Museu Municipal Carlos Reis: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

O Museu Municipal Carlos Reis foi fundado em 1933, na cidade de Torres Novas. E nove anos depois, recebeu o nome de Carlos Reis, um dos pintores naturalistas mais importantes da sua geração. O artista local pintava tanto retratos da realeza e nobreza da época, como cenas quotidianas do povo português. Além disso, ficou conhecido pela sua amizade com o rei D. Carlos I, o seu patrono principal!

O que mais impressiona no Museu Municipal Carlos Reis é a diversidade das coleções permanentes. Há um núcleo histórico e etnográfico de Torres Novas, uma exposição biográfica sobre Carlos Reis (com obras do próprio e de outros pintores), dezenas de artefactos arqueológicos pré-históricos e romanos (alguns deles encontrados nas Ruínas Romanas de Vila Cardílio) e uma coleção de arte sacra proveniente de vários templos da região!

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Museu Municipal Carlos Reis
Museu Municipal Carlos Reis

Breve História do Museu Municipal Carlos Reis

Carlos António Rodrigues dos Reis nasceu na cidade de Torres Novas, no dia 21 de fevereiro de 1863. Começou por ser empregado de uma tabacaria em Lisboa, mas já desde cedo evidenciava talento para o desenho e para a pintura. E em 1879, ingressou na Academia Real de Belas-Artes, localizada igualmente na capital portuguesa.

Três anos mais tarde, Carlos Reis teve a felicidade de conhecer o então príncipe D. Carlos através de um parente. Os dois rapidamente ficaram amigos depois de perceberam que partilhavam não só o primeiro nome e o ano de nascimento, mas também a paixão pela pintura.

O futuro rei de Portugal financiou os estudos do artista em Lisboa e mais tarde em Paris. Depois disso, Carlos Reis criou o Grupo Ar Livre, ensinou na Escola de Belas-Artes de Lisboa, tornou-se membro da Sociedade Nacional de Belas-Artes e foi eleito o primeiro diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea.

Sem nunca esquecer a sua terra natal, o pintor naturalista fundou o Museu Municipal de Torres Novas com Gustavo Pinto Lopes – o seu amigo de longa data e primeiro conservador do museu. Já depois da sua morte, a Câmara Municipal de Torres Novas decidiu honrar o seu mestre conterrâneo e atribuiu o nome de Carlos Reis ao museu da cidade.

O Que Ver no Museu Municipal Carlos Reis

Como referi na introdução, o acervo principal do Museu Municipal Carlos Reis consiste em quatro exposições permanentes (ou exposições de longa duração):

  • “TVRRES” – o núcleo etnográfico da história de Torres Novas (no piso de entrada)
  • “A Cor e a Luz da Alma Portuguesa” – a exposição biográfica sobre Carlos Reis, com obras do próprio e de outros pintores (no piso de entrada)
  • “O Canto de Avita” – o núcleo arqueológico, com dezenas de artefactos pré-históricos e romanos, alguns deles encontrados nas Ruínas Romanas de Vila Cardílio (no andar superior)
  • “Imagens do Homem, Idades de Deus” – a coleção de arte sacra proveniente de vários templos da região (no andar inferior)

Traje de Vereador

O “Traje de Vereador” é uma das muitas peças da exposição “TVRRES” (ou “TURRES”), o núcleo permanente da história de Torres Novas enquanto cidade e município, no Museu Municipal Carlos Reis.

Datado da primeira metade do século XIX, mais precisamente do reinado de D. João VI (1816-1826), esta vestimenta é composta por uma capa de tecido, uma faixa de seda, um chapéu de feltro, pele e seda, e uma vara de madeira.

A exposição “TVRRES” está organizada por ordem cronológica, abrangendo um período desde o século IV d.C. até ao início do século XX. Os objetos apresentados no Museu Municipal Carlos Reis incluem artefactos visigóticos e árabes, instrumentos de trabalho agrícola e elementos caraterísticos do folclore local.

Bandolim

O “Bandolim” é uma das peças integrantes da secção “Festa e Diversão”, na exposição “TVRRES” do Museu Municipal Carlos Reis. Já agora, os capítulos que tive a oportunidade de fotografar chamam-se (por ordem cronológica):

  • “Tvrres”
  • “Antes de Portugal”
  • “A Fundação do Concelho”
  • “Crescimento”
  • “Tempos Modernos”
  • “Um Rio na Paisagem”
  • “A Terra”
  • “Os Operários”
  • “Festa e Diversão”
  • “Tradições da Fé”
  • “A Etnografia”

O “Bandolim” era um instrumento musical muito utilizado pela burguesia portuguesa no século XIX, antes de ser adotado pela cultura popular. Este modelo foi construído em 1907 pela renomada Casa Vinaccia de Nápoles (na Itália) e é feito de madeira, madrepérola, papel, osso, tartaruga, prata e metal!

Móvel de Pintura do Rei D. Carlos I

Este “Móvel de Pintura do Rei D. Carlos I” foi oferecido a Carlos Reis pela Rainha D. Amélia, após o Regicídio de 1908 (que tirou a vida ao monarca e ao seu primogénito e herdeiro aparente, o príncipe Luís Filipe).

Executado em madeira e metal, o “Móvel de Pintura do Rei D. Carlos I” é uma das peças mais valiosas do Museu Municipal Carlos Reis, quer por ter pertencido ao penúltimo rei de Portugal, quer por simbolizar a amizade entre Carlos Reis e D. Carlos I.

