Como Visitar O Mosteiro De Alcobaça Em 2024

O Mosteiro de Alcobaça, anteriormente conhecido como Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, foi a primeira grande estrutura em arquitetura gótica a ser construída em Portugal. As obras começaram no ano 1178 e foram levadas a cabo pelos monges da Ordem de Cister (ou Ordem Cisterciense).

O Mosteiro de Alcobaça é também o local de descanso do rei D. Pedro I e de D. Inês de Castro, os protagonistas da mais célebre (e trágica) história de amor portuguesa. Localizados nas alas sul e norte do transepto da Igreja, os seus túmulos são verdadeiras obras-primas da escultura gótica!

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Mosteiro de Alcobaça
Mosteiro de Alcobaça

Breve História do Mosteiro de Alcobaça

A história do Mosteiro de Alcobaça remonta aos primórdios de Portugal enquanto reino soberano e independente, isto é, a meados do século XII. Na realidade, foi em 1153 que D. Afonso Henriques doou 40 000 hectares de terras raianas a Bernardo de Claraval ou São Bernardo (o abade francês que reformou a Ordem de Cister).

Igreja de Santa Maria de Alcobaça

Assim sendo, o Mosteiro de Alcobaça foi estabelecido no seu território, num vale muito fértil entre os rios Alcoa e Baça. E como referi anteriormente, a primeira pedra foi colocada em 1178 – sendo que em 1223, a abadia cisterciense já era habitada por monges!

Património Mundial

Sabias que o Mosteiro de Alcobaça fez parte do terceiro conjunto de inscrições de Portugal na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 13ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Paris (França), entre os dias 11 e 15 de dezembro de 1989.

Hoje em dia, Portugal é o décimo-oitavo país do mundo e o nono país da Europa com mais sítios UNESCO, empatado com a Chéquia e a Polónia. Possui dezassete bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar catorze:

Como Chegar ao Mosteiro de Alcobaça

O Mosteiro de Alcobaça é uma das atrações turísticas mais populares de Portugal, não só pela sua arquitetura única, como também pelo seu importante contexto histórico. Portanto, é natural que este monumento receba quase 100 mil visitantes anuais e seja um dos espaços culturais mais frequentados no país!

Na minha opinião, a melhor forma de visitar o Mosteiro de Alcobaça (e a cidade de Alcobaça) é numa day trip desde Lisboa. E para lá chegares desde a capital portuguesa, tens duas opções: viajar de carro (cerca de 110 km) ou de transportes públicos (1h45-2h de autocarro).

Contudo, Alcobaça é também uma excelente paragem numa road trip pelo distrito de Leiria! Nesse caso, sugiro que explores outros destinos nas redondezas: Nazaré (a 15 km), Porto de Mós (a 19 km), Batalha (a 20 km), Caldas da Rainha (a 27 km), Marinha Grande (a 29 km), Leiria (a 32 km) ou Óbidos (a 37 km).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Mosteiro de Alcobaça está aberto todos os dias, das 09:00 às 18:00 (de outubro a março) ou das 09:00 às 19:00 (de abril a setembro), sendo que a última entrada acontece às 17:30 e 18:30, respetivamente. O monumento encerra nos dias 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 20 de agosto (Dia de São Bernardo) e 25 de dezembro.

No que diz respeito a ingressos, a Igreja de Santa Maria de Alcobaça é de entrada livre. Por outro lado, o Mosteiro de Alcobaça requer entrada com bilhete, que custa 6€ (tarifa normal) ou 3€ (tarifa reduzida para maiores de 65 anos e detentores do Cartão de Estudante ou Cartão Jovem), enquanto que as crianças até aos 12 anos não pagam entrada.

DICA: Tal como os restantes monumentos e museus geridos pela Direção-Geral do Património Cultural, o Mosteiro de Alcobaça é grátis aos domingos até às 14:00, para todos os residentes em Portugal!

O Que Ver no Mosteiro de Alcobaça

Sala dos Reis

A Sala dos Reis do Mosteiro de Alcobaça recebeu este nome, por causa das esculturas em terracota policromada que ornamentam as paredes. Se reparares bem, tratam-se de representações dos reis de Portugal – incluindo a alegoria à coroação do rei D. Afonso Henriques, pelo Papa Alexandre III e por São Bernardo!

Estas estátuas foram criadas pelos chamados “monges barristas”, pois acredita-se que existiam oficinas dentro do próprio Mosteiro de Alcobaça. Outro elemento decorativo que vale a pena mencionar nesta antiga capela salão é o revestimento das paredes com painéis de azulejos do século XVIII, que descrevem a lenda da fundação monástica.

