Como Visitar O Chalet Da Condessa D’Edla Em 2024

O Chalet da Condessa d’Edla em Sintra foi idealizado pelo rei D. Fernando II e por Elise Hensler (a Condessa d’Edla e sua segunda esposa), entre 1864 e 1869. Podes encontrá-lo no coração do Parque da Pena, a menos de dois quilómetros do Palácio Nacional da Pena, o expoente máximo da arquitetura romântica em Portugal.

Desenhado ao estilo dos chalés alpinos, o Chalé da Condessa d’Edla é uma residência bem mais modesta do que o antigo palácio real, que domina a paisagem verdejante da Serra de Sintra. Aliás, este pequeno refúgio campestre permitia ao rei e à condessa viver afastados dos olhares e comentários da Corte Portuguesa!

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Chalet da Condessa d'Edla
Chalet da Condessa d'Edla

Breve História do Chalet da Condessa d’Edla

Elise Friederike Hensler nasceu na Suíça em 1836. Depois de ter passado a infância e adolescência em Boston (nos Estados Unidos), voltou para a Europa, a fim de terminar os seus estudos. A jovem assentou na cidade de Paris (França) e tornou-se cantora de ópera, atuando no icónico Teatro alla Scala, em Milão (Itália).

Elise Hensler visitou Portugal pela primeira vez em 1860, quando integrava a Companhia de Ópera de Laneuville. Depois de ter cantado no Teatro Nacional de São João (no Porto), voltou a subir aos palcos portugueses poucas semanas depois, desta vez no Teatro Nacional de São Carlos (em Lisboa).

Foi nesta ocasião que conheceu o rei D. Fernando II, que se apaixonou imediatamente por ela. O monarca, viúvo da rainha D. Maria II desde 1953, convidou Elise Hensler para viver com ele no Palácio Nacional da Pena. E em 1869, os dois casaram-se em Lisboa, tendo Elise Hensler recebido o título de Condessa d’Edla.

É por isso que o Chalet da Condessa d’Edla é muito mais do que uma residência de veraneio. Este chalé pitoresco simboliza o amor que o casal nutria um pelo outro, assim como os interesses que tinham em comum: a paixão pela música, artes, arquitetura e botânica!

Quando D. Fernando II morreu em 1885, deixou todos os seus bens a Elise Hensler (incluindo o Castelo dos Mouros e o Palácio Nacional da Pena). Contudo, a Casa Real Portuguesa procurou reverter esta decisão e a Condessa d’Edla vendeu as propriedades ao Estado, ficando autorizada a residir no chalé e a usufruir do seu jardim.

Em 1910, Elise Hensler mudou-se para Lisboa, onde viria a falecer dezanove anos depois. Com o fim da monarquia em Portugal, o Chalet da Condessa d’Edla ficou ao abandono e, em 1999, foi consumido por um incêndio. Depois de vários anos de obras de recuperação e intervenção, reabriu finalmente ao público em 2011.

Património Mundial

Sabias que o Chalet da Condessa d’Edla fez parte do quarto conjunto de inscrições de Portugal na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 19ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Berlim (Alemanha), entre os dias 4 e 9 de dezembro de 1995.

No entanto, a Paisagem Cultural de Sintra inclui muitos outros sítios Património Mundial da UNESCO além do Chalet da Condessa d’Edla, como o Convento dos Capuchos, o Castelo dos Mouros, o Palácio de Monserrate, o Palácio Nacional da Pena, o Palácio Nacional de Sintra, a Quinta da Regaleira e a Vila Sassetti, entre outros.

Hoje em dia, Portugal é o décimo-oitavo país do mundo e o nono país da Europa com mais sítios UNESCO, empatado com a Chéquia e a Polónia. Possui dezassete bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar catorze:

Como Chegar ao Chalet da Condessa d’Edla

Existem três formas de chegar ao Chalet da Condessa d’Edla desde o centro histórico de Sintra: de carro, de autocarro ou a pé. Uma vez que o monumento fica num dos pontos mais altos da Serra de Sintra, é possível que dispenses caminhar até lá. Mas existem alguns percursos pedestres (desde a Vila de Sintra até ao Palácio Nacional da Pena e ao Castelo dos Mouros) para os amantes de trilhos e de Natureza, que podes consultar no Posto de Turismo!

Das três vezes que visitei Sintra, viajei de carro – se bem que escolhi deixá-lo sempre num parque de estacionamento gratuito (à entrada da vila) e optar pelo autocarro. Isto é algo que recomendo vivamente, sobretudo durante a época alta. Não só é difícil encontrar lugar à porta de cada palácio, como o próprio estacionamento é bastante caro.

