Casa Victor Hugo – Museu Literário: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

A Casa Victor Hugo – Museu Literário (em luxemburguês, Victor Hugo Haus – Literaturmusée; em francês, Maison Victor Hugo – Musée littéraire; e em alemão, Victor Hugo Haus – Literatur Museum) em Vianden é um dos museus mais famosos do Luxemburgo, além de ter sido o primeiro museu literário a ser inaugurado no país.

O célebre escritor francês Victor Hugo morou neste edifício durante dois meses e meio, enquanto refugiado político. Autor dos romances históricos “Notre-Dame de Paris” (1831) e “Les Misérables” (1862), Victor Hugo mudou-se para esta vila depois de a ter visitado por três vezes e de se ter apaixonado pelas ruínas do Castelo de Vianden!

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Casa Victor Hugo - Museu Literário
Casa Victor Hugo - Museu Literário

Breve História da Casa Victor Hugo – Museu Literário

Victor Hugo (1802-1885) nasceu no leste de França, mas viveu quase duas décadas no exílio, em consequência da sua oposição política a Luís Napoleão Bonaparte (o futuro Imperador Napoleão III). E a 8 de junho de 1871, o autor chegou a Vianden com a família, onde permaneceu até ao dia 22 de agosto do mesmo ano.

A Casa Victor Hugo – Museu Literário em Vianden foi fundada em 1935, por iniciativa de Anne Beffort (1880-1966), a primeira professora do Grão-Ducado do Luxemburgo. Dois anos depois, a educadora e escritora luxemburguesa estabeleceu a Société des Amis de la Maison de Victor Hugo em Vianden, que ainda hoje gere o edifício.

O Que Ver na Casa Victor Hugo – Museu Literário

A Casa Victor Hugo – Museu Literário em Vianden é composta por sete salas, distribuídas ao longo de quatro pisos e que receberam o nome de personalidades proeminentes do país. Todas elas são inteiramente dedicadas à vida e obra do escritor francês, abordando (com especial interesse) a sua relação com o Grão-Ducado do Luxemburgo, as suas ideologias políticas e os géneros literários nos quais que se destacou:

RÉS-DO-CHÃO

  • Sala I – Anne Beffort

PRIMEIRO ANDAR

  • Sala II – Tony Bourg (professor e crítico literário do Luxemburgo, responsável pela renovação do museu em 1971, para o centenário da estadia prolongada de Victor Hugo em Vianden)
  • Sala III – Michel Sinner (pintor luxemburguês e ilustrador de Victor Hugo)

SEGUNDO PISO

  • Sala IV – Adolphe Pauly, Edouard Wolff e Vic Abens (presidentes da Câmara Municipal de Vianden e patronos da Casa Victor Hugo – Museu Literário)
  • Sala V – René Engelmann e Marcel Noppeney (escritores do Grão-Ducado e autores dos primeiros estudos luxemburgueses sobre Victor Hugo)
  • Sala VI – Joseph Bech e Pierre Frieden (políticos do Luxemburgo e patronos da Casa Victor Hugo – Museu Literário)

SÓTÃO

  • Sala VII – Rosemarie Kieffer (professora de francês e presidente da Sociedade dos Amigos da Casa de Victor Hugo em Vianden)

Busto de Victor Hugo, de Auguste Rodin

Embora esta escultura não se encontre no interior da Casa Victor Hugo – Museu Literário (mas sim no seu exterior), eu decidi incluí-la neste guia pela relação direta que tem com o edifício e com o escritor francês.

O Busto de Victor Hugo encontra-se na Ourbrücke (a ponte de pedra sobre o rio Our), mesmo em frente ao museu literário. E apesar de não ser original, é uma cópia fiel da obra em gesso que o célebre artista parisiense Auguste Rodin criou em 1883, quando Victor Hugo tinha 81 anos.

Inaugurada em 1935, esta escultura em bronze sobreviveu à um ataque das tropas nazis a 12 de setembro de 1944, que levaram à destruição da ponte, da casa-museu e de muitos outros edifícios e estruturas de Vianden!

“Un Grand-Duc”, de Victor Hugo (Piso 0, Sala I – Anne Beffort)

A esta ilustração do que parece ser uma coruja, Victor Hugo acrescentou a seguinte descrição em francês: “Manière dont m’a regardé un grand-duc de Luxembourg” (que se pode traduzir como “Forma como me olhou um grão-duque do Luxemburgo”).

