Palácio Nacional De Queluz: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

O Palácio Nacional de Queluz é um dos palácios mais importantes de Portugal, uma vez que serviu de residência a três gerações da Família Real Portuguesa. Ainda por cima, é o palácio português mais luxuoso de todos, com elementos arquitetónicos, paisagísticos e decorativos dos períodos Barroco, Rococó e Neoclassicista!

Além de dezenas de salas, corredores e quartos magníficos, o Palácio Nacional de Queluz é composto por inúmeros pátios exteriores, jardins luxuriantes e lagos ornamentais. E se estiveres a planear uma visita a Lisboa ou Sintra, podes (e deves) dedicar uma manhã/tarde inteira a explorar este antigo palácio real!

Por isso, queres saber mais sobre o Palácio Nacional De Queluz: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

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Palácio Nacional de Queluz
Palácio Nacional de Queluz

Breve História do Palácio Nacional de Queluz

A história do Palácio Nacional de Queluz remonta a 1654, ano em que o rei D. João IV criou a Casa do Infantado – um conjunto de terras, propriedades e rendimentos confiscados após a Restauração da Independência, que era administrado pelo segundo filho do Rei de Portugal (isto é, o Infante).

Um desses exemplos era a Casa de Campo de Queluz, que foi entregue ao infante D. Pedro (e futuro rei D. Pedro II). Mas foi outro infante D. Pedro (o futuro rei consorte D. Pedro III) quem decidiu transformar a Quinta de Queluz num palácio estival. O projeto ficou a cargo do arquiteto Mateus Vicente de Oliveira e as obras começaram em 1747.

Em 1960, o casamento de D. Pedro com a herdeira do trono, a princesa D. Maria (e futura rainha D. Maria I), dita que o Palácio de Queluz seja elevado ao estatuto de residência real. Para isso, é contratado o arquiteto e escultor francês Jean-Baptiste Robillion, que lhe acrescenta várias salas de aparato.

Fachada de Cerimónias

O Palácio Real de Queluz tornou-se a residência oficial da rainha D. Maria I em 1794, depois do incêndio que destruiu completamente a Real Barraca da Ajuda. Nessa altura, os príncipes regentes D. João VI e D. Carlota Joaquina adaptaram os espaços interiores e construíram novos edifícios – incluindo o Pavilhão D. Maria.

Em 1807, a Família Real Portuguesa foge para o Brasil nas vésperas da Primeira Invasão Francesa. A corte acabaria por só regressar em 1821, num dos períodos mais conturbados da história do país, com a Independência do Brasil (1822), a Guerra Civil Portuguesa (1832-1834) e a morte do rei D. Pedro IV (1834).

Já no início do século XX, em 1908, o Palácio Real de Queluz é doado à Fazenda Nacional pelo rei D. Manuel II. Dois anos mais tarde, recebe o seu nome atual e a sua classificação como Monumento Nacional. E em 1957, o Pavilhão D. Maria foi oficializado como residência dos Chefes de Estado estrangeiros em visitas ao país.

Como Chegar ao Palácio Nacional de Queluz

Na minha opinião, a forma mais rápida e prática de chegar ao Palácio Nacional de Queluz é de carro. Sobretudo porque o monumento localiza-se a cerca de 13 km do centro de Lisboa – o que significa que é o destino perfeito para uma day trip desde a capital portuguesa!

Porém, se não tiveres essa possibilidade, podes viajar de comboio pela Linha de Sintra. Para isso, deves apanhar o comboio urbano nas estações de Lisboa-Oriente, Lisboa-Entrecampos ou Lisboa-Sete Rios e sair nas estações Queluz-Belas (1 km a pé) ou Monte Abrãao (1.2 km a pé).

DICA: Esta viagem tem um custo mínimo de 1.65€, mas consulta todos os preços, horários, linhas e serviços no site oficial da CP – Comboios de Portugal.

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

Os Jardins e Palácio Nacional de Queluz estão abertos todos os dias, das 09:30 às 18:00 (Palácio) ou das 09:30 às 18:30 (Jardins), sendo que a última entrada acontece às 17:30 (a hora de encerramento da bilheteira).

