Como Visitar O Mosteiro De Tibães Em 2024

O Mosteiro de Tibães (oficialmente, Mosteiro de São Martinho de Tibães) é um dos mosteiros mais bonitos e importantes de Portugal. Aliás, eu acho uma pena que este monumento (ainda) não tenha sido inscrito como Património Mundial da UNESCO, à semelhança do Mosteiro da Batalha, o Mosteiro dos Jerónimos (em Lisboa), o Mosteiro de Alcobaça ou o Mosteiro da Serra do Pilar (em Vila Nova de Gaia).

Se estás a pensar visitar Braga, então recomendo que dediques um dia a explorar o seu centro histórico e outro a descobrir o património religioso nos subúrbios da cidade – nomeadamente o Santuário do Bom Jesus do Monte, o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro e, claro, o Mosteiro de São Martinho de Tibães!

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Mosteiro de Tibães
Mosteiro de Tibães

Breve História do Mosteiro de Tibães

As origens do Mosteiro de Tibães remontam ao século XI, quando um grupo de monges beneditinos vindos de Cluny (em França), decidiu criar um conjunto de mosteiros nas províncias históricas do Minho e do Douro (em Portugal).

Entre 1070 e 1077 é fundado o “primeiro” Mosteiro de Tibães, dedicado a São Martinho de Tours. Este mosteiro medieval era de construção pré-românica, embora tenham sido incorporados elementos da arquitetura românica e gótica com o passar do tempo.

Com o passar dos séculos, os conflitos políticos, económicos e sociais que despoletaram na Europa afetaram o funcionamento (e a “importância”) dos mosteiros. Mas nos séculos XVII e XVIII, o Mosteiro de Tibães foi completamente reformado, tornando-se um dos conjuntos monásticos mais deslumbrantes e influentes de Portugal!

Como Chegar ao Mosteiro de Tibães

A melhor forma de chegar ao Mosteiro de Tibães é de carro. A partir do centro histórico de Braga, são cerca de 6-7 km e o trajeto está muito bem sinalizado! Se preferes viajar em transportes públicos, podes optar pelo autocarro 50 dos TUB – Transportes Urbanos de Braga, que faz o percurso em 30 minutos.

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Mosteiro de Tibães está aberto todos os dias, exceto às segundas-feiras e nos dias 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 24 de junho e 25 de dezembro. O horário de funcionamento é das 10:00 às 19:00 (de 1 de abril a 31 de outubro) ou das 10:00 às 18:00 (de 1 de novembro a 31 de março).

O bilhete normal custa 4€ e dá acesso a todo o conjunto monástico, mas existe um bilhete especial a 1.5€, se preferires só visitar a Cerca Conventual. Podes consultar todos os descontos e condições especiais no site do Mosteiro de Tibães.

O Que Ver no Mosteiro de Tibães

Mosteiro de Tibães

Claustro do Cemitério

Depois de uma breve exposição de vestígios arqueológicos, a visita ao interior do Mosteiro de Tibães começa no Claustro do Cemitério. O seu nome deve-se às dezenas de sepulturas numeradas, que ainda hoje podem ser observadas no chão da galeria circundante!

O Claustro do Cemitério foi construído na primeira metade do século XVIII em estilo barroco, embora tenha sofrido várias reformas e alterações nas décadas seguintes. Entre elas, destaca-se o chafariz (de 1757) e os painéis de azulejos em estilo rococó, retratando a vida de São Bento (de 1770).

Igreja

A Igreja do Mosteiro de Tibães foi edificada entre 1628 e 1661, no local onde existia uma antiga igreja românica. A sua planta em forma de cruz latina apresenta uma nave única com uma série de capelas nas laterais, bem como dois altares em cada extremidade do transepto.

A Igreja do Mosteiro de Tibães foi idealizada como um templo maneirista, mas recebeu elementos decorativos de outros estilos – barroco, rococó e neoclássico – ao longo do tempo. Aqui, a atração principal é o fantástico retábulo-mor em talha dourada, concebido pelo arquiteto André Soares e pelos entalhadores José Álvares de Araújo e Frei José de Santo António Vilaça.

Sacristia

Ao contrário do que é habitual, esta Sacristia é separada da Igreja por um pequeno átrio, erguido sobre as ruínas da igreja românica. Construída entre 1680 e 1683, também inclui um retábulo rococó de André Soares e Frei José de Santo António Vilaça.

