Como Visitar O Santuário Do Bom Jesus Em 2024

O Santuário do Bom Jesus em Braga é uma referência da arte neoclássica portuguesa e o santuário mais conhecido de Portugal, depois do Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Assim sendo, explorar este sacromonte é uma experiência muito recomendada para todos os viajantes e turistas que visitam tanto a cidade de Braga, como a região norte do país.

O Bom Jesus de Braga fica a poucos quilómetros do centro histórico, mas tem excelentes acessos e meios de transporte disponíveis. Escolhido pelos bracarenses como um local para praticar desporto – devido aos escadórios e parque natural – é igualmente o sítio perfeito para admirar o pôr do sol sobre a cidade.

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Santuário do Bom Jesus
Santuário do Bom Jesus

Breve História do Santuário do Bom Jesus

Em 1473, existia uma pequena ermida dedicada à Santa Cruz no local onde atualmente se encontra o Santuário do Bom Jesus. Já em 1494, o então Arcebispo de Braga, D. Jorge da Costa, mandou construir uma segunda ermida, que viria a ser reedificada e ampliada pelo deão bracarense D. João da Guarda em 1522.

No entanto, a primeira grande data na história deste santuário foi o ano de 1629, quando um grupo de devotos da cidade decidiu fundar uma confraria dedicada ao Bom Jesus do Monte. Assim, a encosta ocidental do Monte Espinho ganhou uma conotação simbólica ao Monte Calvário, uma prática que se vinha implementando em vários pontos de Itália e da Europa Central desde o Concílio de Trento.

Várias capelas alusivas aos Passos da Paixão de Cristo foram construídas nesta altura. Quanto ao templo propriamente dito, a sua reabilitação só começou em 1722, graças ao Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles. Aliás, este clérigo foi também o responsável pela conceção dos primeiros escadórios – nomeadamente o Escadório dos Cinco Sentidos – e de diversas Capelas da Via Sacra.

Nas décadas seguintes, acrescentou-se o Pórtico do Bom Jesus ao escadório, o templo ficou concluído e as capelas do complexo sofreram reformas sucessivas. Mas a grande afluência de peregrinos e fiéis obrigou à edificação de uma nova igreja, cujas obras começaram no dia 1 de junho de 1784, a partir de um desenho do arquiteto bracarense Carlos Amarante.

No século XIX, o Santuário do Bom Jesus era considerado o maior centro de peregrinação de Portugal e só perdeu esta popularidade por causa das Aparições de Fátima em 1917. Hoje em dia, este “monte sagrado” inclui uma escadaria em ziguezague pontuada por ermidas, estátuas e esculturas de figuras bíblicas, terreiros amplos com pequenas capelas, fontes com significados alegóricos e astrais, um parque natural e uma igreja elevada à categoria de Basílica a 5 de julho de 2015.

Património Mundial

Sabias que o Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga fez parte do décimo-segundo conjunto de inscrições de Portugal na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 43ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Baku (Azerbaijão), entre os dias 30 de junho e 10 de julho de 2019.

Apenas um outro sítio português foi anunciado na sessão: o Real Edifício de Mafra – Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada.

Hoje em dia, Portugal é o décimo-oitavo país do mundo e o nono país da Europa com mais sítios UNESCO, empatado com a Chéquia e a Polónia. Possui dezassete bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar catorze:

Como Chegar ao Santuário do Bom Jesus

O Santuário do Bom Jesus encontra-se a menos de 5 km do centro histórico de Braga, mas existem autocarros que fazem este percurso em vinte minutos. Para isso, deves dirigir-te à paragem Liberdade (25 de Abril) na Avenida da Liberdade, apanhar a linha 2 dos TUB (Transportes Urbanos de Braga) e sair na última paragem (Bom Jesus).

No trajeto inverso, a paragem no centro de Braga chama-se Central II. O bilhete turístico para um dia custa 3.35€ por pessoa (e para dois dias, o preço são 6.05€), mas podes consultar todas as informações no site oficial dos TUB.

Caso viajes de carro, existe um parque de estacionamento gratuito no sopé do Monte Espinho. Contudo, tem em atenção que para chegares ao topo do Santuário do Bom Jesus, deves pagar um ingresso no Elevador ou subir os quase 600 degraus dos Escadórios a pé!

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

A melhor altura para visitar o Santuário do Bom Jesus é de manhã (para que possas explorar o centro histórico de Braga de tarde) ou vice-versa. E se preferires dedicar mais do que um dia a conhecer a chamada “Cidade dos Arcebispos”, então podes conjugar este Património Mundial da UNESCO com uma ida aos vizinhos Santuário de Nossa Senhora do Sameiro e Santuário de Santa Maria Madalena da Falperra.