Claustro de D. Dinis ou Claustro do Silêncio

O Claustro de D. Dinis ou Claustro do Silêncio é o “coração” do Mosteiro de Alcobaça, uma vez que dava acesso aos principais espaços comuns do mosteiro: o Refeitório, a Cozinha, a Sala dos Monges, o Parlatório, a Sala do Capítulo, a Igreja e o Dormitório (este último, situado no andar superior).

O Claustro de D. Dinis foi projetado por Domingo Domingues a pedido do rei D. Dinis – daí o nome – e o seu piso térreo ficou concluído em 1311. Por outro lado, o seu piso superior só foi acrescentado entre os anos 1505 e 1519, por João de Castilho e Nicolau Pires.

Refeitório

À semelhança de outros mosteiros portugueses (como o Mosteiro da Batalha), o Refeitório do Mosteiro de Alcobaça era precedido por um Lavabo, onde os monges cistercienses realizavam o seu ritual de lavagem das mãos antes da refeição. Esta fonte de pedra ricamente esculpida encontra-se no centro da galeria norte do Claustro de D. Dinis.

Lavabo
Refeitório

O Refeitório é uma sala com três naves de dimensões consideráveis, dotada com janelas nas paredes norte e leste. E na parede a oeste, uma escada escavada na parede termina num púlpito de pedra, onde eram feitas leituras dos textos sagrados durante as refeições.

Púlpito
Porta Pega Gordo ou Porta dos Gordos

Um detalhe muito curioso deste Refeitório e que torna o Mosteiro de Alcobaça num monumento único é uma abertura nessa mesma parede, com apenas 50 centímetros de largura. Reza a lenda que a “Porta Pega Gordo” ou “Porta dos Gordos” servia para impedir os monges obesos de chegarem à Cozinha! Mas a explicação mais óbvia é que era usada para passar as refeições da Cozinha para o Refeitório (e vice-versa), como os modernos “passe-plat”.

Cozinha

Apesar da Cozinha primitiva do Mosteiro de Alcobaça não ter chegado até aos dias de hoje, é possível admirar esta Cozinha nova do século XVIII. Construída no local do antigo Calefactório – a sala onde os monges se aqueciam – tinha uma entrada para o Refeitório e uma escada que conduzia diretamente ao Dormitório.

A chaminé da Cozinha impressiona quer pela sua altura, quer pela sua estrutura assente em oito colunas de ferro fundido. Quanto ao tanque de água corrente, este era abastecido graças ao um complexo sistema hidráulico, concebido especificamente para o Mosteiro de Alcobaça.

Sala dos Monges

A Sala dos Monges do Mosteiro de Alcobaça é um espaço retangular, que assumiu diversas funções ao longo dos séculos. Por exemplo, serviu de dormitórios dos noviços entre o final do século XV e o final do século XVI, altura em que estes se mudaram para o Claustro dos Noviços ou Claustro do Cardeal (daí o nome).

Depois da transferência do noviciado, a Sala dos Monges transformou-se numa sala de trabalho e sala de estar. E com a conclusão da Cozinha nova na segunda metade do século XVIII, foi adaptada como adega e armazém das provisões essenciais à vida monástica.

Dormitório

É tempo de subir ao andar superior do Mosteiro de Alcobaça, para visitar o Dormitório. Com ligação direta ao Coro Alto da Igreja – o que permitia aos monges participarem nos ofícios litúrgicos matutinos e litúrgicos – esta imponente sala retangular tinha uma única cela individual para o abade, inicialmente.

No entanto, nos séculos XVI e XVII foram projetados novos dormitórios e este espaço acabou por ser inteiramente reformulado. Além dos aposentos do abade geral, passaram a funcionar aqui o Arquivo Real, o Cartório, a Livraria Antiga Manuscrita e a Livraria Comum.

Claustro dos Noviços ou Claustro do Cardeal

A campanha de obras do Claustro dos Noviços ou Claustro do Cardeal arrancou em finais do século XVI e prolongou-se até inícios do século XVII.

O principal objetivo deste segundo e novo claustro era acolher os noviços, visto que estes já não tinham espaço na Sala dos Monges.

O nome alternativo de Claustro do Cardeal é uma homenagem ao Cardeal-Infante D. Henrique, que se tornou o administrador monástico após a fundação da Congregação Autónoma Portuguesa da Ordem de Cister, em 1567.

Atualmente, o Claustro dos Noviços ou Claustro do Cardeal está convertido num jardim formal!

Parlatório

Sabias que o Parlatório era o único sítio do Mosteiro de Alcobaça onde os monges cistercienses podiam quebrar o seu voto de silêncio e falar com os seus superiores?

