1 Dia Na Colònia Güell: O Roteiro Da Colònia Güell Perfeito

Em 1890, o empresário Eusebi Güell decidiu construir uma colónia industrial para os seus trabalhadores no município de Santa Coloma de Cervelló, a pouco mais de 15 km do centro de Barcelona. Apelidado de Colònia Güell, este complexo têxtil tinha não só alojamento para os operários da fábrica, mas também vários edifícios públicos.

Um deles é a Cripta da Colònia Güell, uma obra-prima da arquitetura modernista catalã, que é Património Mundial da UNESCO desde 2005. Esta igreja inacabada foi projetada por Antoni Gaudí e tornou-se, juntamente o Palácio Güell e o Parque Güell, um dos muitos monumentos que o artista desenhou para Eusebi Güell!

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Roteiro da Colònia Güell
Roteiro da Colònia Güell

Breve História da Colònia Güell

A história da Colònia Güell remonta ao ano de 1890, quando o industrial e político catalão Eusebi Güell i Bacigalupi possuía uma propriedade em Santa Coloma de Cervelló: a Can Soler de la Torre. Ora, influenciado pelos conflitos sociais que se viviam em Barcelona naquela época, o empresário decidiu transferir a sua fábrica de tecidos do movimentado centro da cidade para aquele subúrbio pacato.

Em poucos anos, a Colònia Güell passou de um simples complexo têxtil para uma autêntica cidade operária, com a construção de inúmeras infraestruturas públicas de caráter social, cultural e religioso. Além disso, Eusebi Güell contratou arquitetos renomados – como Antoni Gaudí i Cornet, Francesc Berenguer i Mestres, Joan Rubió i Bellver e Francesc Berenguer i Bellvehí – para incorporem o novo estilo modernista catalão nestes novos edifícios.

Visitar a Colònia Güell

Apesar de ter optado por criar um roteiro da Colònia Güell para um dia inteiro, eu acho que consegues visitar todos os pontos de interesse numa manhã ou tarde – sobretudo porque muitos só podem ser vistos por fora. Ainda assim, lembra-te que a Colònia Güell fica a 25 minutos de Barcelona, portanto planeia a tua viagem com antecedência.

Para chegares à Colònia Güell, tens de apanhar a linha S3, S4, S8 ou S9 dos Ferrocarriles de la Generalitat de Catalunya (FGC), na Plaça d’Espanya. Esta estação ferroviária é também servida pelas linhas L1, L3 e L8 dos Transportes Metropolitanos de Barcelona (TMB), caso necessites de te deslocar desde outra zona da cidade.

AVISO: Este bilhete de comboio custa 2.40€ e não está incluído no Barcelona Card (ao contrário do bilhete de metro)!

Roteiro da Colònia Güell

Antics Cellers de la Cooperativa

Este roteiro da Colònia Güell começa nos Antigos Celeiros da Cooperativa (em catalão, Antics Cellers de la Cooperativa).

Construído em 1920 para complementar a Antiga Cooperativa de Consumo, este edifício apresenta uma planta retangular com dois pisos.

O rés-do-chão albergava as adegas, minas de carvão e armazéns, enquanto que o andar superior era destinado à habitação. Hoje em dia, o espaço é utilizado maioritariamente para serviços públicos e exposições temporárias.

Podes encontrar os Antigos Celeiros da Cooperativa na Carrer Claudi Güell, mesmo em frente à Antiga Cooperativa de Consumo.

Antiga Cooperativa de Consum

A Antiga Cooperativa de Consumo (em catalão, Antiga Cooperativa de Consum) é um local obrigatório neste roteiro da Colònia Güell, uma vez que é aqui que se encontra o Centro de Interpretação da Colònia Güell (isto é, o Posto de Turismo). Ou seja, é neste sítio que tens de comprar o bilhete para entrar na Cripta da Colònia Güell!

Situado entre a Carrer Claudi Güell e a Carrer Mossèn Frederic Martí, o edifício foi projetado por Francesc Berenguer i Mestres e Joan Rubió i Bellver em 1900. O piso térreo funcionava como armazém e espaço de comércio alimentar, ao mesmo tempo que o primeiro andar era um centro social.

