Museus Do Vaticano: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

Sabias que os Museus do Vaticano são o oitavo museu mais visitado do mundo e o sexto mais visitado da Europa? Ou que são o quinto maior museu do mundo e o terceiro maior da Europa, com 43.000 m2 de espaço de exposição?

Uma visita aos Museus do Vaticano é muito recomendada caso estejas em Roma, portanto leva este guia contigo. Terás todas as informações essenciais sobre horários, preços e acessos, e ainda as melhores dicas e sugestões. Podes igualmente encontrar as obras de arte imperdíveis, incluindo uma breve descrição das mesmas e a sua localização!

Por isso, queres saber mais sobre os Museus Do Vaticano: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

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Museus do Vaticano
Museus do Vaticano

Breve História dos Museus do Vaticano

Os Musei Vaticani foram primeiramente fundados como coleções de obras de arqueologia clássica. Em 1506, o Papa Júlio II decidiu expor peças como “Gruppo del Laocoonte” e “Apollo del Belvedere” no Cortile delle Statue. Este papa encomendou igualmente a Michelangelo uma renovação da Cappella Sistina dois anos depois.

O Papa Júlio II chamou ainda Raffaello para decorar as futuras Stanze e Loggia di Raffaello. Aliás, o pintor também trabalhou na Sala dei Chiaroscuri, a pedido do Papa Leão X. Em seguida, surgiu a Galleria delle Carte Geografiche com Gregório XIII. Aberta desde 1581, contém quarenta mapas de Itália criados por Egnazio Danti.

Com o Iluminismo, nasceu o Museo Pio Clementino, um dos mais importantes do complexo. Foi fundado pelos papas Clemente XIV e Pio VI, este último responsável pela primeira coleção de pinturas do papado. Em seguida, o Papa Pio VII estabeleceu o Museo Chiaramonti e o Braccio Nuovo, além de ter expandido a Galleria Lapidaria.

Sob o papado de Gregório XVI, inauguraram-se ainda mais três museus. Ou seja, os Museus Gregorianos Etrusco, Egizio e Profano abriram em 1837, 1839 e 1844, respetivamente. Entretanto, surgiu a Galleria degli Arazzi, com tapeçarias flamengas. Logo depois, o papa Pio IX inaugurou o Museo Pio Cristiano.

Em 1927, o papa Pio XI criou o Museo Missionario Etnologico, representativo das culturas extraeuropeias. Este papa fundou similarmente a Pinacoteca Vaticana em 1932, um dos edifícios mais visitados do Vaticano. Já o papa Paulo VI, acrescentou em 1973 a atual Collezione Arte Contemporanea, com peças dos últimos dois séculos.

Nos anos seguintes, o papa João Paulo II coordenou a renovação dos museus, a fim de comemorar o Grande Jubileu de 2000. Além disso, a Cidade do Vaticano foi inscrita como Património Mundial da UNESCO em 1984. Por fim, as obras continuaram com os papas Bento XVI e Francisco.

Património Mundial

Sabias que os Museus do Vaticano (na Cidade do Vaticano) fizeram parte do segundo conjunto de inscrições da Cidade do Vaticano na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 8ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Buenos Aires (Argentina), entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro de 1984.

Hoje em dia, a Cidade do Vaticano é o quadragésimo país da Europa e o centésimo décimo sétimo país do mundo com mais sítios UNESCO, empatado com vinte e cinco outros países. Possui dois bens patrimoniais culturais inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

O Que Ver nos Museus do Vaticano

Ao contrário da maioria, os Museus do Vaticano são vários edifícios com obras de arte e artefactos históricos em exposição. E destes edifícios, incluem-se não só museus, como também galerias, pavilhões, apartamentos, alas, salas e capelas, entre outros.