Se quiseres entrar de carro no recinto do Santuário, tens de pagar a quantia simbólica 1€ de estacionamento, mas atenção que estes lugares são escassos durante grande parte do dia. Apenas recomendo esta opção se visitares o Bom Jesus logo ao início da manhã ou fim de tarde, sobretudo durante a época alta.

O Que Ver no Santuário do Bom Jesus

Escadórios

A extensa escadaria do Santuário, que liga o Pórtico do Bom Jesus ao Largo do Pelicano (o largo antes do Adro, que antigamente se chamava Terreiro de Moisés) é, na verdade, constituída por três escadórios distintos: o Escadório do Pórtico, o Escadório dos Cinco Sentidos e o Escadório das Virtudes.

Escadório do Pórtico

O Escadório do Pórtico é o tal que sobe em ziguezague pelo meio de uma floresta densa. O seu começo é marcado pelo Pórtico do Bom Jesus (que lhe dá o nome), uma estrutura de granito formando um arco, que está decorado ao centro com o brasão do Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles.

Nos pilares deste arco estão duas pequenas fontes conhecidas como Fonte do Sol (do lado esquerdo) e Fonte da Lua (do lado direito). As figuras da estrela e do satélite estão presentes em baixo relevo, mas muito disfarçadas pelos líquenes que se desenvolveram na pedra.

Pelo caminho deste Escadório, vais encontrar outras fontes, bem como as primeiras seis Capelas da Via Sacra. Infelizmente, das várias capelas que foram construídas nos séculos XVII e XVIII, apenas sobreviveram duas até aos dias de hoje. As restantes são réplicas mais recentes dos últimos dois séculos.

As primeiras capelas que aparecem são a Capela da Última Ceia ou do Cenáculo (à direita) e a Capela da Agonia (ou do Horto) (à esquerda), logo atrás do Pórtico do Bom Jesus. Atualmente, o Santuário do Bom Jesus é constituído por dezanove capelas, das quais a maioria representa os Passos da Paixão de Cristo.

Ainda no Escadório do Pórtico, segue-se a Capela da Traição ou Prisão (e a Fonte de Diana), a Capela das Trevas (e a Fonte de Marte), a Capela da Flagelação (ou dos Açoites) (e a Fonte de Mercúrio) e a Capela da Coroação de Espinhos (e a Fonte de Saturno).

Escadório dos Cinco Sentidos

Exatamente 376 degraus depois, chegas a um miradouro com vistas deslumbrantes sobre a cidade de Braga. Neste pátio circular, que antigamente servia de zona de descanso para os peregrinos, existem mais duas capelas nas laterais.

A Capela do Pretório de Pilatos ou Ecce Homo (à direita) foi construída no século XIX, ao contrário da Capela da Subida para o Calvário (à esquerda), que já existia no tempo de D. Rodrigo de Moura Teles. Aqui, surge uma escadaria que conduz ao Terreiro das Chagas, onde começa o Escadório dos Cinco Sentidos.

Ao longo de 104 degraus repartidos por pequenos lances de escadas, as seis fontes de granito que decoram a zona central deste Escadório formam um cálice. Este ícone do Cristianismo é mais facilmente percetível do miradouro, como podes comprovar pela fotografia de capa deste artigo.

A primeira fonte chama-se Fonte das Cinco Chagas (ou Fonte das Cinco Correntes) e tem duas capelas de cada lado: a Capela das Quedas (ou do Cireneu) (à direita), e a Capela da Crucifixão (à esquerda). Inaugurada em 1744, veio substituir a antiga Fonte dos Sete Castelos.

As fontes seguintes representam os Cinco Sentidos e cada uma está associada a três personagens do Antigo Testamento, dispostas em triângulo – uma em cima e duas nas laterais. As estátuas de Jeremias e Moisés conduzem à Fonte da Visão, onde figura uma escultura identificada como Vir Prudens.

As próximas estátuas são da Esposa dos Cantares, Rei David e Idito, revelando a Fonte da Audição. Seguem-se as figuras de Sunamites, Noé e Vir Sapiens, junto da Fonte do Olfato. O Escadório continua com Esdras, Jónatas, José do Egito e a Fonte do Paladar. Por fim, surgem Isac, Isaías, Salomão e a Fonte do Tato.

Escadório das Virtudes

O Escadório das Virtudes é a terceira e última parte do Escadório do Bom Jesus e conta com 93 degraus (incluindo os do Largo do Pelicano), o que perfaz um total de 573 degraus! Tal como o nome indica, os próximos lanços de escadas são dedicados às Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade (ou Amor).