Antiga Casa del Secretari

A Antiga Casa do Secretário (em catalão, Antiga Casa del Secretari) fica entre a Carrer Claudi Güell e a Carrer Aranyó.

Curiosamente, o nome deve-se ao facto de esta ter sido a casa do secretário da Câmara Municipal de Santa Coloma de Cervelló, que aqui viveu durante muitos anos.

Depois deste se ter mudado, a Antiga Casa do Secretário serviu de escritório municipal, mas manteve a sua designação popular. E, nos dias que correm, é o Consultório Médico da Colònia Güell.

Os meus detalhes decorativos favoritos deste edifício são os losangos com a Cruz de São Jorge e as quatro faixas do brasão de armas da Catalunha, presentes no friso e na varanda do primeiro andar!

Centre de Sant Lluís

Se seguires pela Carrer Aranyó, vais passar por um antigo convento de freiras, que foi erguido entre 1891 e 1892 e hoje é um centro cívico.

Mas a principal atração desta rua é o Centro de São Luís (em catalão, Centre de Sant Lluís), o centro cultural da Colònia Güell. Também é conhecido como Centro Municipal de São Luís.

Desenhado por Francesc Berenguer i Bellvehí entre 1915 e 1918, este edifício modernista começou por ser uma escola para meninas e a sede do Patronat Obrer de la Sagrada Família.

Depois da Guerra Civil Espanhola (1936-39), o espaço passou a ser usado como teatro e biblioteca, sendo que atualmente acolhe a Biblioteca Popular Joaquim Folguera.

Escola & Casa del Mestre

Na minha opinião, a Escola & Casa do Mestre-Escola (em catalão, Escola & Casa del Mestre) são dois dos pontos de interesse mais fascinantes deste roteiro da Colònia Güell. Para os vislumbrares, tens primeiro de atravessar a Plaça Joan Güell e depois percorrer (ou melhor, subir) a Carrer Barrau até ao fim. E sabias que esta escola primária esteve em funcionamento até 2011?

Projetados por Francesc Berenguer i Mestres e Francesc Berenguer i Bellvehi (pai e filho), estes dois edifícios modernistas datam de 1911. Segundo os registos históricos, a escola era gratuita para os filhos dos trabalhadores, se bem que o ensino era diferente para meninos e meninas. Por exemplo, a educação feminina centrava-se no trabalho manual e doméstico e estava a cargo das freiras do convento.

Ca l’Espinal

A Ca l’Espinal é a primeira de uma série de casas particulares, que eu decidi incluir neste roteiro da Colònia Güell.

Exemplo evidente do modernismo catalão, foi projetada por Joan Rubió i Bellver em 1900 e tem este mesmo ano gravado nas lajes da entrada.

Com uma planta quadrada, a Ca l’Espinal situa-se entre a Carrer Monturiol e a Carrer Malvehy, uma zona da Colònia Güell marcadamente residencial.

Considerada uma das obras-primas desta cidade operária, esta moradia destaca-se pela sua varanda circular inspirada nos torreões medievais e pelas suas janelas em forma de hexágonos alongados.

Antiga Casa del Metge

A Antiga Casa do Médico (em catalão, Antiga Casa del Metge) fica mesmo ao lado da Ca l’Espinal, na Carrer Malvehy.

Erguida em 1911, desconhece-se quem foi o arquiteto responsável, embora o estilo esteja enquadrado no modernismo catalão, à semelhança da vizinha Ca l’Espinal.

A presença de um médico era algo absolutamente indispensável numa colónia industrial desta época e, por isso, a Colònia Güell não era exceção.

Contudo, há outro mistério associado a esta construção: ninguém sabe bem quando é que deixou de ser a Antiga Casa do Médico e se tornou só mais uma casa particular!

Ateneo Unió & Teatre Fontova

Vamos voltar à Plaça Joan Güell, desta vez para visitar dois espaços culturais: o Ateneu União e o Teatro Fontova (em catalão, Ateneo Unió & Teatre Fontova).