Se estiveres em Lisboa e quiseres viajar de transportes públicos até Sintra, podes consultar os horários dos comboios no site da CP – Comboios de Portugal. Uma vez na estação ferroviária da vila, só tens de apanhar o autocarro 434 da Scotturb, que te leva à “Entrada dos Lagos” (uma das entradas do Parque da Pena) ou à entrada principal do Palácio Nacional da Pena. Esta linha turística chama-se “Circuito Pena” e tem um custo fixo de 6.90€ (ida e volta).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Chalet da Condessa d’Edla está aberto todos os dias, das 09:00 às 18:00, sendo que a última entrada acontece às 17:30. Já o Parque da Pena abre à mesma hora, mas fecha uma hora mais tarde (ou seja, às 19:00).

No que diz respeito aos bilhetes, a visita ao Chalet da Condessa d’Edla está incluída em dois tipos de bilhete:

  • Bilhete Palácio Nacional da Pena – custa 14€ (dos 18 aos 64 anos) ou 12.5€ (dos 6 aos 17 anos, e para maiores de 65 anos), e dá acesso tanto ao Palácio como ao Parque
  • Bilhete Parque da Pena – custa 7.5€ (dos 18 aos 64 anos) ou 6.5€ (dos 6 aos 17 anos, e para maiores de 65 anos), e dá apenas acesso ao Parque

Para cada uma das modalidades, existe um bilhete de família (para dois adultos e duas crianças) a 49€ ou a 26€, respetivamente.

O Que Ver no Chalet da Condessa d’Edla

Chalet da Condessa d’Edla

O Chalet da Condessa d’Edla é composto por dois pisos e por pouco mais de uma dezena de divisões. E apesar de cada espaço ter uma função específica, todos têm algo em comum: os elementos arquitetónicos e os apontamentos decorativos evidenciam um estilo naturalista.

O rei D. Fernando II e a Condessa d’Edla procuraram desenhar um chalé que se enquadrasse com a paisagem do Parque da Pena o mais harmoniosamente possível. Por essa razão, recorreram a materiais que estavam muito em voga naquela época: madeira, cortiça, estuque, azulejo, etc..

Eis as salas e quartos que podem ser visitados no interior do Chalet da Condessa d’Edla:

RÉS-DO-CHÃO:

  • Sala Interpretativa
  • Cozinha
  • Vestíbulo Nobre
  • Sala de Jantar
  • Sala das Heras
  • Átrio da Escadaria Central

PRIMEIRO ANDAR:

  • Quarto das Rendas
  • Quarto Principal
  • Quarto de Vestir do Rei (ou Escritório)
  • Quarto Secundário

Cozinha

Depois de uma primeira Sala Interpretativa, onde é possível descobrir a história do Chalet da Condessa d’Edla e dos seus proprietários, a visita ao interior deste refúgio campestre começa na Cozinha.

Este compartimento apresenta umas dimensões consideráveis e está dividido em duas zonas de serviço distintas:

  • Copa – com acesso direto aos jardins, era o local onde se preparavam as refeições frias, como as saladas e as sobremesas
  • Cozinha – onde estavam instalados o fogão e o forno, para a confeção dos pratos quentes

Curiosamente, o revestimento das paredes a azulejos azuis e brancos é um elemento único em toda a construção do edifício.

Vestíbulo Nobre

Como é possível perceber pelo nome, o Vestíbulo Nobre costumava funcionar como entrada principal do Chalet da Condessa d’Edla.

Daqui, era possível aceder à Sala das Heras (à esquerda) e à Sala de Jantar (à direita), as duas únicas divisões da casa que os convidados estavam autorizados a frequentar.

A terceira porta em frente conduzia D. Fernando II e Elise Hensler ao Átrio da Escadaria Central, por onde podiam subir até aos seus aposentos privados, no primeiro andar.

Os criados também atravessavam o Átrio da Escadaria Central em direção à Cozinha e às restantes áreas de serviço, que se situavam nas traseiras do chalé, escondidas do casal.

Sala de Jantar

A Sala de Jantar do Chalet da Condessa d’Edla está totalmente forrada a painéis de madeira e cortiça, formando desenhos simétricos.

Tanto quanto se sabe, o rei e a condessa faziam as suas refeições no exterior sempre que possível. Aliás, o casal era grande adepto de longos piqueniques no Parque da Pena!

Quando o tempo não era favorável, D. Fernando II e Elise Hensler almoçavam ou jantavam nesta sala. Ocasionalmente, recebiam visitas de amigos ou de membros da família mais próxima.

Hoje em dia, a Sala de Jantar está mobiliada com vitrinas, onde estão expostas loiças e outros utensílios domésticos da própria Condessa d’Edla.

Sala das Heras

A Sala das Heras era tanto a Sala de Estar como a Sala de Visitas oficial do rei D. Fernando II e da Condessa d’Edla.

O seu nome é uma clara alusão aos detalhes em estuque, que compõem o teto e as quatro esquinas da sala, e imitam trepadeiras de hera, troncos e ramos de árvores.

A ideia de comunhão do interior naturalista do Chalet da Condessa d’Edla com o exterior verdejante do Parque da Pena era prolongada pelas portas e janelas, com vistas e acesso direto para o jardim.