Curiosamente, existe uma espécie de ave de rapina noturna apelidada de “Hibou grand-duc” (“Bufo-real” em francês). Mas o termo “grand-duc” tem um duplo significado, pois é o título nobiliárquico usado pelo soberano do Grão-Ducado do Luxemburgo!

O desenho foi encontrado num diário de viagem do escritor, referente ao Verão de 1863. À semelhança da maioria dos seus manuscritos, este diário encontra-se na Bibliothèque François-Mitterrand (a Biblioteca Nacional de França), em Paris.

Se Victor Hugo tivesse feito este desenho humorístico nos dias de hoje, acho que poderia ser considerado um meme!

“Victor Hugo et l’Araignée”, de Pit Wagner (Piso 0, Sala I – Anne Beffort)

Em 2002 e numa tentativa de tornar a exposição mais divertida para as crianças, a Casa Victor Hugo – Museu Literário contratou o artista luxemburguês Pit Wagner, com o intuito de ilustrar alguns episódios registados por Victor Hugo nos seus diários de viagem e cartas.

Esta cena data de 16 de junho de 1871: “Ce matin j’ai trouvé une grosse araignée dans ma cuvette. Elle avait bien peur. Je ne lui ai pas fait de mal.” (“Esta manhã encontrei uma grande aranha na minha bacia. Ela estava com muito medo. Não lhe fiz mal.”)

Apesar deste animal ser receado ou odiado pela maioria das pessoas, o escritor dá-lhe importância ao atribuir-lhe sentimentos. Aliás, Victor Hugo fazia questão de defender todos os oprimidos e rejeitados, fossem eles pessoas, animais ou plantas!

“Les Ardennes – Tome 2”, de Victor Joly (Piso 1, Sala II – Tony Bourg)

No primeiro andar da Casa Victor Hugo – Museu Literário, está exposta uma cópia do guia de viagem ilustrado que o escritor francês utilizou durante as suas três visitas ao Luxemburgo, na década de 1860.

Escrito pelo jornalista belga Victor Joly e com ilustrações do pintor neerlandês Martinus Antonius Kuytenbrouwer, o segundo volume de “Les Ardennes” (1857) é dedicado ao Luxemburgo germânico (ou seja, as regiões do país onde se fala alemão).

Atualmente, o alemão é uma das três línguas oficiais do Grão-Ducado do Luxemburgo (as outras duas são o luxemburguês e o francês). Contudo, verifica-se uma predominância maior de falantes de alemão nas comunas e cantões que fazem fronteira com a Alemanha, abrangendo a própria vila de Vianden.

Quarto de Victor Hugo (Piso 1, Sala II – Tony Bourg)

De 8 de junho a 22 de agosto de 1971, Victor Hugo viveu no primeiro andar deste edifício, mais precisamente no quarto que vês na fotografia. Já a sua família estava alojada mesmo em frente e do outro lado da estrada, no hotel da vila (que hoje em dia se chama Hôtel-Restaurant Victor Hugo).

Desta divisão, o autor francês tinha vistas diretas para o rio Our e para as ruínas do Castelo de Vianden. Além de escrever, Victor Hugo aproveitava o seu quarto em Vianden para refletir sobre a sua mensagem humanitária e para desenhar, tendo convertido a vista que tinha das suas três janelas em dezenas de ilustrações.

Um dos detalhes mais fascinantes na Casa Victor Hugo – Museu Literário é o facto de ainda conservar o mobiliário que decorava este quarto durante a estadia do artista. Este consistia numa “cama de trenó”, mesinha de cabeceira, roupeiro, secretária e cadeira. As várias peças de mobiliário foram concebidas por um marceneiro local em madeira de nogueira (uma árvore típica das paisagens de Vianden), em meados do século XIX.

A estátua em gesso à escala real, que retrata Victor Hugo meditando sobre as suas ideias, foi elaborada em 2002 para a renovação do museu literário, por ocasião do bicentenário do seu nascimento. A obra é da autoria do pintor e escultor alemão Herbert Labusga. À sua frente, está a cópia do primeiro volume de “Les Ardennes” (1854), dedicada à região belga das Ardenas.

Os três jornais pousados na cama eram os únicos que existiam no Luxemburgo em 1871: “L’Avenir du Luxembourg – Journal International” (em francês), “Luxemburger Zeitung” (em alemão) e “Luxemburger Wort” (também em alemão e ainda impresso no presente). Se observares com atenção os exemplares em exposição, vais ver que mencionam Victor Hugo!