Por isso, quando estiveres à procura das obras de arte imperdíveis nos Museus do Vaticano, guia-te pelas seguintes coleções:

  • Antiguidades Gregas e Romanas: Braccio Nuovo, Gallerie dei Candelabri, Museo Chiaramonti, Museo Gregoriano Profano, Museo Pio Clementino, Sala della Biga, Sala delle Nozze Aldobrandine;
  • Arte dos Séculos XII-XVIII: Appartamento Borgia, Cappella di San Pietro Martire, Cappella Sistina, Gallerie delle Carte Geografiche, Pinacoteca, Stanze di Raffaello;
  • Artes Decorativas (Séculos VII-XX): Appartamento di San Pio V, Museo Cristiano, Sala degli Indirizzi, Sala dei Papiri;
  • Tapeçarias: Appartamento di San Pio V, Galleria degli Arazzi, Pinacoteca;
  • Arte dos Séculos XIX-XXI: Collezione Arte Contemporanea, Sala dell’Immacolata, Sala Sobieski;
  • Antiguidades Cristãs: Museo Pio Cristiano;
  • Carruagens e Liteiras Papais: Padiglione delle Carrozze;
  • Antiguidades Egípcias e do Oriente Próximo: Museo Gregoriano Egizio;
  • Civilizações do Mundo: Museo Etnologico Anima Mundi;
  • Antiguidades Etrusca-Itálicas e Coleções de Vasos: Museo Gregoriano Etrusco;
  • Filatelia e Numismática: Museo Filatelico e Numismatico.

“Laocoonte” (Pátio Octogonal, Museu Pio Clementino)

Esta obra de arte foi encontrada no ano de 1506, enterrada no Monte Esquilino em Roma. Pensa-se que terá sido criada algures entre 40 e 30 a.C., por escultores da ilha grega de Rodes. A estátua é igualmente conhecida pelos nomes Grupo de Laocoonte ou Laocoonte e os Seus Filhos.

De acordo com a mitologia, Laocoonte tentou demover os seus compatriotas troianos de aceitar o cavalo de madeira oferecido pela Grécia. Por consequência, os deuses gregos Atena e Poseidon enviaram serpentes marinhas para matar Laocoonte e os seus dois filhos.

No entanto, a morte destes inocentes teve outro significado para os romanos. Não só foi um dos motivos que levou o herói troiano Eneias a fugir, como também levou à futura fundação de Roma.

Devido à sua importância, o Papa Júlio II mandou expô-la no Cortile delle Statue, como peça central da sua coleção. Entretanto, este pátio foi rebatizado de Cortile Ottagono e é atualmente um dos espaços mais importantes do Museo Pio Clementino.

“Naoforo Vaticano” (Museu Gregoriano Egípcio)

Udjahorresne (ou Udjahorresnet) viveu entre o final da XXVI Dinastia Egípcia e o início da XXVII. Tanto quanto se sabe, era uma figura influente da antiga cidade de Sais, trabalhando como sacerdote, almirante e médico.

Esta estátua retrata Udjahorresne carregando um naos (santuário dos templos antigos) representativo do deus egípcio Osíris. Construída em basalto verde, já era conhecida como Naoforo Vaticano no século XVII. As múltiplas inscrições descrevem como os Reis Aqueménidas respeitavam as tradições egípcias, numa altura em que os persas controlavam o Egito.

A obra de arte foi adquirida já sem cabeça em 1738, porém não se sabe exatamente de onde veio. Provavelmente, encontrava-se na Villa Adriana, o complexo de palácios do Imperador Adriano em Tivoli, perto de Roma.

E sabias que lhe adicionaram uma “cabeça” em 1783, numa das suas primeiras restaurações? Este acrescento acabou por ser revertido uns anos depois e, hoje em dia, a escultura é conhecida exatamente assim.

Galeria dos Mapas

Antes de mais nada, a Galleria delle Carte Geografiche foi encomendada no final do século XVI pelo Papa Gregório XIII. O seu objetivo era, acima de tudo, criar uma grande galeria dentro dos Museus do Vaticano dedicada à geografia italiana.

Para tal, o papa recorreu ao famoso cosmógrafo, geógrafo e matemático Egnazio Danti, que liderou este ambicioso projeto. A ele juntaram-se inúmeros pintores, como por exemplo, Girolamo Muziano e Cesare Nebbia.

Na Galeria dos Mapas, as paredes estão preenchidas com quarenta mapas monumentais! Os frescos retratam não só as regiões da Itália continental, mas também os territórios insulares. Algumas destas ilhas são a Sicília, Sardenha, Córsega, Tremiti, Elba, Corfu e Malta.