O bilhete custa 10€ (dos 18 aos 64 anos) ou 8.5€ (dos 6 aos 17 anos, e para maiores de 65 anos), e dá acesso ao Palácio e aos Jardins. Se só quiseres visitar os Jardins, o bilhete custa 5€ (dos 18 aos 64 anos) ou 3.5€ (dos 6 aos 17 anos, e para maiores de 65 anos).

DICA: Se já sabes o dia e hora em que queres visitar o Palácio Nacional de Queluz, recomendo que compres as entradas pela bilheteira online da Parques de Sintra. Desta forma, tens acesso a um desconto automático de 5%!

O Que Ver no Palácio Nacional de Queluz

Palácio Nacional de Queluz

O Palácio Nacional de Queluz tem mais de três dezenas de espaços de visita. E estou a falar apenas dos espaços interiores! Estas são as salas, quartos, pavilhões e aposentos, que podes descobrir neste guia:

  • Pavilhão D. Maria (Sala D. Maria, Sala Pompeiana e Sala da Caça)
  • Sala do Trono
  • Sala da Música
  • Sala do Lanternim
  • Capela
  • Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita (Saleta, Quarto D. Maria, Quarto Império, Oratório)
  • Sala da Escultura
  • Sala de Fumo
  • Sala do Café
  • Sala de Jantar
  • Sala das Porcelanas das Coleções Reais
  • Sala dos Azulejos (ou Corredor das Mangas)
  • Sala da Tocha
  • Sala dos Archeiros
  • Sala dos Particulares
  • Sala dos Embaixadores
  • Pavilhão Robillion (Sala do Despacho, Sala das Açafatas, Sala das Merendas, Quarto D. Quixote, Quarto da Rainha ou Quarto da Princesa D. Carlota Joaquina, Toucador da Rainha ou Sala do Toucador)

Pavilhão D. Maria

O Pavilhão D. Maria é a ala mais recente do Palácio Nacional de Queluz. Originalmente, destinava-se aos aposentos de D. José, Príncipe do Brasil – o filho primogénito da rainha D. Maria I e do rei consorte D. Pedro III. Mas a morte prematura do herdeiro ao trono fez com que fosse a sua mãe a usufruir destas salas e quartos.

O responsável pelo projeto do Pavilhão D. Maria foi Manuel Caetano de Sousa, o arquiteto da Família Real Portuguesa naquela altura. Infelizmente, as obras só terminaram em 1789, um ano depois da morte de D. José e quando a demência da rainha D. Maria I já estava numa fase avançada.

Ainda assim, a monarca ocupou este espaço até à data da partida da Família Real Portuguesa para o Brasil. E depois de ter sido convertido na residência oficial dos Chefes de Estado e de ter estado excluído de visitas turísticas, o Pavilhão D. Maria I tem hoje três salas abertas ao público: a Sala D. Maria, a Sala Pompeiana e a Sala da Caça.

Sala do Trono

A Sala do Trono é a maior e principal sala de aparato do Palácio Nacional de Queluz. A sua construção data 1768-70, quando o estilo rococó estava muito em voga. Aliás, a Sala do Trono foi uma das várias concebidas por Jean-Baptiste Robillion, em consequência do casamento do infante D. Pedro com a princesa D. Maria!

Curiosamente, era chamada de Salão de Baile no tempo de D. Maria I, sendo utilizada para festas, receções e outros eventos sociais da Corte Portuguesa. Importa salientar ainda que a decoração em madeira dourada – incluindo os atlantes que adornam os cantos da sala – é do mestre entalhador Silvestre Faria Lobo.

Sala da Música

A Sala da Música ou Sala das Serenatas foi acabada em 1759, segundo um desenho de Mateus Vicente de Oliveira. Por essa razão, é uma das salas mais antigas do Palácio Nacional de Queluz – e uma das poucas que não sofreu grandes alterações até aos dias que correm!

