O Jardim Bacalhôa Buddha Eden é o maior jardim oriental da Europa, ocupando cerca de 35 hectares da Quinta dos Loridos (uma propriedade vinícola no distrito de Leiria, Portugal). E apesar de ser conhecido pelas suas estátuas de budas (que lhe dão o nome), o recinto é composto por vários espaços verdes, com lagos ornamentais e esculturas curiosas.

Acima de tudo, o Jardim Bacalhôa Buddha Eden é uma grande homenagem às diferentes culturas e religiões asiáticas. Aqui, vais poder passear por entre budas gigantes, torres de pagode, guerreiros de Xian em terracota, lagos com os coloridos peixes Koi e dragões chineses esculpidos em pedra!

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Breve História do Jardim Bacalhôa Buddha Eden

O Jardim Bacalhôa Buddha Eden foi criado em 2001 pelo Comendador Joe Berardo, um empresário e colecionador de arte português, dono da Bacalhôa Vinhos de Portugal (a entidade responsável pela produção de vinhos na Quinta dos Loridos).

A ideia para este projeto surgiu depois de, em março do mesmo ano, os talibãs terem destruído os Budas de Bamiã (duas estátuas gigantes situadas numa zona do Afeganistão, que é Património Mundial da UNESCO desde 2003: a Paisagem Cultural e Vestígios Arqueológicos do Vale de Bamiã).

O Jardim Bacalhôa Buddha Eden é, simultaneamente, uma homenagem a um pedaço de História e Património da Humanidade perdido no início do século XXI e um protesto contra as ideologias radicais e as barbaridades culturais cometidas por organizações terroristas como os Talibãs.

Renegando qualquer tendência religiosa ou espiritual, o Jardim Bacalhôa Buddha Eden apresenta-se como um “jardim de paz e tranquilidade”, onde toda a gente é bem-vinda (independentemente da sua crença, etnia, origem, género, idade, condição social, etc.).

Como Chegar ao Jardim Bacalhôa Buddha Eden

No dia em que fui conhecer o Jardim Bacalhôa Buddha Eden, optei por passar a manhã na vila medieval de Óbidos, que fica a apenas 15 km de distância. Na minha opinião, Óbidos é um dos melhores lugares para visitar em Portugal, pelo que recomendo mesmo a sua visita. Até porque o seu Castelo foi eleito uma das “7 Maravilhas de Portugal”!

A melhor forma para chegar ao Jardim Bacalhôa Buddha Eden é de carro, uma vez que o sítio se encontra a pouco mais de 3 km da A8 (a Autoestrada do Oeste). Por isso, se estiveres em Lisboa, só tens de virar na “Saída 12 (Paúl / Carvalhal / Delgada)” da A8 e seguir as placas castanhas para o Buddha Eden. Ao todo, são menos de 80 km de viagem!

Para quem está no Norte e Centro de Portugal, o percurso é exatamente o mesmo, exceto que a saída menciona mais um destino: “Saída 12 (Paúl / Carvalhal / Delgada / Bombarral Norte)”. Mas, a partir daí, as indicações são as mesmas. O Jardim Bacalhôa Buddha Eden fica a cerca de 250 km do Porto, 180 km de Aveiro, 145 km de Coimbra e 70 km de Leiria.

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Jardim Bacalhôa Buddha Eden (incluindo a Loja de Vinhos e o Restaurante) estão abertos todos os dias, exceto a 1 de janeiro e 25 de dezembro. Em janeiro, fevereiro e outubro-dezembro, o horário de abertura funciona das 09:00 às 18:00, sendo que a última entrada acontece às 17:30. Nos restantes meses (março a setembro), o recinto está aberto das 09:00 às 19:00, com um último acesso às 18:30.

Em relação aos bilhetes, estes têm um preço único de 5€, embora as crianças até aos 12 anos não paguem entrada. Se quiseres andar no Comboio Turístico, que passa por vários pontos de interesse mencionados neste guia, tens de pagar mais 4€. O Jardim Bacalhôa Buddha Eden dispõe de provas gratuitas de vinho na Loja. Devido ao tamanho da propriedade, não é necessário comprar antecipadamente os ingressos.

