Museu Nacional Dos Coches: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

O Museu Nacional dos Coches é um dos museus mais únicos e fascinantes em toda a Europa. Isto porque, tal como o nome indica, o seu acervo possui alguns dos mais belos e importantes coches, berlindas, carruagens e outros tipos de viaturas da História de Portugal!

Localizado a poucos metros do rio Tejo e do Palácio Nacional de Belém (a residência oficial do Presidente da República), o Museu Nacional dos Coches é, sem dúvida, um dos melhores lugares para visitar nesta zona turística de Lisboa!

Por isso, queres saber mais sobre o Museu Nacional Dos Coches: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

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Museu Nacional dos Coches
Museu Nacional dos Coches

Breve História do Museu Nacional dos Coches

O Museu dos Coches Reaes (o primeiro deste tipo a nível mundial) foi inaugurado no dia 23 de maio de 1905, no salão do antigo Picadeiro Real. A ideia para a criação deste espaço partiu da rainha D. Amélia d’Orleães e Bragança (mulher do rei D. Carlos I), que pretendia exibir num único local as viaturas da Casa Real.

Até então, as dezenas de coches, berlinas e carruagens da Coroa Portuguesa estavam espalhadas pelo país, “escondidas” nas cocheiras dos vários palácios reais. E D. Amélia, reconhecendo o valor histórico e patrimonial destas viaturas, encontrou assim uma forma de as valorizar e preservar.

Com a Implantação da República Portuguesa (a 5 de outubro de 1910), a coleção do Museu dos Coches Reaes cresceu exponencialmente, com a chegada de todas as viaturas da agora extinta Casa Real e de outras vindas do Patriarcado de Lisboa e de diversas famílias nobres.

No ano seguinte, o sítio passou a denominar-se Museu Nacional dos Coches – mas a falta de espaço nunca permitiu expor a totalidade da coleção. Só passado mais de um século é que todos os coches viram a luz do dia, com a inauguração do novo edifício do Museu Nacional dos Coches no dia 23 de maio de 2015!

O Que Ver no Museu Nacional dos Coches

Antes de mais nada… O que é um coche?

O Coche é uma viatura de aparato e viagem que surgiu no início do século XV, em Kocs (na Hungria). Aliás, o termo “coche” (usado em português, francês e espanhol) deriva do nome desta vila, que inspirou adaptações linguísticas noutros países europeus: “coach” (em inglês), “cocchio” (em italiano), “Kutsche” (em alemão), etc.

Apesar de se chamar Museu Nacional dos Coches, a coleção deste museu é constituída por quase 80 viaturas de vários tipos e que pertenceram tanto à Casa Real Portuguesa como a figuras do clero e da aristocracia. Além de coches, encontras berlindas, seges, liteiras, cadeirinhas, carruagens, landaus e muito mais!

Coche de D. João V

Uma das primeiras viaturas imperdíveis do Museu Nacional dos Coches é o Coche de D. João V.

Com mais de 6 metros de comprimento, é mais um dos símbolos de ostentação e poder deste monarca, que se comparava a Luís XIV de França!

Esta viatura de aparato resultou do trabalho de quatro artistas: o escultor José de Almeida, o entalhador Félix Vicente Almeida, e os pintores José da Costa Negreiros e Pierre-Antoine Quillard.

O uso excessivo de tons avermelhados e dourados é caraterístico desta época extravagante nas cortes europeias e a decoração requintada antecipa o apogeu do estilo rococó.

Coche dos Oceanos

Na minha opinião, este é a viatura mais deslumbrante do Museu Nacional dos Coches. É um carro triunfal com mais de 7 metros e concebido em estilo romano (isto é, com uma caixa aberta), sendo todo pintado a ouro e revestido a veludo de seda vermelha.

O Coche dos Oceanos foi um dos cinco coches temáticos que integraram o cortejo da Embaixada Portuguesa ao Papa Clemente XI, a 8 de julho de 1716.

A minha parte favorita é a cena representada na retaguarda: o Oceano Atlântico aperta a mão do Oceano Índico, como símbolo da passagem do Cabo da Boa Esperança. Estes estão acompanhados por Apolo (ao centro) e pelas figuras da Primavera e do Verão, sendo que as do Outono e do Inverno se encontram do outro lado, junto ao banco do cocheiro.

Coche da Coroação de Lisboa

O Coche da Coroação de Lisboa é outro dos cinco coches da embaixada, que participaram no cortejo para o Papa Clemente XI em Roma. Esta cerimónia foi muito importante para Lisboa, porque a cidade ganhou um Cardeal-Patriarca.

