Como Visitar O Convento De Cristo Em 2024

O Convento de Cristo em Tomar foi um dos primeiros monumentos portugueses inscritos na Lista de Património Mundial da UNESCO, no ano de 1983. Fundado pelos Cavaleiros Templários como um símbolo da Reconquista Cristã, a sua construção começou em 1160 e durou mais de cinco séculos!

Como resultado, o Convento de Cristo incorporou diferentes estilos arquitetónicos: Românico, Gótico, Manuelino, Renascentista, Maneirista e Barroco. Com a extinção da Ordem do Templo no século XIV, o castelo medieval foi entregue à recém-criada Ordem de Cristo, adotando o seu nome atual!

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Convento de Cristo
Convento de Cristo

Breve História do Convento de Cristo

A história do Convento de Cristo está diretamente relacionada com a chegada da Ordem do Templo à Península Ibérica, no contexto da Reconquista Cristã. Ora, entre as décadas de 1130 e 1170, D. Afonso Henriques lutou contra o domínio muçulmano nos atuais distritos de Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora e Beja. E foram os Templários quem mais auxiliaram o primeiro rei de Portugal, nas diversas batalhas, tomadas e conquistas!

Em jeito de agradecimento pela ajuda prestada em combate, D. Afonso Henriques ofereceu grande parte da região recém-conquistada aos Cavaleiros Templários. Aqui, destaca-se o papel de D. Gualdim Pais, o 6º Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal e fundador das cidades de Tomar e Pombal (incluindo os seus castelos e ainda os de Almourol, Idanha-a-Nova e Monsanto).

Da primeira fase de obras do Convento de Cristo, no final do século XII, ainda subsiste a sua igreja românica, da qual faz parte a magnífica charola octogonal. Mas com o fim da Ordem dos Templários em 1312, a fortaleza militar foi transferida para a Ordem de Cristo, da qual se tornou sede a partir de 1357.

Seguiram-se as ampliações em estilo gótico do novo convento, levadas a cabo pelo Infante D. Henrique durante a primeira metade do século XV. E o início do século XVI marca a projeção da nova igreja manuelina, com a sua icónica “Janela do Capítulo”. Décadas depois, o atual Convento de Cristo continuou a ganhar forma com espaços renascentistas e maneiristas, encomendados pelos reis D. João III e D. Filipe I.

Património Mundial

Sabias que o Convento de Cristo em Tomar fez parte do primeiro conjunto de inscrições de Portugal na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 7ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Florença (Itália), entre os dias 5 e 9 de dezembro de 1983.

Três outros sítios portugueses foram anunciados na sessão: a Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo nos Açores; o Mosteiro da Batalha; e o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém em Lisboa.

Hoje em dia, Portugal é o décimo-oitavo país do mundo e o nono país da Europa com mais sítios UNESCO, empatado com a Chéquia e a Polónia. Possui dezassete bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar catorze:

Como Chegar ao Convento de Cristo

O Convento de Cristo é uma das atrações turísticas mais populares de Portugal, não só pela sua arquitetura única, como também pelo seu importante contexto histórico. Portanto, é natural que este conjunto monumental de edifícios e estruturas receba mais de 100 mil visitantes anuais!

Na minha opinião, a melhor forma de visitar o Convento de Cristo (e a cidade de Tomar) é numa day trip desde Lisboa. E para lá chegares desde a capital portuguesa, tens duas opções: viajar de carro (cerca de 135 km) ou de transportes públicos (2 horas de comboio regional ou 1h45 de autocarro).

Contudo, Tomar é também uma excelente paragem numa road trip pela sub-região do Médio Tejo ou pelo distrito de Santarém! Nesse caso, sugiro que explores outros destinos nas redondezas: Constância (a 20 km), Entroncamento (a 22 km), Vila Nova da Barquinha (a 24 km), Torres Novas (a 26 km), Abrantes (a 30 km), ou Sardoal (a 32 km).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Convento de Cristo está aberto todos os dias, das 09:00 às 17:30 (de outubro a maio) ou das 09:00 às 18:30 (de junho a setembro), sendo que a última entrada acontece às 17:00 e às 18:00, respetivamente. Os únicos dias de encerramento são a 1 de janeiro, 1 de março (Dia de Tomar), domingo de Páscoa, 1 de maio, 24 e 25 dezembro.