Mais uma vez, a ornamentação em madeira foi da responsabilidade de Silvestre Faria Lobo. Se olhares para o teto, vais reparar em diversos motivos alusivos ao tema da música, esculpidos pelo artista (como instrumentos musicais). Por fim, é impossível não mencionar o pianoforte Clementi, que ocupa um lugar central no estrado.

Sala do Lanternim

A Sala do Lanternim do Palácio Nacional de Queluz deve o seu nome ao lanternim – uma abertura no teto para melhor a ventilação e iluminação de uma estrutura ou edifício. Ironicamente, começou por se chamar Sala Escura, já que era uma mera sala de ligação à Capela!

E sabes quem mandou instalar o lanternim? O General Jean-Andoche Junot, assim que ocupou Lisboa e Portugal em 1807! Reza a lenda que o comandante da Primeira Invasão Francesa tinha o sonho de instalar no próprio Napoleão Bonaparte no Palácio Nacional de Queluz!

Capela

A Capela do Palácio Nacional de Queluz foi criada pelo arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, tendo ficado pronta em 1752. Isto significa que foi também um dos primeiros espaços a ganhar forma, assim que o infante D. Pedro resolveu fazer da Casa de Campo de Queluz um palácio de Verão!

Nas paredes e tetos, sobressai a chamada “pintura de fingidos”, um tipo de revestimento que consiste em recriar materiais nobres (neste caso mármore e lápis-lazúli). E tudo o que vês em talha dourada foi idealizado por Silvestre Faria Lobo. Já a pintura de Nossa Senhora da Conceição no retábulo do altar-mor é de André Gonçalves.

Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita

Saleta

As próximas salas que vais poder visitar no Palácio Nacional de Queluz correspondem aos Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita (ou Maria Benedita de Bragança).

A princesa D. Maria Francisca Benedita era a filha mais nova do rei D. José I e da rainha Mariana Vitória de Bourbon, ou seja, irmã da futura rainha D. Maria I.

Esta primeira divisão chama-se Saleta e apresenta peças de mobiliário da segunda metade do século XVIII à primeira metade do século XIX. Já a decoração do espaço é inspirada em temas pompeianos.

Quarto D. Maria

A Saleta é seguida do Quarto D. Maria, o quarto de dormir da princesa D. Maria Francisca Benedita.

A decoração é muito semelhante ao espaço anterior, como é possível ver pelos detalhes alusivos a temas pompeianos. E a mobília é também de finais do século XVIII a inícios do século XIX.

Na verdade, este estilo ficou conhecido em Portugal como estilo D. Maria I. Trata-se de uma combinação de estilos criada a partir de influências portuguesas (estilo rococó de D. José), francesas (estilos de Luís XV e Luís XVI) e inglesas (no mobiliário).

Quarto Império

O Quarto Império do Palácio Nacional de Queluz deve o seu nome ao estilo império – um estilo arquitetónico e decorativo, que surgiu em França no início do século XIX, com Napoleão Bonaparte. Ainda assim, o estilo império integra o movimento cultural neoclássico.

O estilo deste quarto de dormir é uma consequência direta das Invasões Francesas que o país sofreu em 1807, 1809 e 1810. Durante a Guerra Peninsular (1807-1814), as tropas francesas ocuparam a Península Ibérica e tentaram impor o seu estilo de vida e convicções a Portugal e Espanha.

Oratório

O Oratório dos Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita foi projetado em 1788, se bem que acabou por ser utilizado maioritariamente pela rainha Carlota Joaquina de Bourbon.

D. Carlota Joaquina era a mulher do rei D. João VI, o segundo filho e sucessor de D. Maria I ao trono, depois da morte do seu irmão mais velho D. José.

Tanto quanto se sabe, a rainha D. Carlota Joaquina assistia todos os dias à missa neste mesmo Oratório, pois tinha uma grande devoção a Nossa Senhora.