Modelo italiano com caixa aberta, é forrado a seda vermelha e ornamentado em talha dourada com episódios dos Descobrimentos Portugueses (muito semelhante ao Coche dos Oceanos).

Tal como o nome indica, este carro triunfal retrata Lisboa (ao centro) sendo coroada pela Fama (do lado direito) e pela Abundância (do lado esquerda). A completar a cena, estão dois génios (em cima), bem como um dragão alado (o símbolo da Casa Real) no meio das figuras de África e da Ásia (em baixo).

Coche de D. José I

O Coche de D. José I foi realizado por dois artistas que trabalharam na conceção do Coche de D. João V (José de Almeida e Félix Vicente Almeida), assim como pelo pintor Cirilo Volkmar Machado.

Outro detalhe em comum entre os coches dos dois monarcas (que eram filho e pai) é o facto de se inspirarem nos coches reais franceses – neste caso, nos das cortes de Luís XIV e Luís XV, respetivamente.

Um dos elementos decorativos que se destacam neste exemplar em exposição no Museu Nacional dos Coches é a estátua de uma Águia-Imperial, a imagem de marca do poder real.

Esculpida em talha dourada, a ave coroa um quadro de génios alados segurando grinaldas de flores e frutos exóticos – uma referência ao Brasil.

Coche da Mesa

Este coche insólito ficou conhecido como Coche da Mesa, por causa da mesa amovível que decora o seu interior e que era utilizada para as refeições. E ao contrário dos coches mencionados anteriormente, este tem uma caixa fechada – o que permitia fazer viagens mais prolongadas ou em condições atmosféricas adversas.

O Coche da Mesa ficou também marcado na História de Portugal, pois foi utilizado num episódio conhecido como “A Troca das Princesas”. Em resumo, as duas coroas ibéricas decidiram organizar um duplo casamento após a Guerra da Sucessão Espanhola, de forma a consolidarem as suas relações políticas.

Assim sendo, a Família Real Portuguesa viajou de Lisboa para “entregar” a Princesa Maria Bárbara ao Príncipe Fernando (futuro Fernando VI, Rei de Espanha). E a Família Real Espanhola viajou de Madrid para “entregar” a Princesa Mariana Vitória ao Príncipe José (futuro D. José I, Rei de Portugal).

O local escolhido foi o rio Caia, que faz fronteira entre Elvas (na Região do Alentejo, Portugal) e Badajoz (na Região da Extremadura, Espanha). A cerimónia aconteceu no dia 19 de janeiro de 1729 e é mencionado no romance “Memorial do Convento” (1982) de José Saramago – o Prémio Nobel da Literatura em 1998.

Berlinda de D. Maria I

A Berlinda foi inventada na cidade de Berlim (na Alemanha) – daí o nome – na segunda metade do século XVII. Em comparação com o Coche, era um meio de transporte muito mais confortável (para quem viajava dentro da caixa) e estável (para quem o conduzia).

As berlindas mais antigas em exposição no Museu Nacional dos Coches foram encomendadas por D. João V a fabricantes parisienses. No entanto, a Berlinda de D. Maria I é uma obra portuguesa do século XIX em estilo neoclássico, cuja decoração mais simples contrasta com os exageros do período rococó.

Mala-Posta

A Mala-Posta começou a circular em Portugal no final da década de 1850, depois da conclusão de uma nova estrada que ligava Lisboa ao Porto. Era uma viatura destinada a viagens de longo curso e que demorava 34 HORAS a percorrer o trajeto entre as duas cidades! Agora percebo porque é que foi substituída pelo comboio…

Pelo caminho, parava em 23 estações para trocar os cavalos e para os passageiros puderem descansar e comer. Estes viajavam nos dois compartimentos inferiores, sendo que o tejadilho servia para transportar a bagagem. Já o correio tinha uma caixa reservada no centro da carruagem.

Carruagem Celular

A Carruagem Celular em exposição no Museu Nacional dos Coches é a viatura mais antiga de tração animal para o transporte exclusivo de presos. A caixa, praticamente fechada na sua totalidade, possuía seis celas (três de cada lado) onde seguiam os reclusos fechados à chave.

Cada uma das seis portas das celas tinha uma pequena chapa metálica, que os guardas abriam para vigiar ou comunicar com os detidos – tal como acontece nas solitárias das prisões. Do lado de fora não existem janelas – as que vês são falsas – apenas respiradouros. O acesso fazia-se por uma única porta nas traseiras.