Concebido por Carlos Amarante (o arquiteto da Basílica do Bom Jesus), o Escadório das Virtudes data de 1837 e é o culminar da peregrinação pelo “monte sagrado”. Naquele tempo, já estava em voga o estilo neoclássico, com linhas simples e “pouca” ornamentação – quando comparado ao Escadório anterior.

À semelhança do Escadório dos Cinco Sentidos, é antecedido por um terraço e cada fonte está acompanhada por esculturas, neste caso, de figuras alegóricas. As estátuas da Confissão, Docilidade e Fé complementam a Fonte da Fé, enquanto que a Glória, Confidência e Esperança surgem com a Fonte da Esperança.

A última secção do Escadório das Virtudes apresenta esculturas, que representam a Paz, Benignidade e Caridade à volta da Fonte da Caridade. O percurso termina com a Capela de Maria Madalena e Capela de São Pedro, mesmo antes do Largo do Pelicano, requalificado em 2015.

Basílica do Bom Jesus do Monte

Embora a Basílica do Bom Jesus do Monte seja o templo principal do Santuário homónimo, existe uma série de capelas (e até estátuas) que a rodeiam. Assim, sendo, encontras a Capela do Levantamento ou da Elevação da Cruz e a Capela da Descida da Cruz de cada lado do Largo do Pelicano.

Já as estátuas são oito e decoram o Adro num semicírculo. De um lado estão Anás, Pilatos, Herodes e Caifás e do outro, José de Arimateia, Nicodemos, Centurião e Pilatos (de novo).

A Basílica do Bom Jesus foi um dos primeiros monumentos da arquitetura neoclássica em Portugal. A sua última pedra foi colocada a 20 de setembro de 1811, o que se traduz em 27 anos consecutivos de obras de construção!

Interior da Basílica

O interior da Basílica do Bom Jesus, com planta de cruz latina, é constituído por uma grande nave central e um transepto relativamente estreito, com uma pequena capela em cada extremidade: a Capela do Santíssimo Sacramento e a Capela das Relíquias.

Curiosamente, a Capela das Relíquias alberga o túmulo de São Clemente, um soldado romano do século III d.C., que foi martirizado. E o altar-mor reproduz fielmente a cena do Calvário, como já acontecia na igreja original deste Santuário.

A grande maioria da decoração da Basílica retrata episódios da vida (e morte) de Jesus Cristo – em especial os Milagres e a Paixão – quer seja através de quadros, painéis ou estátuas.

Elevador

O Elevador do Bom Jesus é uma atrações mais populares do santuário com o mesmo nome, acima de tudo por se tratar do funicular mais antigo, em serviço, no mundo a utilizar o sistema de contrapeso de água! Este ascensor hidráulico foi o primeiro funicular a ser construído na Península Ibérica e é atualmente operado pela Confraria do Bom Jesus.

As obras iniciaram-se a 25 de março de 1880 e terminaram dois anos depois, criando um percurso paralelo aos Escadórios, que sobe um desnível de mais de cento metros. O projeto foi concebido pelo engenheiro suíço Nikolaus Riggenbach, mas contou com a supervisão do engenheiro português Raul Mesnier du Ponsard e o financiamento do empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes.

O Elevador do Bom Jesus opera todos os dias do ano, mas tem um horário específico para o Inverno (1 de novembro a 27 de março) e Verão (28 de março a 31 de outubro). Portanto, para subir/descer o Monte Espinho, os dois funiculares circulam das 08:55 às 12:55 e das 13:55 às 17:55 (no Inverno), e das 08:55 às 19:55 (no Verão).

As viagens duram cerca de dez minutos e acontecem aos minutos 25 e 55 de todas as horas. Por último, o preço do bilhete é bastante simpático e uma excelente alternativa ao parque de estacionamento pago junto à Basílica: apenas 1.50€ (ida) e 2.50€ (ida e volta).

Parque Natural

O Parque Natural do Bom Jesus estende-se pelas laterais e traseiras da Basílica e é composto por grutas, coretos, jardins, estátuas, fontes, pontes, capelas, um lago e um parque de merendas, entre outros.

A gruta que aparece na foto é artificial e encontra-se entre o Hotel do Parque e a histórica Casa das Estampas. Foi criada no início do século XX a partir de um desenho de Ernest Korrodi e tem um coreto pitoresco no topo, que também serve de miradouro.

O parque propriamente dito é uma mata (ou floresta), com inúmeros trilhos e recantos para descobrir. O lago parece ser um dos espaços prediletos dos turistas, por causa dos seus passeios de barco, mas eu recomendo uma volta inteira ao recinto para poderes apreciar toda esta beleza natural!

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