Sala da Escultura

A Sala da Escultura ganhou este nome na segunda metade do século XIX. E porquê? Porque quando o Palácio Nacional de Queluz foi habitado pelo rei D. Luís I e pela rainha D. Maria Pia de Saboia, esta converteu a sala num atelier de escultura!

No entanto, importa referir que a residência oficial da Família Real Portuguesa no reinado de D. Luís I não era o Palácio Nacional de Queluz, mas sim o Palácio Nacional da Ajuda.

Nesse tempo, o Palácio Nacional de Queluz era apenas uma residência de veraneio, como o Palácio Nacional da Pena ou o Palácio Nacional de Sintra.

Sala de Fumo

A Sala de Fumo é uma das várias salas recreativas do Palácio Nacional de Queluz e tinha uma única função na segunda metade do século XIX: aquela que lhe dá o nome.

O ato de fumar tornou-se uma prática corrente da corte portuguesa – e de outras cortes europeias – pouco tempo do tabaco ter começado a ser exportado da América para a Europa, no início do século XVI.

Contudo, fumar no fim da refeição só se tornou um passatempo da Família Real Portuguesa em meados do século XIX – daí a vontade de adotar uma sala para o efeito.

Sala do Café

A Sala do Café é outra das salas do Palácio Nacional de Queluz influenciada pelas tendências noutras cortes europeias.

Neste caso, o protagonista era o café – uma bebida criada na Península Arábica, mas cuja planta tem origem nas florestas da Etiópia.

De novo, foi o rei D. Luís I e a rainha D. Maria Pia de Saboia quem implementaram a moda de beber café no Palácio Nacional de Queluz.

Por essa razão, esta sala data igualmente da segunda metade do século XIX.

Sala de Jantar

A Sala de Jantar do Palácio Nacional de Queluz só começou a ser usada com esta função no século XIX, visto que o conceito moderno de “sala de jantar” não existia até então. Mesmo nas residências reais, onde a falta de quartos e salas não é um problema, era comum não existir uma sala de jantar designada!

Sabe-se sim que as refeições eram realizadas onde e quando a Família Real Portuguesa desejava. Assim sendo, tal podia depender da importância da ocasião, da distância entre os apartamentos privados e as salas comuns, ou até mesmo da disposição dos monarcas naquele momento!

Sala das Porcelanas das Coleções Reais

A Sala das Porcelanas das Coleções Reais é uma amostra de um museu de artes decorativas dentro do Palácio Nacional de Queluz. Aqui, podes admirar dezenas de peças que decoravam tanto a Mesa Real como as numerosas salas do palácio!

Esta coleção real de porcelanas, faianças e vidros abrange um extenso período, que vai desde meados do século XVII até ao primeiro quartel do século XIX. Os objetos mais antigos foram produzidos na China, mas encontras ainda exemplos de faiança portuguesa e europeia.

Sala dos Azulejos (ou Corredor das Mangas)

A Sala dos Azulejos ou Corredor das Mangas é um dos espaços interiores mais bonitos do Palácio Nacional de Queluz. Curiosamente, é uma simples sala de ligação entre o Palácio Velho e o Palácio Novo, que servia de armazém das mangas de vidro para velas!

Os painéis de azulejos a azul e branco foram concebidos em 1764 e representam cenas de caça e episódios quotidianos. Já os painéis de azulejos policromados datam de 1784 e retratam as quatro estações do ano, os quatro continentes, cenas da mitologia clássica, “singeries” e “chinoiseries”.

Sala da Tocha

A Sala da Tocha é uma das três salas voltadas para o Jardim Pênsil (ou Jardim de Neptuno) e que integram a Fachada de Cerimónias.

Apesar de ainda conservar o nome alusivo à sua função original, esta pequena sala quadrangular está totalmente modificada.

A decoração do espaço inclui mais de uma dezena de peças de mobiliário, quase todas da segunda metade do século XVIII. Estas evocam o chamado estilo D. José I, um estilo desenvolvido a partir do rococó inglês e com leves influências do rococó francês.

Sala dos Archeiros

A Sala dos Archeiros é outra das três salas voltadas para o Jardim Pênsil (ou Jardim de Neptuno) e que integram a Fachada de Cerimónias.