O Que Ver no Jardim Bacalhôa Buddha Eden

Lago das Palmeiras

O Lago das Palmeiras é, provavelmente, o primeiro lugar por onde vais passar no Jardim Bacalhôa Buddha Eden, visto que se encontra mesmo à entrada, nas traseiras da paragem de onde sai o Comboio Turístico. Se tiveres dúvidas sobre a localização deste e dos outros pontos de interesse deste guia, podes fotografar o mapa que se encontra nesta paragem ou descarregá-lo diretamente do site oficial do Buddha Eden.

Como é fácil perceber pelo nome e pela foto, o Lago das Palmeiras está rodeado por… palmeiras! Com um tamanho considerável, esta é uma zona relaxante, onde podes observar diferentes variedades de peixes Koi (ou Nishikigoi), que dão cor e movimento à água. E, se tiveres sorte, também encontras pequenas tartarugas a apanhar sol nas bermas do Lago!

Jardim de Arte Moderna

O Jardim de Arte Moderna é uma pequena amostra do Museu Coleção Berardo (sediado no CCB ou Centro Cultural de Belém, em Lisboa). Constituído maioritariamente por esculturas modernas e contemporâneas, é um autêntico “museu a céu aberto”, onde as obras de arte estão dispostas no meio da Natureza.

Embora algumas peças sejam trocadas de vez em quando por outras da Coleção Berardo, muitas são presença assídua no Jardim Bacalhôa Buddha Eden. É o caso das obras do escultor e pintor norte-americano Alexander Calder, do escultor e artista inglês Lynn Chadwick, do artista figurativista colombiano Fernando Botero, do pintor e escultor de pop art britânico Allen Jones, do escultor britânico Tony Cragg e da artista plástica portuguesa Joana Vasconcelos.

Labirinto de Bambu

O Labirinto de Bambu é um lugar enigmático no Jardim Bacalhôa Buddha Eden. Para mim, não é bem um “labirinto” no verdadeiro sentido da palavra, pois nunca chegas a perder-te. Mas acredito que pode ser bastante divertido para os mais novos, ao mesmo tempo que se mantém interessante para os mais velhos!

O percurso serpenteante do Labirinto de Bambu está decorado com dezenas de estátuas de animais, figuras humanas e outras mais abstratas. Ainda que sejam todas anónimas – pelo menos, nenhuma das que vi tinha identificação do autor ou do nome da obra – são muito parecidas com algumas peças do Jardim de Esculturas Africanas.

Jardim de Esculturas Africanas

Eu não sei se toda a gente concorda, mas este é o meu sítio favorito do Jardim Bacalhôa Buddha Eden. Quer dizer, não só foi o ponto de interesse que mais gostei como também me pareceu o melhor de todo o parque, pelas suas dimensões consideráveis e pelas fascinantes obras de arte que apresenta.

As mais de duzentas Esculturas Africanas parecem estar distribuídas de forma aleatória à sombra das palmeiras, mas grande parte delas são dedicadas aos Xonas do Zimbabué. Os Xonas são povos conhecidos pela tradição de esculpir pedra e trabalhar o ferro, de forma a produzir obras de arte que fazem a ligação entre o mundo físico e espiritual.

Além disso, eles acreditam em espíritos ancestrais chamados Vadzimu, que habitam nas pedras e ficam à espera de serem libertados! Muitas destas estátuas africanas do Jardim Bacalhôa Buddha Eden foram trabalhadas em pedra opala, porém confesso que também adorei o cortejo de animais feitos em ferro. Não sei porquê, mas fez-me lembrar a Savana Africana da Grande Galeria da Evolução (em Paris, França)!

Guerreiros de Xian em Terracota

Quase toda a gente já ouviu falar dos Guerreiros de Xian, o mítico exército em terracota de Qui Shi Huang (o primeiro Imperador da China). Os milhares de soldados, cavalos e carruagens originais datam do final do século III a.C., embora só tenham sido descobertos em 1974!

O Jardim Bacalhôa Buddha Eden recriou seiscentos Guerreiros de Xian, que estão expostos em dois grandes grupos em lados opostos do recinto. São na mesma feitos em terracota, mas foram pintados de “Azul Klein” (oficialmente, IKB ou International Klein Blue) há poucos anos. Agora, destacam-se claramente da paisagem!

Escadaria dos Budas Dourados

A Escadaria dos Budas Dourados é o local do Jardim Bacalhôa Buddha Eden que mais se vê nas redes sociais. Não me admira, é uma escadaria tão fotogénica, certo? Este é também o coração do jardim, pois é o grande tributo aos Budas de Bamiã destruídos pelos Talibãs e o que dá nome ao Buddha Eden.