Quanto aos bilhetes, estes custam 6€ (maiores de 12 anos) ou 3€ (Cartão de Estudante, Cartão Jovem e séniores com 65 ou mais anos). E a entrada é gratuita aos domingos e feriados, para todos os cidadãos residentes em Portugal (mediante a apresentação de comprovativo)!

O Que Ver no Convento de Cristo

Terreiro

Assim que cruzares a Entrada do Castelo e subires a rampa de acesso, o primeiro ponto de interesse por onde vais passar é o Terreiro do Convento de Cristo.

Nos dias de hoje, este Terreiro é um jardim formal luxuriante, com árvores de pequeno porte e sebes de buxo dispostas de forma simétrica.

No entanto, quando o Convento de Cristo ainda não existia e o complexo monumental se resumia ao Castelo de Tomar, este pátio era uma imponente praça de armas!

Na Idade Média, a praça de armas costumava ser o sítio mais amplo e central de um castelo ou fortaleza. De uma maneira geral, era utilizado para concentrar a guarnição militar, tendo ligação direta às diversas portas e postos de vigia nas muralhas.

Alcáçova

Se subires por uma rampa de degraus em pedra, escondida na muralha que circunda o Terreiro do Convento de Cristo, vais chegar à Alcáçova do Castelo de Tomar, o último testemunho do antigo conjunto militar templário. E, se tiveres interesse, podes percorrer quase toda a sua extensão, aproveitando para desfrutar das vistas panorâmicas!

À semelhança de muitos outros castelos e fortalezas medievais, a Alcáçova do Castelo de Tomar foi erguida no ponto mais elevado do terreno e era dotada de muralhas, torreões, um caminho de ronda e, claro, de uma torre de menagem. As suas principais funções eram vigiar e defender a fortificação de ataques e invasões inimigas.

Muralhas & Caminho de Ronda

Depois de explorares a Alcáçova, recomendo que não entres já no Convento de Cristo e sigas antes pelo Caminho de Ronda ou Adarve, para veres de perto o resto das Muralhas do Castelo de Tomar. E não te esqueças de tomar atenção ao percurso, pois este é estreito e sinuoso!

Além de rodearem a parte mais antiga do monumento, as Muralhas do Castelo de Tomar foram aproveitadas pelos frades do Convento de Cristo para protegerem as suas plantações agrícolas (em especial, as árvores de fruto, os legumes e as ervas aromáticas).

Aqueduto dos Pegões

O Aqueduto dos Pegões ou Aqueduto do Convento de Cristo é uma estrutura com cerca de 6 km de extensão, concretizada nos reinados de Filipe I e Filipe II (mais precisamente, entre 1593 e 1614).

Esta grande obra de energia hidráulica transportava a água de quatro nascentes não só até ao Convento de Cristo, mas também para a Cerca dos Sete Montes (ou Mata Nacional dos Sete Montes, como é hoje designada).

O rei Filipe I encarregou o arquiteto e engenheiro militar italiano Filipe Terzio para a direção do projeto e este foi mais tarde sucedido pelo arquiteto português Pedro Fernando de Torres.

Infelizmente, não é possível visitar o Aqueduto dos Pegões, mas podes vê-lo através de um portão instalado nas traseiras da Antiga Casa do Capítulo.

Antiga Casa do Capítulo

A Antiga Casa do Capítulo é uma ruína muito fotogénica, que podes admirar antes de entrares nos claustros, salas e corredores do Convento de Cristo. E, ao contrário do que possas pensar à primeira vista, este edifício não foi destruído ou arrasado. Simplesmente, nunca foi acabado!

A Antiga Casa do Capítulo foi iniciada por volta de 1515, aproveitando uma parte da antiga muralha medieval. Como qualquer outra Casa ou Sala do Capítulo de um convento, mosteiro ou colegiada, pretendia ser o sítio onde se realizavam as reuniões entre os frades cavaleiros da Ordem de Cristo e os seus superiores.