Apelidada identicamente de Sala do Corpo da Guarda, era a entrada nobre do Palácio Nacional de Queluz – daí a sua posição central entre a Sala da Tocha e a Sala dos Particulares.

Os retratos que vês na parede são do rei consorte D. Pedro III e da rainha D. Maria I. Aliás, a Sala dos Archeiros está hoje em dia mobilada em estilo D. Maria I!

Sala dos Particulares

A Sala dos Particulares é a terceira das três salas voltadas para o Jardim Pênsil (ou Jardim de Neptuno) e que integram a Fachada de Cerimónias.

Ao longo da sua existência, esta divisão assumiu diferentes funções: no final do século XVIII e início do século XIX, era a sala de espera dos camaristas do príncipe D. João; e nos reinados de D. Luís I e D. Carlos I, foi convertida em sala de reuniões e biblioteca!

Nos dias que correm, é possível apreciar as peças de mobiliário em estilo império, assim como uma série de retratos e pinturas.

Sala dos Embaixadores

A Sala dos Embaixadores é a sala mais imponente do Palácio Nacional de Queluz. Desde logo, é impossível não reparar nos dois estrados com tronos, destinados aos monarcas e aos Príncipes do Brasil (o título dado aos Príncipes Herdeiros)!

A Sala dos Embaixadores foi uma das grandes obras de Jean-Baptiste Robillion no Palácio Nacional de Queluz. Construída entre 1754 e 1762, já teve inúmeros nomes: Barraca Rica, Sala das Colunas, Sala dos Serenins (em alusão à pintura da Família Real Portuguesa no teto) e Sala das Talhas (devido aos grandes vasos de porcelana da China).

Pavilhão Robillion

Sala do Despacho

O Pavilhão Robillion corresponde à ala poente do Palácio Nacional de Queluz, contígua à Sala dos Embaixadores.

Aqui, é possível visitar meia dúzia de salas, sendo que a primeira é a Sala do Despacho.

Inicialmente a sala de espera dos camaristas do rei consorte D. Pedro III, foi reaproveitada como sala de reuniões, audiências e despacho pelo príncipe regente e futuro rei D. João VI (daí o nome).

Pelo caminho, também acolheu banquetes e ceias de festas religiosas de Verão, como o Dia de São João e o Dia de São Pedro.

Sala das Açafatas

A Sala das Açafatas é uma pequena sala instalada entre a Sala do Despacho, o Toucador da Rainha e a Sala de Merendas.

Basicamente, era uma sala de espera para as açafatas (ou damas de companhia) e as aias ao serviço da rainha D. Maria I e, mais tarde, da rainha D. Carlota Joaquina.

A decoração inclui mobília e objetos que vão da segunda metade do século XVIII ao primeiro quartel do século XIX. De entre eles, vale a pena destacar o presépio em terracota, esculpido por António Ferreira e Silvestre de Faria Lobo.

Sala das Merendas

A Sala das Merendas era a sala de jantar privativa dos aposentos do rei e da rainha. E mesmo sem consultar a planta do Palácio Nacional de Queluz ou as placas informativas, é possível perceber a sua função apenas olhando para a decoração do espaço!

Desde logo, o teto parece ser feito de favos de mel! E nas sobreportas, foram pintadas seis naturezas-mortas com aves e peças de fruta. Por último, sobressaem quatro grandes telas retratando merendas de caça, que são ao mesmo tempo alegorias às quatro estações do ano.

Quarto D. Quixote

O Quarto D. Quixote é a divisão mais importante do Pavilhão Robillion, pois consistia no quarto do rei. Na realidade, foi aqui que nasceram quase todos os filhos de D. João VI. Um deles foi o rei D. Pedro IV (o primeiro Imperador do Brasil como D. Pedro I), que também faleceu aqui!

Embora tenha planta retangular, o Quarto D. Quixote parece mesmo uma sala circular. Esta ilusão é criada pelas oito colunas que sustentam a cúpula do teto – cúpula esta que é impercetível do lado de fora! E as pinturas que vês abordam cenas de Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes.