É uma sala relativamente pequena, mas muito rica em termos de decoração. O pavimento é feito de pedra vinda de Montes Claros (uma cidade do estado brasileiro de Minas Gerais), já para não falar do teto de caixotões em granito pintado!

Nas paredes da Sacristia, é igualmente possível admirar um conjunto escultórico de doze figuras religiosas, criados pelo Frei Cipriano da Cruz. Assentes em peanhas a toda a volta da sala, as imagens representam os quatro reis santos beneditinos, as sete virtudes e uma alegoria à Igreja.

Coro Alto

O Coro Alto da Igreja de Tibães foi construído em estilo maneirista, entre os anos de 1665 e 1668. O espaço é constituído por duas filas de assentos de madeira e está ricamente decorado com pinturas e relevos de monges beneditinos e do próprio São Bento.

Estima-se que os monges do Mosteiro de Tibães vinham aqui rezar e entoar cânticos de louvor oito vezes por dia! Ao centro, existe uma estante de coro monumental onde era colocado o antifonário. E junto à grade, ergue-se um oratório rococó de 1758-1760, com a imagem de Jesus Cristo na cruz.

Aposentos do Abade Geral

O Abade de Tibães, enquanto Abade Geral da Congregação, era um homem com muito poder e influência. Por essa razão, os seus aposentos eram amplos e ostensivos, especialmente no século XVIII. Naquela altura, os Aposentos do Abade Geral eram constituídos por uma sala de espera, sala de visitas, gabinete de dormir, capela e até por um jardim privado – denominado Jardim de Jericó!

Como seria de esperar, o mobiliário era igualmente sumptuoso – madeiras exóticas e acabamentos de alta qualidade – e a decoração incluía pinturas, imagens, louças, pratas, cortinados de linho e alcatifas de lã. Hoje em dia, ainda é possível observar um dos quadros originais – um retrato do Papa Pio VII.

Galeria dos Abades Gerais

A Galeria dos Abades Gerais foi construída entre 1686 e 1689, mas sofreu algumas remodelações no século seguinte. Trata-se um longo corredor de celas, onde dormiam os antigos Abades Gerais e outras figuras ao serviço da Congregação – como o Secretário e o Gastador.

Naquela altura, a Galeria dos Abades Gerais tinha uma decoração requintada, com tetos pintados de azul, branco e dourado e uma variedade de quadros de membros da Realeza e da Igreja a cobrirem as paredes. Já as próprias celas, eram dotadas de uma panóplia de mobiliário feito das melhores madeiras.

Hospedaria Monástica

A Hospedaria Monástica é também um longo corredor de celas, neste caso com dezasseis no total. Como é possível perceber pelo nome, aqui ficavam alojados todos hóspedes e peregrinos que visitavam o Mosteiro de Tibães – até porque receber convidados era considerado um ato de fé pela Ordem de São Bento.

O mobiliário das celas era simples, mas incluía o essencial: uma cama com cabeceira, uma mesa e algumas cadeiras. Ao fundo da Hospedaria Monástica, situavam-se as “Secretas” (as retretes) e um espaço denominado “Barbearia e Botica”.

Barbearia e Botica

Enquanto instituição autossuficiente, o Mosteiro de Tibães era dotado de uma Barbearia e de uma Botica (ou farmácia), que funcionavam neste mesmo espaço.

De acordo com os registos encontrados, o barbeiro ia ao mosteiro de 12 em 12 dias. No entanto, não se limitava a fazer barbas e a cortar cabelo: ele era responsável por extrair dentes e por prestar outros cuidados de saúde!

Em 1797, a Botica foi incluída num canto da Barbearia. E estava equipada com todo o tipo de drogas e ervas medicinais, além de utensílios para a preparação e aplicação das mesmos.

Muitos destes remédios e pomadas eram criados pelos próprios monges, a partir de ervas cultivadas na Cerca de Tibães.

Sala do Capítulo

Na minha opinião, a Sala do Capítulo é a sala mais deslumbrante e interessante do Mosteiro de Tibães. A sua construção original data de 1700, se bem que foi reformulada quase na sua totalidade, entre os anos 1783 e 1786.

A Sala do Capítulo está cheia de detalhes incríveis, à espera de serem desvendados pelos seus visitantes: dos painéis de azulejo rococó narrando a vida de José do Egito à série de quadros monumentais de personalidades da Igreja e da Coroa Portuguesa (São Bento, Santa Escolástica, D. Sebastião, Cardeal D. Henrique, etc.).