Claustro do Cemitério

O Claustro do Cemitério é o primeiro ponto de interesse que vais poder visitar no interior do Convento de Cristo.

Projetado em estilo gótico pelo arquiteto Fernão Gonçalves, era o local onde se realizavam as procissões funerárias e enterros dos frades cavaleiros (daí o nome).

O Claustro do Cemitério foi mandado construir pelo Infante D. Henrique, depois deste ter sido nomeado Governador e Administrador da Ordem de Cristo por bula papal, a 25 de maio de 1420.

Nessa altura, o Infante D. Henrique fez do Convento de Cristo sua residência oficial. Ou seja, o complexo militar e religioso adotou uma faceta palaciana, pois o infante era filho do rei D. João I!

Capela dos Portocarreiros

A Capela dos Portocarreiros deve o seu nome ao homem que a mandou edificar em 1626: António Portocarreiro.

Construída como uma capela familiar para António Portocarreiro, sua mulher e descendentes, a Capela dos Portocarreiros está revestida com azulejos seiscentistas, em tons de azul, branco e amarelo.

Curiosamente, o padrão destes azulejos chama-se “ponta de diamante” e tem um efeito tridimensional à primeira vista. Um exemplo claro deste tipo de azulejo é o que aborda a parte inferior da parede do altar.

Por outro lado, nas paredes laterais encontras onze painéis de azulejos setecentistas, que ilustram cenas da vida da Virgem Maria e de Jesus Cristo.

Igreja & Charola

A Igreja do Convento de Cristo foi construída entre 1510 e 1515, pelos mestres arquitetos Diogo Arruda e João de Castilho – este último, um dos grandes responsáveis pelas obras do Mosteiro dos Jerónimos. Este novo corpo principal contava com uma Nave, Coro Alto e Coro Baixo, enquanto que a Charola passou a servir de Capela-Mor.

Como referi anteriormente, a Charola do Convento de Cristo é uma das estruturas mais antigas do monumento. Aliás, a Charola já existia quando este se chamava Castelo de Tomar e não Convento de Cristo. Inspirado no Templo de Jerusalém, este primitivo oratório românico é um verdadeiro regalo para a vista!

No interior da Charola, é possível admirar uma rica decoração iconográfica, entre pinturas murais de cenas bíblicas e esculturas em madeira policromada. Das dezenas de personagens representadas, contam-se anjos, santos, profetas e doutores da Igreja, além de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos apóstolos.

Claustro Principal

O Claustro Principal do Convento de Cristo foi iniciado na década de 1530, por João de Castilho e a pedido do rei D. João III. Também chamado de Claustro Grande ou Claustro de D. João III, é na verdade uma sobreposição de dois claustros realizados em períodos diferentes!

Apesar da primeira fase ter acontecido entre 1530 e 1533, a verdadeira obra-prima renascentista tomou forma de 1557-58 a 1562 pela mão de Diogo de Torralva. O arquiteto – outro dos génios associados ao Mosteiro dos Jerónimos – substituiu o anterior Claustro Principal, mas sem o demolir completamente!

Claustro de Santa Bárbara & Janela Manuelina

O Claustro de Santa Bárbara ou Claustro Pequeno data da década de 1530, quando João de Castilho era o supervisor da campanha de obras do Convento de Cristo. Originalmente composto por dois andares, o piso superior do Claustro de Santa Bárbara foi demolido em 1843, por ordem do rei D. Fernando II. E porquê? Para desobstruir as vistas para a fabulosa Janela Manuelina!

A Janela Manuelina é a janela mais famosa de Portugal e está localizada na fachada ocidental da Igreja do Convento de Cristo. Também conhecida como Janela do Capítulo, é a referência máxima do estilo manuelino, com elaborados símbolos náuticos (cordas, bóias, madeiras), régios (cruz da Ordem de Cristo, esfera armilar, brasão do reino) e religiosos (ramos e folhas da Árvore da Vida e da Árvore de Jessé).

Claustro da Hospedaria

O Claustro da Hospedaria foi erigido entre 1541 e 1542, com um propósito muito nobre: hospedar temporariamente os viajantes que visitavam o Convento de Cristo (daí o nome).