Quarto da Rainha (ou Quarto da Princesa D. Carlota Joaquina)

Sabias que o Quarto da Rainha ou Quarto da Princesa D. Carlota Joaquina foi o quarto de dormir do rei consorte D. Pedro III, do príncipe regente (e futuro rei) D. João VI e da sua esposa, a princesa consorte (e futura rainha) D. Carlota Joaquina?

Hoje, o Quarto da Rainha ou Quarto da Princesa D. Carlota Joaquina é bem mais pequeno do que inicialmente. E também se sabe que o rei D. Miguel I usou este espaço como sala de despacho, durante o período em que governou o país.

Toucador da Rainha (ou Sala do Toucador)

O Toucador da Rainha ou Sala do Toucador era o quarto onde a rainha fazia a sua higiene pessoal, vestia-se e recebia as suas visitas mais íntimas e privadas.

Por essa razão, encontra-se mesmo em frente à Sala das Açafatas, onde estas aguardavam que a rainha as chamasse.

As onze pinturas espalhadas pelas paredes de espelhos e sobrepostas referem-se a atividades de toilette infantil típicas do século XVIII. E a decoração do teto (em papel maché) e do chão (em madeira) representam dois grandes cestos de flores.

Jardins

Os sucessivos reis e rainhas que habitaram o Palácio Nacional de Queluz durante mais de três séculos procuraram construir recantos exteriores, onde pudessem passear, conviver e relaxar. E estes são os jardins, cascatas, lagos, fontes e hortas, que podes descobrir neste guia:

  • Cascata das Conchas
  • Escadaria Robillion
  • Jardim da Barraca Rica
  • Jardim Novo (Lago das Medalhas, Fonte de Neptuno ou Lago de Neptuno)
  • Jardim Baixo (Canal dos Azulejos, Antigo Jardim do Labirinto, Jogo da Pela)
  • Jardim Botânico
  • Bosquete (Cascata Grande, Horta dos Príncipes)
  • Jardins Superiores ou Jardins de Aparato (Jardim Pênsil ou Jardim de Neptuno, Jardim de Malta)

Cascata das Conchas

A Cascata das Conchas é provavelmente a primeira estrutura que vais poder ver, assim que desças do Palácio Nacional de Queluz para os jardins. Desenhada por Jean-Baptiste Robillion aquando da criação do Pavilhão Robillion e da Escadaria Robillion, é feita num tipo de calcário chamado lioz (ou pedra lioz).

A Cascata das Conchas é, na sua essência, uma fonte ornamental. O que lhe dá o efeito de cascata são as quatro bacias de pedra que vês na fotografia. Outro detalhe curioso é que, ao lado dela, havia as chamadas Jaulas das Feras, usadas para alojar animais exóticos como leões e tigres!

Escadaria Robillion

A Escadaria Robillion é uma escadaria monumental de pedra, que liga o Pavilhão Robillion ao Jardim Baixo. Projetada entre 1758 e 1760 por Jean-Baptiste Robillion, é uma obra-prima da arquitetura e a escadaria real mais famosa de Portugal.

A Escadaria Robillion era conhecida como Escadaria dos Leões, por causa das Jaulas de Bestas que foram acrescentadas em 1822. A Família Real Portuguesa era tão interessada por zoologia, que os reis D. Fernando II e D. Luís I apoiaram a fundação do Jardim Zoológico de Lisboa!

Jardim da Barraca Rica

A Barraca Rica era um pavilhão de madeira com sete divisões, que foi concluído em 1757 e ocupava uma posição central no Jardim da Barraca Rica. Atualmente, a estrutura de recreio já não existe, mas o jardim ainda preserva o seu nome.

Caim e Abel
O Rapto de Perséfone (ou O Rapto de Proserpina)

O Jardim da Barraca Rica é ainda o local onde encontras três dos grupos escultóricos mais relevantes do Palácio Nacional de Queluz: Caim e Abel, Eneias e Anquises, e O Rapto de Perséfone. Foram criados pelo atelier de John Cheere, um conceituado escultor inglês de estátuas em chumbo!