Automóvel

O único automóvel do Museu Nacional dos Coches é, provavelmente, o mais importante do país. Tudo porque se trata do primeiro automóvel que circulou em Portugal, no ano de 1895! Fabricado em França, é um carro a motor da marca parisiense Panhard et Levassor.

Com um motor a gasolina de 1300cc e potência de 3 cavalos, o automóvel conseguia atingir uma velocidade máxima de 26 km/h! Uma loucura, não? Este modelo de quatro lugares pertenceu ao Conde Jorge de Avillez e foi motivo de grande alvoroço, quando o conduzia nas ruas de Lisboa.

Landau do Regicídio

O Landau foi inventado na cidade homónima alemã e era considerado uma carruagem de luxo, reservada às famílias reais e nobres. É facilmente reconhecido das demais viaturas do Museu Nacional dos Coches pelas suas capotas de couro rebatíveis, que se uniam ao meio para formar uma carruagem fechada.

Contudo, este landau em específico tornou-se numa das viaturas mais conhecidas em Portugal pelo seu destino trágico: no dia 1 de fevereiro de 1908, a Família Real tinha acabado de chegar do Paço Ducal de Vila Viçosa e atravessava o Terreiro do Paço, quando se deu um atentado!

A rainha D. Amélia e o infante D. Manuel (futuro D. Manuel II, o último Rei de Portugal) escaparam com ferimentos ligeiros, mas o rei D. Carlos I e o príncipe D. Luís Filipe (herdeiro do trono) foram assassinados. Ainda é possível ver as marcas da balas no “Landau do Regicídio”, a viatura mais fotografada do Museu Nacional dos Coches!

Guia Prático do Museu Nacional dos Coches

Independentemente da zona de Lisboa onde estejas, é muito fácil chegar ao Museu Nacional dos Coches de carro ou em transportes públicos. Isto porque o museu é servido por autocarros (linhas 28, 714, 727, 729, 751), elétrico (número 15E), comboio (Linha de Cascais) e até por barco/ferry!

Se estiveres a conduzir, podes estacionar na Praça Afonso de Albuquerque (em frente ao Palácio Nacional de Belém e ao Museu Nacional dos Coches), ou então junto ao rio Tejo, no parque de estacionamento do Terreiro das Missas (entre a Doca de Belém e a Estação Fluvial de Belém) ou no do Museu da Eletricidade.

1. Planeia um Dia Inteiro em Belém

O Museu Nacional dos Coches está aberto de terça-feira a domingo, das 10:00 às 18:00. Já o museu original situado no antigo Picadeiro Real está aberto de quarta a segunda-feira, também das 10:00 às 18:00. Em ambos os museus, a última entrada acontece às 17:30.

Já que Belém tem um património tão rico no que toca a museus, palácios e outros monumentos, porque não dedicar um dia inteiro a conhecer esta zona histórica? Por exemplo, nas imediações do Museu Nacional dos Coches, podes visitar:

2. Decide entre um Bilhete Simples ou Combinado

Um bilhete simples para o Museu Nacional dos Coches custa 8€ e um para o Picadeiro Real custa 4€. No entanto, existe um bilhete combinado a 10€ (o Bilhete Coches) e até uma outra opção a 12€ (o Bilhete Calçada Real), se quiseres visitar o Museu Nacional dos Coches juntamente com o Palácio Nacional da Ajuda!

Em qualquer um dos casos, podem usufruir de 50% de desconto: os visitantes com 65 anos ou mais, os detentores do Cartão de Estudante e/ou Cartão Jovem, assim como todos os que queiram adquirir o Bilhete Família (disponível para 1 adulto e 2 menores de 18 anos, no mínimo).

No que diz respeito à entrada livre, esta está disponível todos os domingos e feriados até às 18:00, para todos os cidadãos residentes em Portugal. Fora isso, alguns grupos têm sempre direito a esta isenção, como os menores de 12 anos – mas consulta o site oficial do Museu Nacional dos Coches, para leres todas as informações.

3. Visita outro Museu Nacional em Lisboa

Enquanto capital de Portugal, a cidade de Lisboa acolhe um grande número de Museus Nacionais, que podes (e deves) acrescentar ao teu roteiro. Além do Museu Nacional dos Coches e do Museu Nacional de Arqueologia (ambos localizados na zona de Belém), também podes visitar o:

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