi abandonada. Mas quatro séculos depois, D. Fernando II (o rei que mandou construir o Palácio Nacional da Pena) decidiu recuperar o castelo.

Nas últimas décadas, inúmeras escavações arqueológicas e obras de requalificação ajudaram a perceber a história do Castelo dos Mouros. Este esforço foi recompensado em 1995, quando a UNESCO classificou a Paisagem Cultural de Sintra como Património Mundial!

Património Mundial

Sabias que o Castelo dos Mouros fez parte do quarto conjunto de inscrições de Portugal na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 19ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Berlim (Alemanha), entre os dias 4 e 9 de dezembro de 1995.

No entanto, a Paisagem Cultural de Sintra inclui muitos outros sítios Património Mundial da UNESCO além do Castelo dos Mouros, como o Chalet da Condessa d’Edla, o Convento dos Capuchos, o Palácio de Monserrate, o Palácio Nacional da Pena, o Palácio Nacional de Sintra, a Quinta da Regaleira e a Vila Sassetti, entre outros.

Hoje em dia, Portugal é o décimo-oitavo país do mundo e o nono país da Europa com mais sítios UNESCO, empatado com a Chéquia e a Polónia. Possui dezassete bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar catorze:

Como Chegar ao Castelo dos Mouros

Existem três formas de chegar ao Castelo dos Mouros desde o centro histórico de Sintra: de carro, de autocarro ou a pé. Uma vez que o monumento fica num dos pontos mais altos da Serra de Sintra, é possível que dispenses caminhar até lá. Mas existem alguns percursos pedestres (desde a vila de Sintra até ao Castelo dos Mouros e ao Palácio Nacional da Pena) para os amantes de trilhos e de Natureza, que podes consultar no Posto de Turismo!

Das três vezes que visitei Sintra, viajei de carro – se bem que escolhi deixá-lo sempre num parque de estacionamento gratuito (à entrada da vila) e optar pelo autocarro. Isto é algo que recomendo vivamente, sobretudo durante a época alta. Não só é difícil encontrar lugar à porta de cada palácio, como o próprio estacionamento é bastante caro.

Se estiveres em Lisboa e quiseres viajar de transportes públicos até Sintra, podes consultar os horários dos comboios no site da CP – Comboios de Portugal. Uma vez na estação ferroviária da vila, só tens de apanhar o autocarro 434 da Scotturb, que te leva diretamente ao Castelo dos Mouros. Esta linha turística chama-se “Circuito Pena HopOn” e tem um custo fixo de 6.90€ (ida e volta).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Castelo dos Mouros está aberto todos os dias, das 09:00 às 18:30, sendo que a última entrada acontece às 18:00. Quanto aos bilhetes, estes custam 8€ (dos 18 aos 64 anos) ou 6.5€ (dos 6 aos 17 anos, e para maiores de 65 anos). Também há um bilhete de família (para dois adultos e duas crianças) a 26€.

DICA: Se já sabes o dia e hora em que queres visitar o Castelo dos Mouros (e/ou, se pretendes visitar mais do que um monumento em Sintra), recomendo que compres as entradas pela bilheteira online da Parques de Sintra. Desta forma, tens acesso a um desconto automático de 5%!

O Que Ver no Castelo dos Mouros

Casas Islâmicas

Como já referi anteriormente, o Castelo dos Mouros foi habitado por populações muçulmanas durante quase dois séculos. Por essa razão, não é nenhuma surpresa que tenham sido encontrados vestígios de várias habitações, silos e até de um forno comunitário junto à Muralha Leste.

Além de Casas Islâmicas, as escavações arqueológicas realizadas no Castelo dos Mouros (durante os séculos XX e XXI) encontraram inúmeros artefactos utilizados por este povo no seu quotidiano, assim como vestígios de animais e sementes de frutos.

Túmulo

Quando D. Fernando II iniciou uma campanha de restauro do Castelo dos Mouros em 1839, parte da Necrópole Medieval Cristã (ou Bairro Medieval Islâmico) foi destruída.

E como ninguém sabia se as ossadas humanas encontradas neste local pertenciam a cristãos ou muçulmanos, foi erguido um túmulo comum para as depositar.

Hoje em dia, já só é possível vislumbrar uma caveira sobre dois ossos cruzados na lápide de pedra. Mas sabe-se que existiam dois símbolos religiosos por cima da mesma – uma cruz (Cristianismo) e um crescente (Islamismo) – bem como uma inscrição na parte de baixo, com a frase: “O que o homem juntou, só Deus sabe separar”.

Igreja de São Pedro de Canaferrim (ou Centro de Interpretação do Castelo)

A Igreja de São Pedro de Canaferrim foi construída no século XII, depois do Castelo dos Mouros ter passado para o domínio definitivo dos portugueses. E assim que o rei D. Afonso Henriques concedeu Carta de Foral a Sintra, este pequeno templo católico tornou-se na primeira igreja paroquial da vila.

O pequeno templo católico serviu de local de culto até ao século XIV e, a partir daí, ficou ao abandono. Quando D. Fernando II o encontrou na década de 1840, decidiu transformá-lo numa ruína romântica – como era comum naquela altura (vê a Capela do Palácio de Monserrate também em Sintra, por exemplo).

Como podes perceber pelas fotografias, a Igreja de São Pedro de Canaferrim foi totalmente recuperada nas últimas décadas e, hoje em dia, acolhe o Centro de Interpretação do Castelo. Aliás, muitos dos artefactos que menciono estão em exposição neste mesmo espaço!