A sua construção começou em 1892 e só ficou concluída em 1899. E mais uma vez, o arquiteto não é conhecido!

O primeiro dos dois a ser inaugurado foi o Teatro Fontova, cujo nome é autoexplicativo. Juntamente com o Ateneu União, foram as primeiras instituições recreativas da Colònia Güell.

Instalados um ao lado do outro, o Ateneu União & Teatro Fontova eram compostos por um salão-café, bilhar, biblioteca e teatro. E hoje, continuam a ser um bar-restaurante e um teatro!

Não te esqueças de admirar o “Monumento a Eusebi Güell”, a estátua que adorna o centro da Plaça Joan Güell!

Dipòsit d’Aigua

Este roteiro da Colònia Güell continua em direção ao Depósito de Água (em catalão, Dipòsit d’Aigua), localizado na Camí de Can Ros.

Não se sabe quem foi o arquiteto ou engenheiro responsável, mas sabe-se que existe desde 1895. Aliás, tanto a fábrica como a colónia industrial eram servidas por uma rede de distribuição e armazenamento de águas muito eficiente.

Este Depósito de Água era um dos muitos tanques, poços e cisternas espalhados pelo complexo têxtil, que contribuíam para a autossustentabilidade da cidade operária. Com uma base poligonal e uma cúpula de tijolos, esta estrutura cilíndrica abastecia a casa do diretor e ficava no jardim da sua propriedade, dentro dos muros da fábrica.

Can Soler de la Torre & Capella de la Mare de Déu dels Dolors

Como referi anteriormente, a Can Soler de la Torre já pertencia a Eusebi Güell antes deste decidir criar a Colònia Güell.

A propriedade privada foi adquirida por Joan Güell i Ferrer (o seu pai) em 1860, em conjunto com os terrenos agrícolas circundantes. E como o edifício é do século XVII, o arquiteto Francesc Berenguer i Mestres foi chamado para o renovar e transformar na residência temporária da família.

Entre os elementos mais caraterísticos desta casa senhorial, contam-se os dois relógios de sol na fachada principal e a porta de entrada abobadada.

Anexa à Can Soler de la Torre, existe uma pequena capela dedicada à Nossa Senhora das Dores. Antes da construção da Cripta da Colònia Güell, era aqui que os trabalhadores prestavam o seu culto.

Recinte Industrial

O Recinto Industrial Colònia Güell (em catalão, Recinte Industrial Colònia Güell) é, logicamente, o coração desta cidade operária e a razão dela existir.

Ocupando uma grande parte dos 160 hectares da Colònia Güell, esta fábrica distinguia-se das restantes daquela altura (e região) por trabalhar com energia a vapor em vez de energia hidráulica.

O Recinto Industrial Colònia Güell era especializado no fabrico de tecidos, sobretudo veludos feitos a partir de algodão oriundo da América.

O complexo têxtil era composto por um recinto murado, onde um conjunto de edifícios realizavam diferentes atividades: fiação, tecelagem, tingimento, lavagem, secagem, corte, etc.

Ca l’Ordal

É provável que já tenhas passado pela Ca l’Ordal no início deste roteiro da Colònia Güell, até porque é o primeiro edifício da zona residencial da cidade operária. Desenhada por Joan Rubió i Bellver por volta de 1894, esta casa particular tem um detalhe muito diferente: era habitada por três famílias!

Ainda que pareça uma grande mansão senhorial à primeira vista, a Ca l’Ordal é, na realidade, um grupo de três casas geminadas com cave, rés-do-chão, primeiro andar e sótão. Tanto quanto se sabe, os moradores eram fazendeiros que cuidavam dos campos, sendo que alguns membros da família trabalhavam na fábrica.

Església (Cripta)

E eis que chegamos à atração principal deste roteiro da Colònia Güell: a Igreja Gaudí ou Cripta da Colònia Güell (em catalão, Esglégia Gaudí o Cripta de la Colònia Güell), a primeira igreja inacabada de Antoni Gaudí (a segunda e mais famosa é a Basílica da Sagrada Família)!