Nos dias quentes e amenos, estas estavam sempre abertas, para reforçar essa ligação bucólica e romântica.

Escadaria Central

O Átrio da Escadaria Central tem uma função muito semelhante à do Vestíbulo Nobre: servia como divisão das zonas privada, pública e de serviço do Chalet da Condessa d’Elsa.

Também conhecido como Átrio da Escada, é um espaço decorado com uma pintura mural lindíssima, a imitar madeira.

Se subires o primeiro lanço de escadas, vais deparar-te com o brasão de armas de D. Fernando II. Isto porque, apesar do chalé ser pequeno e modesto, continuava a funcionar como residência real.

O resto da visita ao interior do Chalet da Condessa d’Edla continua no primeiro andar, inteiramente exclusivo aos proprietários e aos criados, que os ajudavam a vestir-se no dia a dia.

Quarto das Rendas

O Quarto das Rendas é igualmente apelidado de Toilette da Condessa, uma vez que era o quarto de vestir de Elise Hensler.

Instalado mesmo em frente ao Quarto de Vestir do Rei (ou Escritório), o Quarto das Rendas ganhou este nome devido às rendas que cobrem as paredes e o teto, em tons de azul e branco.

Esta escolha decorativa era muito popular na altura em que o Chalet da Condessa d’Edla foi construído. Como a renda é um tecido muito delicado e feminino, o conceito era reproduzido em quartos de vestir, toilettes e boudoirs de senhora.

No Quarto das Rendas, podes ainda observar alguns objetos pessoais da Condessa, que ela utilizava na sua higiene pessoal e nas trocas de roupa.

Quarto Principal

O Quarto Principal (ou Quarto de Cama) é, provavelmente, a divisão do Chalet da Condessa d’Edla que tem as melhores vistas.

Na altura em que D. Fernando II e Elise Hensler aqui viveram, ainda não havia muita vegetação.

Por isso, o casal tinha vistas panorâmicas para o Palácio Nacional da Pena, para o Jardim da Condessa d’Edla e até para o Oceano Atlântico desde a sua varanda privativa!

Outro aspeto curioso é o facto do rei e da condessa partilharem o mesmo quarto de dormir. Naquele tempo, era comum marido e mulher dormirem em quartos separados – sobretudo se pertencessem à realeza ou à alta aristocracia.

Quarto de Vestir do Rei (ou Escritório)

O Quarto de Vestir do Rei (ou Escritório) contrasta bastante com o Quarto das Rendas, graças ao seu revestimento em painéis de cortiça.

Como já deves ter reparado, ambas as divisões do Chalet da Condessa d’Edla estavam destinadas à higiene e troca de vestuário dos proprietários. Mas a Toilette d’el Rei era um espaço marcadamente masculino.

Aqui, D. Fernando II possuía uma secretária de madeira, onde trabalhava ocasionalmente (daí a designação alternativa de “Escritório”).

O restante mobiliário centrava-se num lavatório (com regador) e num espelho, que o monarca utilizava para fazer a barba.

Quarto Secundário

A última paragem nesta visita às salas e quartos do Chalet da Condessa d’Edla é o Quarto Secundário. Pintado em tons de rosa e branco, localiza-se diretamente por cima da zona de serviço, no lado oposto ao Quarto Principal (ou seja, nas traseiras da casa).

Hoje em dia, o Quarto Secundário está completamente vazio, sem qualquer peça de mobiliário ou utensílio doméstico. Ainda assim, sabe-se que o espaço funcionava como guarda-roupa do casal e como sala de estar particular da condessa, contendo vários roupeiros e até uma secretária de trabalho.

Jardim da Condessa d’Edla

O rei D. Fernando II era não só um apaixonado pela arte, como também um fervoroso adepto de botânica. Por isso, decidiu reunir no Parque da Pena (e sobretudo no jardim que rodeia o Chalet da Condessa d’Edla) árvores, flores e outras plantas, provenientes de várias partes do mundo.

O resultado é uma coleção com mais de duzentas espécies botânicas, que o monarca e a sua segunda esposa plantaram entre os anos de 1866 e 1885. Aqui, encontras tanto exemplares autóctones como vegetação exótica, dos quais se destacam:

  • Camélias – as variedades cultivadas tinham o nome de membros da família real, incluindo o do rei D. Fernando II (de cor rosa) e o da Condessa d’Edla (de cor branca). Este conjunto de flores situa-se muito perto das “Pedras do Chalet”, um miradouro natural feito de blocos de granito
  • Azáleas e Rododendros – estes dois arbustos de flores têm origem na China e foram uma das primeiras espécies a ser plantadas no Jardim da Condessa d’Edla, mais especificamente naquele que é conhecido agora como o “Jardim das Azáleas”
  • Fetos-arbóreos – outra das zonas do Jardim da Condessa d’Edla chama-se “Feteira da Condessa” e acolhe a primeira coleção de fetos do Parque da Pena, vindos da Austrália e da Nova Zelândia

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