Cada uma das “carte geografiche” destaca eventos e personagens relevantes da região, além de montanhas, bosques, rios e lagos. As paredes da saída representam ainda os quatro portos principais daquela época: Civitavecchia, Génova, Veneza e Ancona. Por fim, o lado oposto reproduz o Cerco de Malta (1565) e a Batalha de Lepanto (1571). Estes dois confrontos foram travados com o Império Otomano e, portanto, foram cruciais para a história do Cristianismo Europeu.

“Escola de Atenas”, de Raffaello Sanzio (Sala da Assinatura, Salas de Rafael)

A Stanza della Segnatura aloja aqueles que são certamente os frescos mais famosos de Raffaello Sanzio. Ora, esta saleta recebeu o nome do mais alto tribunal da Santa Sé, isto é, a Segnatura Gratiae et Iustitiae. As reuniões não só eram presididas pelo papa, como também costumavam decorrer nesta sala em meados do século XVI. Anteriormente, Júlio II utilizava a Sala da Assinatura apenas como biblioteca e escritório particular.

No que diz respeito aos frescos, estes foram pintados entre 1508 e 1511 e marcam o culminar do Alto Renascimento. Além disso, a Stanza della Segnatura foi o primeiro de muitos trabalhos executados por Rafael no Vaticano. Nas paredes e teto, estão retratados quatro ramos distintos do conhecimento: Poesia, Filosofia, Justiça e Teologia.

A Scuola di Atene representa a Academia de Atenas (ou Academia de Platão) e foi pintada entre 1509 e 1510. Este fresco revela, acima de tudo, como a filosofia da Grécia Antiga era vista no final do Renascimento. No centro, Platão e Aristóteles destacam-se dos demais, enquanto que as restantes personagens são mais difíceis de identificar.

Outros intelectuais que provavelmente integram o fresco são Pitágoras, Diógenes, Heraclito, Euclides, Zoroastro e Ptolomeu. Curiosamente, pensa-se que a figura de Heraclito – sentado junto a um bloco de mármore – é, na verdade, um retrato de Michelangelo. Aliás, o artista encontrava-se a pintar a Capela Sistina, nessa mesma altura!

“Pietà”, de Vincent Van Gogh (Coleção de Arte Contemporânea)

O quadro “Pietà” de Vincent van Gogh é, sem dúvida, uma das obras contemporâneas mais importantes dos Museus do Vaticano. O artista pintou-a em 1890, poucos meses antes da sua morte trágica.

Embora não esteja ligado à pintura religiosa, Van Gogh tinha uma fé muito própria. Esta obra de arte foi inspirada na “Pietà” (1850) de Eugène Delacroix, que se encontra na Nasjonalgalleriet, em Oslo. A partir de uma litografia do original, o pintor resolveu criar uma imagem em espelho e incluiu Delacroix na assinatura.

“Pietà” foi oferecida à irmã Willelmina, se bem que o seu irmão Theo já tinha recebido uma primeira versão deste tema no ano anterior. Este quadro, com cores mais vivas e dimensões maiores, encontra-se em exposição no Museu Van Gogh, em Amesterdão.

Ainda que seja mera especulação, muitas pessoas acreditam que a figura de Jesus é um autorretrato do artista! Pois, eu não tenho bem a certeza se é ou não… o que achas?

Teto da Capela Sistina, de Michelangelo Buonarotti

A Cappella Sistina – anteriormente conhecida como Cappella Magna – foi mandada reconstruir pelo Papa Sisto IV, de quem herdou o nome. As obras decorreram entre 1477-1480 e contaram com artistas como Pietro Perugino, Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Cosimo Rosselli.

Porém, no início do século XVI, a Capela Sistina sofria de danos estruturais severos. Com as escavações e construção da nova Basílica de São Pedro, uma longa rachadura no teto tornou o edifício inutilizável. Foi então que, em 1508, o Papa Júlio II contratou Michelangelo Buonarotti para redecorar a Capela Sistina.