No seu interior, ainda se encontram dezenas de materiais de pintura, entre pincéis e tintas. E no interior da tampa, é possível observar uma fotografia de Carlos Reis trabalhando, com este “Móvel de Pintura do Rei D. Carlos I” ao lado!

“Outono”, de Carlos Reis

A pintura de Carlos Reis pode ser dividida em três grandes géneros: a paisagem, o retrato e os costumes. E “Outono” é uma das melhores representações de paisagens de Carlos Reis, em exposição no Museu Municipal Carlos Reis. Quer dizer, repara na forma como o artista reproduziu a luz e a cor!

Carlos Reis criou este quadro a óleo sobre tela em 1915, numa altura em que os primeiros movimentos artísticos modernistas – como o expressionismo e o futurismo – já se manifestavam em Portugal. Ainda assim e apesar das suas diferenças, o pintor trabalhava e convivia com todo o tipo de artistas!

“Saúde aos Noivos”, de Carlos Reis

“Saúde aos Noivos” é um quadro a óleo sobre tela de 1930, que retrata bem um dos momentos mais icónicos dos casamentos portugueses: o brinde aos noivos. Carlos Reis imortalizou em tela diversos episódios do dia-a-dia da vida campestre, desde o trabalho nos campo de cultivo às cerimónias religiosas.

No Museu Municipal Carlos Reis, podes admirar outros exemplos de cenas da vida quotidiana do povo português, como “No Caminho da Fonte” (1887), “A Procissão (Estudo)” (primeira metade do século XX), “O Primeiro Filho” (sem data), “Talha Vidrada” (1926) e “Asas” (1933).

“Retrato de Meu Pai”, de João Reis

“Retrato de Meu Pai” é um quadro a óleo sobre tela, pintado por João Reis em 1937. Além de ser filho de Carlos Reis, João Reis foi seu aluno na Escola das Belas Artes de Lisboa e membro do Grupo Ar Livre, o antecessor do Grupo Silva Porto.

Carlos Reis fundou este grupo com alguns discípulos e companheiros das artes, entre os quais António Saúde, Falcão Trigoso, Frederico Aires e João Reis.

Curiosamente, estes quatro artistas ofereceram obras ao Museu Municipal Carlos Reis, aquando da sua conceção em 1933: “A Lezíria de Frielas”, de António Saúde; “Margens do Almonda”, de Falcão Trigoso; “Antes da Chuva”, de Frederico Aires; e “Ponte do Lamego”, de João Reis!

Estátua de Eros

Esta escultura do deus grego do amor e do erotismo é uma das peças mais relevantes do núcleo arqueológico “O Canto de Avita” e do Museu Municipal Carlos Reis.

A “Estátua de Eros” foi um das dezenas de artefactos encontrados nas Ruínas Romanas de Vila Cardílio. Entre outros, os arqueólogos descobriram cerâmicas, vidros, bronzes, ferros, moedas e joias!

Tanto quanto se sabe, esta pequena figura em mármore branco remonta ao século I d.C. Ou seja, é anterior a Cardílio e Avita – que viveram na Vila Cardílio no século IV d.C.

A exposição “O Canto de Avita” também se distribui em secções cronológicas: Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais e Romanização.

“São Miguel na Corte Celeste”, de Domingos Vieira Serrão

“São Miguel na Corte Celeste” ou “São Miguel Pesando as Almas” é um quadro a óleo sobre madeira da autoria de Domingos Vieira Serrão.

Este pintor maneirista português esteve ao serviço do rei Filipe II de Portugal (e III de Espanha) desde 1619 até à sua morte em 1632, tendo colaborado em inúmeros frescos do Convento de Cristo.

A obra “São Miguel na Corte Celeste” foi adquirida pela Câmara Municipal de Torres Novas em 1996, no leilão do espólio da Quinta da Torre de Santo António (ou Quinta do Marquês).

Com quase 2 metros de altura e mais de 1 metro de largura, é considerada uma das peças de arte sacra mais imponentes do Museu Municipal Carlos Reis!

Guia Prático do Museu Municipal Carlos Reis

1. Toma Nota de Todas as Informações Práticas

O Museu Municipal Carlos Reis está aberto de terça-feira a domingo, com dois horários distintos: das 09:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30 (de terça a sexta-feira) ou das 14:00 às 18:00 (aos sábados e domingos). E além das segundas-feiras, o museu encerra aos feriados.

A entrada no Museu Municipal Carlos Reis é gratuita para toda a gente!

2. Consulta as Exposições Temporárias Disponíveis

Como qualquer outro museu, o Museu Municipal Carlos Reis recebe todo o tipo de exposições temporárias (ou exposições de curta duração). Por exemplo, eu tive a oportunidade de ver a exposição “Cabrita – Alguns Bronzes E Também Faianças” de Pedro Cabrita Reis, um dos mais conceituados artistas plásticos portugueses!

3. Visita Outros Pontos de Interesse em Torres Novas

Torres Novas é um destino perfeito para se conhecer numa day trip desde Lisboa ou numa road trip pela sub-região do Médio Tejo (ou pelo distrito de Santarém). Mas o que poucos viajantes e turistas sabem é que Torres Novas tem pontos de interesse para conhecer tanto no centro histórico como fora da cidade!

Dois destes exemplos são as Grutas de Lapas e as Ruínas Romanas de Vila Cardílio – a 3 km e 5 km do centro de Torres Novas, respetivamente!

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