Jardim Novo

O Jardim Novo é obra do jardineiro real Luís Simões Ressurgido. Com árvores e outras plantas importadas dos Países Baixos em 1765, demorou uma década a ser finalizado e era constituída por duas áreas: uma de jardim ornamental (com lagos, canteiros e pomares) e outra de pequeno bosque.

Lago das Medalhas

O Lago das Medalhas foi mais uma das numerosas contribuições de Jean-Baptiste Robillion para o Palácio Nacional de Queluz. Instalado no eixo central do Jardim Novo, consiste numa grande bacia octogonal feita de pedra lioz e com um jato de água ao centro.

Concebido em 1764, este lago ornamental apresenta motivos vegetalistas e mitológicos na sua ornamentação. Por exemplo, o grupo escultórico em pedra e chumbo inclui golfinhos, dragões, mascarões e até uma fénix (no topo) – cada um servindo de repuxo de água!

Fonte de Neptuno (ou Lago de Neptuno)

A Fonte de Neptuno ou Lago de Neptuno passou a integrar o eixo central do Jardim Novo em 1945. Ao contrário do Lago das Medalhas, este lago ornamental tem um formato circular e um conjunto escultórico em mármore de Carrara – se bem que o contorno da bacia é em pedra lioz.

A figura central do deus grego Neptuno é sustentada por um grupo de quatro golfinhos e rodeado pelas figuras de quatro tritões. O seu autor foi o escultor italiano Ercole Ferrata, um discípulo de Gian Lorenzo Bernini e um dos expoentes do barroco romano.

Jardim Baixo

O Jardim Baixo era um dos espaços exteriores prediletos da Família Real Portuguesa no Palácio Nacional de Queluz. Ao longo do curso do rio Jamor, os reis e rainhas de Portugal celebravam ocasiões especiais com jogos recreativos, serenatas e até espetáculos de fogos de artifício!

Canal dos Azulejos

O Canal dos Azulejos foi iniciado em 1752 por Mateus Vicente de Oliveira, e demorou quatro anos a ficar pronto. Com uma extensão de 115 metros, atravessa os jardins do Palácio Nacional de Queluz de norte a sul.

Quando o tempo o permitia, a Família Real Portuguesa passeava neste canal de barco ou gôndola. E em dias festivos, os músicos de câmara da corte tocavam num antigo pavilhão de madeira: a Casa da Música (ou Casa do Lago).

Por último, os painéis de azulejos que revestem as paredes representam cenas de caça e paisagens bucólicas.

Antigo Jardim do Labirinto

O Antigo Jardim do Labirinto ganhou forma em 1764, através de uma complexa rede de buxos, teixos e ciprestes. Além disso, este “labirinto vivo” estava decorado com lagos ornamentais, estátuas coloridas e árvores de fruto (sobretudo limoeiros e laranjeiras).

Infelizmente, o Jardim do Labirinto que podemos percorrer hoje no Palácio Nacional de Queluz já não é o original. O que vês nas fotografias foi desenhado pelo arquiteto Raul Lino em 1939, embora conte com as famosas sebes de buxo e diversas árvores de fruto.

Jogo da Pela

O Jogo da Pela era um passatempo muito popular entre os membros da realeza e nobreza europeia, e as suas origens remontam ao século XVII.

Na realidade, “Jogo da Pela” é o nome dado em Portugal a este recinto a céu aberto, onde decorriam jogos tradicionais – como uma versão antiga do jogo do bilhar.

No Jogo da Pela do Palácio Nacional de Queluz, o descampado é delimitado por um muro com várias entradas. E nesse mesmo muro, foram escavados bancos de pedra, para que os convidados pudessem assistir aos jogos.