Estas pessoas que chegavam ao Convento de Cristo tanto podiam ser peregrinos do povo, que vinham em promessa ou por devoção; membros da nobreza e do clero, que estavam de passagem pela região; ou até mesmo frades e cavaleiros da Ordem de Cristo, que queriam receber a bênção do prior.

Os visitantes das classes sociais mais altas ficavam acomodados no piso superior do Claustro da Hospedaria – ao passo que os restantes eram alojados no rés-do-chão, entre os aposentos dos criados (na ala este), as cavalariças (na ala norte) e a Casa do Procurador (na ala oeste).

Claustro Primitivo

Lembras-te de eu ter mencionado que o Claustro Principal era uma sobreposição de dois claustros? Pois bem, nas galerias colunadas do mesmo, ainda encontras vestígios do Claustro Primitivo!

O Claustro Primitivo é precisamente o que sobrou do claustro original de João de Castilho – concebido entre 1533 e 1545 – antes da sua demolição parcial no ano de 1557.

Uma das estruturas que sobreviveu foi a entrada dos monges para a Casa do Capítulo, com uma decoração típica do Renascimento inicial e bastante contrastante com o estilo austero de Diogo Torralva. Os medalhões que a coroam contêm os bustos de São Jerónimo, Santo Agostinho, do Frei António de Lisboa, do rei D. João III e da Infanta D. Maria (a sua filha).

Refeitório

O Refeitório do Convento de Cristo é outro dos espaços com a assinatura de João de Castilho. De acordo com as inscrições nos púlpitos, esta sala retangular ficou concluída entre 1535 e 1536.

Por falar em púlpitos, reparaste que há dois no centro do Refeitório (um de cada lado)? Estes destinavam-se à leitura durante as refeições!

Por baixo do Refeitório, existia uma adega de vinho e de azeite, bem como várias áreas para conservar alimentos e guardar instrumentos agrícolas.

Estes últimos, era utilizados no laranjal (ou Horta dos Frades) e na Cerca do Convento de Cristo (hoje apelidada de Mata Nacional dos Sete Montes).

Cozinha

A Cozinha do Convento de Cristo foi terminada em meados do século XVI e está separada do Refeitório por uma antecâmara – que servia de aparador e hoje expõe uma coleção de cerâmicas do quotidiano conventual.

Nos séculos XVII e XVIII, a loiça monástica era de faiança e podia ter símbolos alusivos à ordem religiosa do convento/mosteiro ou ao local onde o mesmo se situava. E no caso do Convento de Cristo, foram encontradas loiças com a cruz da Ordem de Cristo, datas ou até a legenda “Convento de Cristo”!

Normalmente, cada monge tinha três peças de loiça: uma escudela ou malga (para os caldos ou sopas); um prato (para os alimentos sólidos); e um cálice (para a água ou vinho).

Claustro dos Corvos

O Claustro dos Corvos é um espaço exterior de planta quadrada, onde os monges se dedicavam a atividades intelectuais e espirituais como a leitura, a escrita, a oração e a meditação.

Na verdade, a Livraria e o Scriptorium (o local onde os livros manuscritos eram produzidos) do Convento de Cristo ficavam a poucos passos do Claustro dos Corvos – que também era usado para aceder à Cozinha e ao Refeitório.

A sua construção aconteceu em duas fases (a primeira entre 1537 e 1539 e a segunda entre 1543 e 1546), marcando o fim da campanha de obras promovida pelo rei D. João III.

É possível visitar a Cisterna do Claustro dos Corvos, uma das que abastecia o Convento de Cristo!

Claustro da Micha

O Claustro da Micha foi criado para funcionar como portaria conventual e atualmente serve de saída aos visitantes do Convento de Cristo. O seu nome é uma referência aos pedaços de pão que eram aqui distribuídos aos pobres e necessitados, já que “micha” (ou “micho”) é um tipo de pão rústico feito com uma mistura de várias farinhas.

O Claustro da Micha data de 1543, embora só tenha recebido o seu portão quinhentista em 1620, depois deste ter sido transferido da portaria conventual primitiva. O pórtico foi desenhado por João de Castilho e testemunhou, durante muito tempo, o único contacto da comunidade conventual com o mundo exterior!

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