Antoni Gaudí iniciou o projeto em 1898, embora a construção só tenha arrancado uma década mais tarde. O plano original era erguer uma igreja com duas naves (inferior e superior), várias torres e uma cúpula central com 40 metros de altura, mas o arquiteto abandonou a obra em 1914, depois da família Güell ter cortado o financiamento.

Consagrada no ano seguinte e declarada Património Mundial da UNESCO em 2005, a Cripta da Colònia Güell é muito relevante na história do modernismo catalão, pois serviu de “cobaia” a Antoni Gaudí. Por exemplo, as soluções arquitetónicas implementadas na Basílica da Sagrada Família, foram primeiro estudadas e ensaiadas aqui!

Dá especial atenção ao alpendre e pórtico de entrada, com uma “floresta” de colunas inclinadas feitas de basalto e tijolo; aos vitrais coloridos no interior, que representam cruzes formadas por “pétalas de flores” ou “asas de borboletas”; aos bancos de igreja, desenhados pelo próprio Antoni Gaudí; e a toda a iconografia cristã que decora o espaço: cruzes, monogramas, peixes, as letras gregas Alfa e Ómega, etc..

A Cripta da Colònia Güell está aberta todos os dias do ano (exceto a 1 e 6 de janeiro, 25 e 26 de dezembro), das 10:00 às 15:00. É importante referir que este é o único monumento da Colònia Güell que requer uma entrada paga. O bilhete custa 9.5€ (adultos) ou 7.5€ (estudantes, jovens e maiores de 65 anos) e inclui um audioguia.

DICA: Se comprares o Barcelona Card, tens direito a um ingresso especial ao preço de 7.60€!

Casa Parroquial

A Casa Paroquial (em catalão, Casa Parroquial) está instalada nas traseiras da Cripta da Colònia Güell e apresenta a figura do Sagrado Coração de Jesus na sua fachada principal, mais precisamente no centro do andar superior.

A sua fundação remonta a 1917 e sabe-se que serviu de casa paroquial desde esta altura. O edifício tem um único andar térreo mais um sótão, além de um pequeno jardim a toda a volta.

Na fachada principal, também é possível observar o revestimento com lajes irregulares de pedra, bem como os arcos semicirculares em tijolo, que ladeiam as janelas do rés-do-chão.

O seu arquiteto foi Francesc Berenguer i Bellvehi.

Can Julià de la Muntanya

A última casa particular deste roteiro da Colònia Güell é uma antiga casa de campo do século XVII, rodeada por pequenas habitações.

Apelidada de Can Julià de la Muntanya, esta quinta situa-se na zona mais afastada do Recinto Industrial Colònia Güell, quase nos limites da cidade operária.

Ao longo do desenvolvimento da Colònia Güell, a Can Julià de la Muntanya assumiu diversas funções. Primeiro, acolheu a congregação de freiras, que mais tarde se mudou para o convento carmelita já mencionado neste roteiro.

Depois, passou a ser o lar temporário dos trabalhadores recém-chegados à colónia industrial. E por último também serviu de lavandaria, graças a uma mina de água que abastecia a propriedade.

Torre Salbana

Sabias que o último ponto de interesse deste roteiro da Colònia Güell é também o mais antigo? Sim, a Torre Salbana foi erguida no século XI!

Também conhecida como Torre d’Eles, esta torre medieval é constituída por um estrutura central – que faz lembrar um palácio e está completamente em ruínas – e por uma torre de planta redonda, com quase 15 metros de altura e 4 metros de diâmetro.

Como era habitual na Idade Média, estas torres asseguravam a vigia e defesa das casas senhoriais (e das suas terras) e a Torre Salbana é um claro exemplo disso.

Ninguém sabe bem quem eram os proprietários deste edifício histórico, mas acredita-se que tenham sido os senhores de Salbà, que lhe deram o nome.

Mapa do Roteiro da Colònia Güell

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