Cozinha

A Cozinha do Mosteiro de Tibães foi construída no início do século XVII. Porém, foi alvo de várias alterações, sendo que a última data do início do século XIX (mais concretamente de 1813 a 1816).

Situada no piso térreo, era constituída por três espaços distintos – Cozinha, Casa dos Fornos e Casa dos Fogões de Pedra – além de despensas onde se armazenavam os alimentos, a loiça e outros utensílios.

Mesmo em frente à Cozinha, ficava o Refeitório e o Claustro do Refeitório – ambos completamente destruídos num violento incêndio, que deflagrou no dia 11 de julho de 1894. Só para comparar, o Claustro do Refeitório era idêntico ao Claustro do Cemitério, com uma galeria de arcos a toda a volta e um chafariz de pedra no meio!

Cerca do Mosteiro de Tibães

A Cerca do Mosteiro de Tibães tem cerca de 40 hectares e é delimitada por um muro de pedra com quase 3 km de extensão. E apesar de grande parte da Cerca ser zona florestal, é também constituída por jardins, hortas, pomares, campos de cereais, vinhas, pastagens, etc.

Isto porque os monges beneditinos que habitaram o Mosteiro de Tibães durante os séculos XVII e XVIII, tentaram desenvolver não só formas de agricultura e pastorícia autossustentáveis, mas também um local de meditação, aprendizagem e lazer.

Hoje em dia, existem dois percursos pedestres para conhecer a Cerca do Mosteiro de Tibães:

  • Percurso Verde (ou Percurso I), com a duração de 45 minutos
  • Percurso Vermelho (ou Percurso II), com a duração de 90 minutos

Fonte de São Bento

A primeira paragem dos dois percursos pedestres pela Cerca do Mosteiro de Tibães é a Fonte de São Bento, em estilo barroco.

Construída na primeira metade do século XVIII, a Fonte de São Bento servia tanto de lugar de oração e culto como de recreação e descontração.

Podes encontrá-la no início de um caminho de terra e pedra, que antigamente separava as hortas dos pomares – hoje convertidos em milheirais.

Curiosamente, existe uma réplica desta mesma fonte nos jardins do Museu Nogueira da Silva, no centro histórico de Braga!

Escadório

O Escadório do Mosteiro de Tibães foi construído em apenas três anos: de 1731 a 1734. E cada lance de escadas é pontuado por uma fonte, num total de dez: sete fontes, dois chafarizes e um tanque de água, para ser mais precisa.

Fonte da Fortaleza
Fonte da Temperança

A primeira é um chafariz, ao qual se seguem sete fontes representando as sete virtudes: Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança (as quatro virtudes cardeais); Fé, Esperança e Caridade (as três virtudes teologais). De acordo com os registos históricos, cada fonte tinha uma pequena figura em terracota, no pedestal ao centro.

No topo do Escadório do Mosteiro de Tibães, existe ainda um tanque de água de dimensões consideráveis, que fornece a água das restantes estruturas hidráulicas. Nele, encontra-se gravado um brasão da Congregação Beneditina dos Reinos de Portugal.

Capela de São Bento

O longo Escadório do Mosteiro de Tibães conduzia os monges à Capela de São Bento, que é complementada por um terreiro com um chafariz no meio.

Esta capela data da primeira metade do século XVIII, mas não é a capela original. A primeira foi construída entre 1553 e 1565, a pedido do Frei Bernardo da Cruz.

A Capela de São Bento que podemos visitar atualmente é uma reconstrução, levada a cabo pelo Abade Frei Paulo de Assunção entre 1725 e 1727.

Para além de ter sido decorada com um retábulo, azulejos joaninos e pinturas no teto, foi nessa altura que ganhou o chafariz e o tanque com o brasão.

Lago

O Lago foi um dos últimos acrescentos estruturais realizados na Cerca do Mosteiro de Tibães. Construído entre 1795 e 1798, tem uma forma elíptica – uma caraterística típica do Barroco Tardio.

Inicialmente, o Lago da Cerca do Mosteiro de Tibães tinha duas principais funções: reservatório de água para a rega e local de meditação.

Além disso, era uma importante fonte de energia, associada à produção de azeite, serração de madeira e ao funcionamento de dois antigos moinhos.

Este sítio tem ainda três árvores classificadas como Árvores de Interesse Público: um pinheiro-bravo e dois cedros-dos-Himalaias.

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