“Le Curé et l’Oie”, de Pit Wagner (Piso 1, Corredor)

Esta segunda obra de Pit Wagner ocupa parte da parede no corredor do primeiro piso e ilustra uma cena caricata testemunhada por Victor Hugo: “Ce curé est un vieux brave homme qui possède la seule oie qu’il y ait dans Vianden. Il va dans les rues avec elle. Ils sont inséparables. Tantôt l’oie précède le curé. Tantôt le curé suit l’oie.”

Ora, tudo isto pode traduzir-se assim: “Este padre é um velho corajoso que é dono do único ganso que existe em Vianden. Ele anda pelas ruas com ele. Eles são inseparáveis. Às vezes o ganso precede o padre. Às vezes o padre segue o ganso.” Victor Hugo registou este episódio no seu diário de viagem, a 24 de julho de 1871.

Carta para Charles Arendt, escrita por Victor Hugo (Piso 1, Sala III – Michel Sinner)

Na terceira sala da Casa Victor Hugo – Museu Literário, podes admirar uma carta escrita à mão pelo próprio Victor Hugo, a 8 de setembro de 1871.

Esta carta é dirigida a Charles Arendt, o renomado arquiteto luxemburguês que supervisionou as obras de restauração do Castelo de Vianden e do Palácio Grão-Ducal do Luxemburgo (entre outros monumentos).

Aparentemente, Charles Arendt tinha-lhe oferecido uma cópia da sua monografia sobre o castelo e Victor Hugo felicitou-o pelo seu trabalho artístico e arqueológico.

A carta foi enviada de Altwies (uma pequena vila na comuna de Mondorf-les-Bains, no sudeste do Luxemburgo), já depois do escritor ter deixado Vianden com a sua família.

Fotografia de Victor Hugo (Piso 1, Sala III – Michel Sinner)

Esta fotografia de Victor Hugo quase que passa despercebida no meio de dezenas de cartas e documentos (todos eles autênticos), devido ao seu tamanho tão diminuto. Foi tirada em Bruxelas, no ano de 1861.

No verso da foto, o escritor francês acrescentou uma curta inscrição, salientando a coragem e generosidade do jovem poeta luxemburguês Jean Knaff (filho do proprietário do Auberge Knaff em Larochette, no centro do Luxemburgo, onde Victor Hugo ficou hospedado por diversas vezes).

Uma versão bastante ampliada desta mesma fotografia pode ser encontrada na parede do chamado “Terrasse Littéraire” (isto é, “Terraço Literário”), no rés-do-chão da Casa Victor Hugo – Museu Literário.

Mecha de Cabelo de Victor Hugo (Piso 1, Sala III – Michel Sinner)

Se achas que leste mal o título deste “objeto imperdível” na Casa Victor Hugo – Museu Literário, então deixa-me assegurar-te que não, não leste mal!

Esta mecha de cabelo pertenceu mesmo a Victor Hugo e foi guardada pela antiga atriz Juliette Drouet (a amante do escritor, que se tornou sua secretária e companhia de viagens durante os quase vinte anos do seu exílio político).

Esta “lembrança” pessoal até incluía uma etiqueta (entretanto desaparecida), onde Juliette Drouet descreveu como ela própria tinha cortado o cabelo de Victor Hugo no dia 9 de julho de 1871, em Vianden, no Grão-Ducado do Luxemburgo! E ainda refere que o escritor vivia neste pequeno quarto como refugiado político, depois da Comuna de Paris!

“L’Année Terrible”, de Victor Hugo (Piso 1, Sala III – Michel Sinner)

“L’Année Terrible” (ou seja, “O Ano Terrível”) é uma coleção de poemas escrita e publicada por Victor Hugo em Paris, no ano de 1872.

“O Ano Terrível” refere-se ao período entre agosto de 1870 e julho de 1871, um momento crucial na história de França. Durante estes onze meses, França perdeu a Guerra Franco-Prussiana sob o governo do Segundo Império Francês, o que culminou na revolta da classe trabalhadora em Paris (um episódio conhecido como a Comuna de Paris).

A versão exposta na Casa Victor Hugo – Museu Literário é uma cópia da primeira edição e apresenta uma dedicação manuscrita para o presidente da Câmara Municipal de Vianden, o que a torna numa das obras mais valiosas do acervo deste museu!