O pintor criou nove episódios do Génesis na parte central do teto, que se dividem em três grupos. Os primeiros retratam a origem do Universo, os três seguintes a origem do Homem e os últimos a origem do Mal. Desta secção de frescos, os mais importantes são “A Criação de Adão” e “A Criação de Eva”.

É importante referir que o artista também pintou doze figuras de Profetas e Sibilas, como base estrutural destas Histórias Centrais. Nas laterais, os Profetas e Sibilas alternam entre si, enquanto que Jonas está por cima do altar e Zacarias ocupa a outra extremidade.

Oito tímpanos separam estes Profetas das Sibilas, reproduzindo grupos de personagens bastante difíceis de identificar. Pensa-se que são antepassados de Jesus Cristo, tal como acontece nas quatorze lunetas que decoram o resto do espaço.

Por fim, existe um pendente em cada canto, onde Michelangelo Buonarotti reproduziu episódios da salvação de Israel. Depois da primeira renovação ficar concluída em 1512, o artista voltou à Capela Sistina entre 1535 e 1541, para pintar o “Juízo Final” (um fresco monumental, que ocupa toda a parede do altar)!

Guia Prático dos Museus do Vaticano

Tal como referi na introdução, os Museus do Vaticano são dos maiores e mais visitados do mundo. Por isso, é importante criar um plano apropriado, que otimize o teu tempo de visita. Esta estratégia passa por comprar o bilhete antecipadamente, visitar os museus bem cedo e prestar muita atenção às coleções.

Eu acredito que estas três recomendações vão ajudar-te, sobretudo, a aproveitar ao máximo os magníficos Museus do Vaticano. Portanto, reserva um dia inteiro (ou uma manhã) para visitar a Cidade do Vaticano e prometo que vais adorar a experiência!

1. Compra o Bilhete com Antecedência

Atualmente, os bilhetes para os Museus do Vaticano dividem-se em dois preços: 17€ (tarifa completa) e 8€ (tarifa reduzida). Entre as pessoas com direito à tarifa reduzida, encontram-se as crianças entre os 6 e os 18 anos (incluído) e os estudantes até aos 25 anos.

Este bilhete inclui uma visita livre aos museus e à Capela Sistina, se bem que existem opções para visitas guiadas. Por exemplo, há uma alternativa com guia turístico e auscultadores incluídos, por 30€ (tarifa completa) ou 21€ (tarifa reduzida).

No entanto, tem em atenção que este tipo de visita, para além de tere tempo limitado, não compreende o percurso completo. Mas mais importante ainda é adquires o teu ingresso através da bilheteira online dos Museus do Vaticano. Não tentes comprar o teu bilhete no local, porque as filas podem chegar às mais de três horas de tempo de espera!

2. Chega Bem Cedo!

Antes de mais nada, os Museus do Vaticano estão abertos de segunda-feira a sábado, das 08:30 às 18:30. Quando os visitei pela primeira vez, fiz questão de lá estar às 08:00 e ainda bem que não cheguei depois! As filas são longas – mesmo que já tenhas bilhete – devido ao controlo de segurança rigoroso.

Outra das razões porque deves chegar bem cedo é o facto dos museus serem tão extensos. Eu não sabia quanto tempo demoraria para visitar todas as coleções e acabei por passar quase seis horas dentro do complexo… Sim, leste bem!

Em conclusão, se quiseres ganhar tempo entre o teu alojamento e o Vaticano, viaja na linha A do metro. A estação Ottaviano – San Pietro fica a poucos minutos dos Museus do Vaticano, bem como da Basílica de São Pedro.

3. O Mapa dos Museus é o Teu Melhor Amigo

Agora que já percebeste o tamanho monumental dos Museus do Vaticano, é fácil valorizar a importância do mapa. Em primeiro lugar, este pequeno livreto é totalmente gratuito e encontra-se à disposição na entrada. Para além de incluir todos os itinerários abertos ao público, o mapa indica os serviços e informações mais importantes.

Na minha opinião, este mapa é muito detalhado e dá-te conselhos que nem sempre são do conhecimento geral. Só para ilustrar, poucos sabem que não é permitido tirar fotografias dentro da Capela Sistina e que a indumentária neste espaço deve ser adequada.

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Este artigo utiliza fotografias de stock (Getty Images)

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