Necrópole Medieval Cristã (ou Bairro Medieval Islâmico)

Os vestígios arqueológicos mais antigos que foram recuperados do Castelo dos Mouros remontam à Pré-História, mais propriamente a 5000 a.C. (isto é, durante o período Neolítico). Estes foram recolhidos sob o antigo Bairro Medieval Islâmico (séculos X-XII), que por sua vez serviu de base à antiga Necrópole Medieval Cristã (séculos XII-XIV).

Protegida pela Muralha Nascente e a escassos metros da Igreja de São Pedro de Canaferrim, a Necrópole Medieval Cristã era o local de enterramento da população recém-instalada na Serra de Sintra. Porém, como o espaço era reduzido, sabe-se que as sepulturas acomodavam mais do que uma pessoa.

Muralha Nascente

A Muralha Nascente está bastante escondida pela vegetação, mas é ao mesmo tempo um importante testemunho das diferentes fases de construção (e de obras de recuperação) do Castelo dos Mouros. A primeira, data do século XII e foi realizada pelos povos muçulmanos que edificaram a fortaleza militar.

Um segundo momento aconteceu algures entre os séculos XII-XIII e sugere uma reparação, em consequência de um colapso da muralha ou dano estrutural. São ainda notórios os trabalhos de restauro levados a cabo pelo rei D. Fernando II, no século XIX. Por último, sobressaem as intervenções feitas em 1939.

Entrada do Castelo dos Mouros

A Entrada do Castelo dos Mouros é a porta principal desta antiga fortificação muçulmana e está inserida na Muralha Nascente.

A partir daqui, recomendo que vires à direita, subas até às ameias e percorras todo o perímetro da muralha, desde a Alcáçova até à Torre Real. O caminho não é propriamente fácil (existe centenas de degraus e a subida é bastante acentuada), se bem que as vistas panorâmicas valem mesmo a pena!

O Castelo dos Mouros tem apenas uma outra porta de entrada: a infame Porta da Traição, tão comum nos castelos medievais. Isto, associado ao elevado número de torreões e à localização difícil na Serra de Sintra, fazia do castelo uma fortaleza (quase) impenetrável!

Alcáçova

O termo “alcáçova” vem do árabe “al-qasbah” (que significa “citadela”) e consiste num tipo de castelo ou fortificação árabe (vê a Alcazaba da Alhambra de Granada em Espanha, por exemplo). Normalmente, as Alcáçovas eram compostas por dois pátios: um, num nível mais baixo, destinado ao povo, à pecuária e ao comércio; e outro, num plano superior, que albergava edifícios religiosos e/ou administrativos, bem como a residência do governador.

A Alcáçova do Castelo dos Mouros não foge à regra das outras alcáçovas da Península Ibérica, pois era aqui que habitavam as autoridades locais. Nas fotografias acima, podes ver as duas torres que a integram, sendo que a primeira ostenta a Bandeira Monárquica (usada entre 1834 e 1910) e a segunda exibe a Bandeira Nacional (adotada com a Implantação da República, em 1910). Esta última torre é ainda a Torre de Menagem.

Muralha Poente

Assim que terminares de explorar a Alcáçova do Castelo dos Mouros, respira fundo… porque caminhar na Muralha Poente é uma verdadeira aventura de “escalada”! Quer dizer, basta observares as fotos para perceberes que esta linha de muralha é muito extensa, sinuosa e íngreme!

Pelo caminho, vais encontrar alguns pontos de observação e miradouros panorâmicos, com placas informativas sobre os monumentos e locais que pontuam a Paisagem Cultural de Sintra. Se o tempo estiver convidativo (e, sobretudo, sem nuvens ou nevoeiro), vais conseguir avistar o/a (da direita para a esquerda):

Torre Real

Agora que subiste os incontáveis degraus, podes finalmente descansar e desfrutar de uma das vistas mais deslumbrantes do Palácio Nacional da Pena.

A Torre Real recebeu este nome por causa do rei D. Fernando II, que adorava visitar este local para se inspirar. O monarca era um apaixonado pelas belas-artes e pelas artes do espetáculo (entre outras áreas, como a botânica) e foi ele próprio pintor, ilustrador e cantor, além de colecionador de arte.

Enquanto mecenas, promoveu diversos artistas nacionais e internacionais, assim como projetos de restauro de monumentos portugueses (muitos deles Património Mundial da UNESCO, como o Palácio Nacional de Mafra, o Convento de Cristo em Tomar, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, estes últimos em Lisboa)!

Praça de Armas

A Praça de Armas é o sítio mais amplo do Castelo dos Mouros e foi usado para concentrar a guarnição militar durante a Idade Média. Com acesso direto às duas portas da fortificação (a Porta Principal e a Porta da Traição) e aos postos de vigia estabelecidos na Muralha Poente, foi utilizado tanto pelos muçulmanos como pelos portugueses.

Contudo, hoje assemelha-se mais a um parque verde do que propriamente a um campo militar! Esta “invasão” da natureza deve-se a D. Fernando II, que procurou criar aqui um espaço de lazer, repouso e observação. Por isso, aproveita para passeares à sombra destas árvores frondosas, antes de te dirigires à saída do monumento.

Silos

Construídos para armazenar cereais e leguminosas, estes Silos são a última paragem neste guia sobre o Castelo dos Mouros. Existem outros ao longo da linha exterior da Muralha Nascente (também escavados na rocha), mas estes ao lado da Cisterna e das Antigas Cavalariças pareceram-me bem mais impressionantes!

Apesar de já existirem desde os tempos pré-históricos, os silos só começaram a surgir de forma mais recorrente na Península Ibérica com os muçulmanos (que na altura, apelidavam os antigos territórios de Portugal e Espanha de “Al-Andalus”). Desde então, eram uma das principais estruturas de apoio às populações, que viviam quase exclusivamente da agricultura e pecuária.

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