Isto excluía a Igreja de Santa Maria de Alcobaça e outros espaços de oração, leitura de textos sagrados e entoação de cânticos litúrgicos.

A pequena sala foi instalada entre a Sala dos Monges e a Sala do Capítulo, no extremo nordeste do Claustro de D. Dinis ou Claustro do Silêncio.

No Parlatório, eram discutidos vários tipos de assuntos alusivos à comunidade monástica e distribuídas as tarefas diárias de que cada monge e noviço!

Sala do Capítulo

A Sala do Capítulo é um salão presente em quase todos os mosteiros, conventos e colegiadas, onde se realizavam as reuniões entre os monges, freiras ou cónegos e os seus superiores (abades/abadessas, priores, deões, etc.). Em Portugal, algumas das salas do capítulo mais extraordinárias encontram-se no Mosteiro da BatalhaMosteiro dos Jerónimos (em Lisboa), Mosteiro de Tibães (em Braga) e Convento dos Capuchos (em Sintra).

Por essa razão, a Sala do Capítulo do Mosteiro de Alcobaça era o local onde os monges escutavam a leitura diária de um capítulo da regras monástica, votavam em questões relevantes e confessavam-se. No chão, é ainda possível observar as sepulturas de alguns abades.

Igreja

A Igreja de Santa Maria de Alcobaça é composta por três naves (uma central e duas laterais) e um transepto – além de um deambulatório, que circunda a Capela-Mor e dá acesso à Sacristia Nova e à Capela Relicário. Tanto quanto se sabe, este templo religioso foi consagrado a 20 de outubro de 1253.

Como outras abadias cistercienses, a Igreja de Santa Maria de Alcobaça (e o respetivo mosteiro) apresenta uma arquitetura austera, despojada de elementos decorativos. Outras caraterísticas estilísticas desta ordem religiosa são o recurso a materiais locais e a predominância do branco – neste caso, conseguido graças à pedra calcária.

Retábulo da Morte de São Bernardo
Santa Maria de Alcobaça

A Igreja de Santa Maria de Alcobaça tem mais de 100 metros de comprimento e uma largura média de mais de 20 metros (a do transepto ultrapassa os 50 metros). Quanto às naves, estas atingem uma altura de cerca de 20 metros! No deambulatório, existem nove capelas radiais, enquanto que o transepto tem outras quatro.

Túmulo de D. Pedro

D. Pedro I foi Rei de Portugal e dos Algarves de 1357 até à sua morte em 1367. E o seu túmulo, ocupa o centro da ala sul do transepto da Igreja de Santa Maria de Alcobaça.

Na História de Portugal, o monarca é conhecido por ter sido protagonista de um amor proibido com D. Inês de Castro, uma das aias da sua esposa.

D. Pedro I e D. Inês de Castro casaram em segredo e tiveram quatro filhos (D. Afonso, D. Beatriz. D. João e D. Dinis).

Curiosamente, a legitimação desse matrimónio e da sua descendência só foi tornada pública a 12 de junho de 1360, na Declaração de Cantanhede!

Túmulo de D. Inês de Castro

D. Inês de Castro foi uma nobre galega, que chegou à corte portuguesa como aia de D. Constança Manuel, a mulher de D. Pedro I.

Reza a lenda que a relação entre D. Pedro I e D. Inês de Castro começou logo após o casamento do futuro rei de Portugal com D. Constança Manuel.

Devido à origem estrangeira de D. Inês de Castro, o então rei D. Afonso IV foi sempre contra a relação do filho. Inclusive, mandou exilar D. Inês de Castro em 1344, no Castelo de Albuquerque (na fronteira com o Reino de Castela)!

Após anos de conflito com o filho, D. Afonso IV ordenou a três dos seus conselheiros reais que assassinassem D. Inês de Castro, em 1355!

Panteão Régio

Sabias que o Mosteiro de Alcobaça foi o segundo panteão régio a ser estabelecido em Portugal, depois do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra? Fora os túmulos D. Pedro e D. Inês de Castro, o monumento é o local de enterro dos reis D. Afonso II e D. Afonso III, e das rainhas D. Urraca de Castela e D. Beatriz de Castela!

Túmulo da Rainha D. Urraca de Castela
Túmulo da Rainha D. Beatriz de Castela

Concluído em 1782 a pedido do frei Manuel de Mendonça, o Panteão Régio foi a primeira obra neogótica realizada no país. Porém, já existia um panteão primitivo desde a primeira metade do século XIII. Nessa altura, localizava-se na galilé que existia à entrada da Igreja de Santa Maria de Alcobaça – hoje desaparecida.

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