O “Paraíso dos Budas” conduz os visitantes através de vários lances de escadas até ao Buda Deitado (ou Buda Reclinado), uma representação icónica da arte budista. Esta pose simboliza os últimos momentos de vida do Buda na Terra. Pelo caminho, existem outras oito estátuas de Budas em ouro e mármore.

Buda Gigante

Sabias que foram utilizadas mais de 6 mil toneladas de mármore e granito para criar todas estátuas e estruturas que vês no Jardim Bacalhôa Buddha Eden?

Parece um número demasiado exagerado, mas depois de ver este Buda Gigante com 21 metros de altura, é fácil perceber estas quantidades megalómanas e impressionantes de matéria-prima!

Pela sua estatura colossal, o Buda Gigante é avistado de qualquer parte do Jardim Bacalhôa Buddha Eden. E juntamente com a Escadaria dos Budas Dourados, é uma das paragens do Comboio Turístico.

Torres de Pagode

Quando visitei o Jardim Bacalhôa Buddha Eden, não me lembro de me ter cruzado com outros visitantes entre o Buda Gigante e as Torres de Pagode.

Talvez seja porque estes templos se localizam numa zona mais recuada (e naturalmente, mais sossegada) do parque, mas aqui apenas se ouve a ondulação das copas das árvores ao sabor do vento e a água que corre pelos Lagos da Tranquilidade mesmo ao lado.

No Jardim Bacalhôa Buddha Eden, é possível admirar três pagodes em pedra, inspirados nos pagodes do Nepal, da China, do Japão e de outros países asiáticos.

Lagos da Tranquilidade

Os Lagos da Tranquilidade são exatamente o que o seu nome descreve: um lugar onde reina a paz de espírito e a serenidade. Esta quietude aliada ao facto da paisagem envolvente ser de uma beleza natural avassaladora, faz dos Lagos da Tranquilidade um dos meus pontos de interesse favoritos no Jardim Bacalhôa Buddha Eden!

Ao todo, existem quatro Lagos da Tranquilidade (interligados por cascatas e canais), que descem a encosta e levam a água até ao grande Lago do Pagode. Se estiveres a visitar estas “atrações” pela ordem que o mapa oficial do Jardim Bacalhôa Buddha Eden indica, vais acabar por seguir o seu curso de água natural.

Miradouro do Fogo

Apesar de se localizar numa das extremidades do Jardim Bacalhôa Buddha Eden, o Miradouro do Fogo encontra-se a escassos metros de uma das quatro estações do Comboio Turístico do recinto (as outras já foram mencionadas e ficam na Entrada, na Escadaria dos Budas Dourados e no Buda Gigante).

O Miradouro do Fogo é um lugar cheio de simbolismo, rodeado por vários tipos de estátuas em pedra, parecidas com as que estão expostas no Labirinto de Bambu e no Jardim de Esculturas Africanas. E claro, é um “miradouro” panorâmico, com vistas formidáveis para o Lago do Pagode e para as vinhas da Quinta dos Loridos!

Lago do Pagode

O Lago do Pagode é o maior dos lagos ornamentais do Jardim Bacalhôa Buddha Eden. A sua área mais ampla encontra-se à saída dos Lagos da Tranquilidade (e consequentemente, na base da Escadaria dos Budas Dourados), se bem que o Lago do Pagode se prolonga até à outra ponta do parque, junto aos Guerreiros de Xian e ao Jardim de Esculturas Africanas.

No Lago do Pagode, podes seguir por uma ponte em tons avermelhados, pontuada por “toris” (isto é, portões tradicionais japoneses normalmente colocados à entrada de templos xintoístas). Esta ponte leva-te até que te leva ao Coreto no coração do lago, uma das “atrações” mais fotografadas do Jardim Bacalhôa Buddha Eden.

Treze Budas dos Mortos

Os “Treze Budas” são um grupo de divindades budistas originárias do Japão, muito utilizados em rituais fúnebres. Na sua essência, cada um destes budas é devotado numa data específica após a morte da pessoa e também corresponde a um serviço funerário próprio.

Localizados quase na reta final do Jardim do Bacalhôa Buddha Eden, os Treze Budas dos Mortos estão alinhados em frente ao Lago do Pagode. Cada um deles tem uma pequena placa com o nome e a descrição de cada divindade. Daqui, podes continuar pelo Caminho do Lago, em direção à saída (pela Loja do Vinho).

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