“Les Misérables”, de Victor Hugo (Piso 2, Sala VI – Joseph Bech e Pierre Frieden)

Na sala mais pequena do segundo piso da Casa Victor Hugo – Museu Literário em Vianden, existe uma edição original em dez volumes (com encadernação moderna) do romance mais conhecido deste autor francês: “Os Miseráveis”. Esta edição foi primeiramente publicada em Bruxelas em 1862, seguindo-se a cidade de Paris.

“Les Misérables” foi a obra que consagrou Victor Hugo como um dos escritores mais importantes do século XIX. E naquela altura, o romance foi um verdadeiro campeão de vendas, rendeu-lhe a quantia absurda de 300 mil francos-ouro: algo que hoje ultrapassaria os 450€ (sem contar com a inflação)!

Guia Prático da Casa Victor Hugo – Museu Literário

Falando por experiência própria, a Casa Victor Hugo – Museu Literário em Vianden não é um museu que necessite de muito planeamento antecipado. Ainda assim, vale sempre a pena consultar informações práticas (como acessos em transportes públicos, horários de abertura e preços de bilhetes), de forma a otimizar a visita.

1. Planeia a tua Viagem até Vianden

A maioria dos turistas visita a Casa Victor Hugo – Museu Literário (e o Castelo de Vianden) numa day trip desde a capital do Luxemburgo e foi exatamente isso que fiz. Ora, para chegares a Vianden, deves primeiro apanhar um comboio na Gare de Luxembourg com destino à Gare de Troisvierges.

No entanto, vais sair na Gare de Ettelbruck e apanhar o autocarro 570 em direção a Obereisenbach, Bei der Baach. Mais uma vez, não chegas a fazer o percurso todo, pois vais sair na Gare de Vianden. Esta viagem do Luxemburgo a Vianden dura cerca de 1 hora, já incluindo a troca do comboio para o autocarro em Ettelbruck.

Depois de chegares à Gare de Vianden, só tens de caminhar 400 metros pela estrada principal, que se chama Rue de la Gare. A Casa Victor Hugo – Museu Literário fica no número 37 dessa mesma rua e antes da Ourbrücke!

2. Visita o Museu depois do Castelo de Vianden

A Casa Victor Hugo – Museu Literário está aberta todos os dias, das 11:00 às 17:00 (de início de novembro a meados de abril) ou das 12:00 às 18:00 (de meados de abril a fim de outubro). E eu recomendo visitares o museu depois do Castelo de Vianden por diferentes razões.

Em primeiro lugar, porque o castelo abre mais cedo e tende a receber um maior fluxo de turistas na parte da tarde. Depois, a história do Castelo de Vianden ajuda a compreender o fascínio que Victor Hugo tinha por este monumento. E por último, como o castelo está situado num promontório a 300 metros de altitude, faz mais sentido explorares a “Vila Alta” de Vianden antes da “Vila Baixa”, para a subida/descida não ser tão cansativa.

3. Considera Comprar o LuxembourgCard

Os bilhetes para visitar a Casa Victor Hugo – Museu Literário custam 5€ (adultos) ou 4.5€ (grupos a partir de 10 pessoas), sendo que os menores de 25 anos e os portadores do LuxembourgCard não pagam entrada.

Se estás a pensar visitar múltiplos museus e monumentos no Luxemburgo, então este cartão turístico é uma excelente opção a considerar. Com preços que variam entre os 13€ e os 68€, o LuxembourgCard tem a validade de 1 ano, podendo ser usado por 1 a 5 pessoas, entre 1 a 3 dias!

DICA: Não te esqueças de pedir o audioguia, que vem incluído no preço do bilhete e está disponível em inglês, francês, alemão e neerlandês! Apesar do museu ter dezenas de placas informativas espalhadas pelas várias salas de exposição, estas estão todas em francês (o que pode tornar a visita mais desafiante, para quem não fala a língua).

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2 thoughts on “Casa Victor Hugo – Museu Literário: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024”

  1. Stephanie Madeira

    Olá! Adorei o post. Visitei Vianden em junho de 2022 mas o museu estava fechado. Estou de mudança para Luxemburgo em março de 2023 e já estou ansiosa para visitar o museu! Como professora de francês e amante de literatura, o museu me parece muito interessante 🙂

    1. Olá, Stephanie. Muito obrigada pelo comentário! A Casa Victor Hugo é um dos melhores museus literários que alguma vez visitei, vale mesmo a pena. Boa sorte com a mudança! 🙂

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