Jardim Botânico

O Jardim Botânico pode ser o jardim mais afastado do Palácio Nacional de Queluz, mas não deixa de ser um dos mais interessantes. Delineado entre 1769 e 1776, este espaço centra-se em quatro estufas, sendo que cada uma abrigava plantas oriundas dos quatro continentes explorados por Portugal: Europa, África, Ásia e América.

Ao centro, um lago ornamental em mármore rouba todas as atenções, juntamente com as quatro estátuas de cães perdigueiros em calcário que o rodeiam. Naquela altura, teriam existido mais esculturas de pedra e chumbo espalhadas pelo Jardim Botânico.

Numa das estufas, ainda é possível observar uma plantação de ananases – uma iguaria muito apreciada pelo rei D. Pedro III. Desde a sua conceção, o Jardim Botânico disponha de um sistema de etiquetação das plantas, que seguia a taxonomia do botânico sueco Carlos Lineu.

Bosquete

O Bosquete é, basicamente, a zona mais “selvagem” do Palácio Nacional de Queluz. De dimensões consideráveis, é composto por dezenas de caminhos pontuados por lagos ornamentais, estátuas decorativas e bancos de jardim. E as árvores foram encomendadas aos Países Baixos a partir de 1754 – como veio depois a acontecer no planeamento do Jardim Novo.

Cascata Grande

Sabias que a Cascata Grande do Palácio Nacional de Queluz foi a primeira cascata artificial a ser erguida nos arredores de Lisboa? Tudo aconteceu entre 1772 e 1778, quando Jean-Baptiste decidiu incorporar esta imponente estrutura de pedra em estilo rococó.

A água está armazenada num reservatório escondido no topo e brota tanto da carranca em mármore (ao centro) como das duas fénixes (nas laterais). Os restantes adornos da Cascata Grande evocam motivos vegetalistas e marinhos.

Horta dos Príncipes

A Horta dos Príncipes é uma zona cercada no Bosquete, onde se cultivavam legumes, plantas aromáticas e flores.

O seu nome deve-se ao caráter pedagógico que a Horta dos Príncipes tinha, pois oferecia um espaço para aulas de jardinagem, botânica, horticultura e história natural aos jovens príncipes e princesas.

A Família Real Portuguesa tinha um interesse e fascínio muito particular pelo estudo da Natureza. Prova disso são os vários espaços exteriores que os monarcas mandaram erguer, para que esta pudesse ser investigada ou simplesmente contemplada!

Jardins Superiores (ou Jardins de Aparato)

Inspirado pelos jardins formais que André Le Nôtre elaborou para o Palácio das Tulherias, o Palácio de Vaux-le-Vicomte, o Palácio de Versalhes, o Palácio de Fontainebleau e o Palácio de Chantilly, Jean-Baptiste Robillion desenvolveu dois grandes jardins de aparato em frente ao Palácio Nacional de Queluz: o Jardim Pênsil (ou Jardim de Neptuno) e o Jardim de Malta.

Jardim Pênsil (ou Jardim de Neptuno)

O Jardim Pênsil (ou Jardim de Neptuno) foi planeado ao longo de doze anos – entre 1760 e 1772 – e o seu eixo central parte da Fachada de Cerimónias, atravessando o Lago de Neptuno (que lhe dá o nome) e o Lago da Nereida.

As estátuas de chumbo que complementam este jardim vieram do atelier de John Cheere, como é o caso de Primavera, Verão, Outono, Marte e Minerva (entre outras). Por outro lado, as esculturas de mármore foram produzidas em Itália.

Jardim de Malta

O último ponto de interesse neste guia detalhado sobre o Palácio Nacional de Queluz é o Jardim de Malta, projetado entre 1758 e 1765. O seu nome é uma referência à Ordem de Malta, da qual o rei consorte D. Pedro III era o seu Grão-Mestre.

O Jardim de Malta é bem mais pequeno do que o Jardim Pênsil (ou Jardim de Neptuno) e apresenta um único lago ornamental no seu eixo central: o Lago de Malta (ou Lago do Jardim de Malta). Mas as quatro extremidades do jardim estão dotadas com pequenas fontes decorativas.

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