Museu Nacional De Arte Antiga: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

O Museu Nacional de Arte Antiga é o museu público mais importante em Portugal. Situado na cidade de Lisboa, a poucos metros do rio Tejo, é o local perfeito para visitar num roteiro por Alcântara ou Santos – duas das zonas mais turísticas da capital portuguesa.

A coleção do Museu Nacional de Arte Antiga é composta por mais de 40 mil peças, que abrangem os séculos XII-XIX e incluem pinturas, esculturas e exemplos de ourivesaria e arte decorativa. Grande parte das obras são europeias, mas também encontras arte asiática e africana, em resultado dos Descobrimentos Portugueses!

Por isso, queres saber mais sobre o Museu Nacional De Arte Antiga: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

Este artigo pode conter links de afiliados, o que significa que eu ganho uma pequena comissão se fizeres uma compra, sem nenhum custo adicional para ti. Lê o meu aviso legal & política de privacidade para mais informações.

Sem tempo para ler agora? Guarda para depois!

Museu Nacional de Arte Antiga
Museu Nacional de Arte Antiga

Breve História do Museu Nacional de Arte Antiga

O antigo Museu Nacional de Bellas Artes e Archeologia foi inauguração no dia 11 de maio de 1884, no Palácio de Alvor-Pombal (popularmente conhecido como Palácio das Janelas Verdes, o nome da rua). A cerimónia de abertura contou com a presença do então rei D. Luís I, um grande patrono das artes.

No entanto, as origens do agora chamado Museu Nacional de Arte Antiga remontam a 1834 – ano em que foram extintas as ordens religiosas e o seu imenso espólio de arte tornou-se propriedade da Academia Nacional de Belas-Artes (uma entidade do Estado criada por decreto da rainha D. Maria II a 25 de outubro de 1836).

Ao longo da sua história, o Museu Nacional de Arte Antiga recebeu não só as obras de arte das instituições eclesiásticas, como também os bens provenientes dos grandes palácios reais – sobretudo, depois da Implantação da República a 5 de outubro de 1910.

A esta herança tão valiosa, foram acrescentadas doações privadas e compras por parte do Estado. Além disso, o acervo foi dividido num decreto de 26 de maio de 1911: as obras anteriores a 1850 ficaram no Museu Nacional de Arte Antiga e as restantes passaram a incorporar o novo Museu Nacional de Arte Contemporânea.

O Que Ver no Museu Nacional de Arte Antiga

Tal como referi anteriormente, visitar o Museu Nacional de Arte Antiga significa visitar a maior e mais relevante coleção de arte pública de Portugal. Ou seja, vais passar uma manhã/tarde (ou mesmo um dia inteiro) a explorar as exposições permanentes e temporárias, porque o museu tem quatro andares de salas e galerias:

  • Piso 0 – Galerias de Exposições Temporárias, Biblioteca, Auditório, Gabinete de Desenhos e Gravuras e Sala do Mezanino (para exposições temporárias)
  • Piso 1 – Sala do Teto Pintado (para exposições temporárias), Capelas das Albertas, Sala dos Presépios, Têxtis, Mobiliário Português (Salas 36-44), Artes Decorativas Europeias (Salas 48-49, 55, 66-70) e Pintura Europeia (Salas 51-65)
  • Piso 2 – Arte da Expansão (Salas 14-18), Cerâmica (Salas 19-25), Ourivesaria (Salas 26-29) e Joalharia (Sala 30)
  • Piso 3 – Pintura e Escultura Portuguesas (Salas 1-13)

E eu sei que pode parecer difícil encontrar as melhores obras de arte do Museu Nacional de Arte Antiga no meio de milhares de pinturas, iluminuras, esculturas, cerâmicas, têxteis, vidros, desenhos, gravuras e peças de mobiliário e ourivesaria, mas eu vou ajudar-te!

“Tentações de Santo Antão”, de Hieronymus Bosch (Piso 1, Sala 61)

O tríptico sobre as “Tentações de Santo Antão” foi pintado por volta de 1500, pelo artista brabantino Jeroen van Aken (mais conhecido pelo seu pseudónimo Hieronymus Bosch). O pintor é considerado por muitos um dos grandes influenciadores do Surrealismo – um movimento artístico que só surgiu mais de 400 anos depois!

Hieronymus Bosch era apaixonado pelo mundo do fantástico e retratou cenas macabras sobre a solidão, o pecado e a tentação em muitos dos seus quadros. Outras das suas caraterísticas estilísticas são a inclusão de símbolos diabólicos e de caricaturas de personagens religiosas.

“Salomé com a Cabeça de São João Batista”, de Lucas Cranach, o Velho (Piso 1, Sala 61)

Lucas Cranach, o Velho (1472-1553) foi um pintor e gravador do Sacro Império Romano-Germânico, muito conhecido pelos seus retratos de membros da Família Real, bem como de líderes da Reforma Protestante (incluindo Martinho Lutero). Devido à sua longa e bem-sucedida carreira, é considerado um dos maiores nomes do Renascimento Alemão.

Pintado por volta de 1510, este retrato de “Salomé com a Cabeça de São João Batista” é o primeiro de uma série de quadros do autor sobre a sedução e perversão de figuras femininas proeminentes.

Neste caso, a protagonista é Salomé, a neta do rei Herodes I e alegada responsável pela execução de São João Batista (de acordo com o Novo Testamento da Bíblia Sagrada).

“Milagre de Santo Eusébio de Cremona”, de Rafaello Sanzio (Piso 1, Sala 63)

Apesar de não ser uma das obras mais conhecidas de Rafaello Sanzio, o “Milagre de Santo Eusébio de Cremona” merece destaque neste guia pela importância do seu autor.

Afinal de contas, estamos a falar de Rafael, um dos grandes mestres da pintura e arquitetura do Renascimento e que criou a “Scuola di Atene” (nos Museus do Vaticano) ou a “Madonna del Cardellino” (na Galeria dos Ofícios, Florença)!

A cena, retratando três jovens a serem ressuscitados por Santo Eusébio, integra um retábulo concebido para a Chiesa di San Domenico (em Città di Castello, Itália). Deste mesmo retábulo, sobreviveram dois outros painéis, preservados na National Gallery (em Londres, Inglaterra) e no North Carolina Museum of Art (em Raleigh, Estados Unidos).

Centro de Mesa, de Thomas Germain e François-Thomas Germain (Piso 1, Sala 69)

Esta peça monumental foi encomendada por D. José Mascarenhas da Silva e Lencastre (um fildago da Casa Real e 8º Duque de Aveiro) a Thomas Germain, algures entre o final da década de 1720 e o início da década de 1730. Ora, Thomas Germain foi um dos mais conceituados ourives parisienses da primeira metade do século XVIII e destacou-se, particularmente, na prataria em estilo rococó.

Símbolo de requinte e ostentação, este centro de mesa (ou “surtout de table”, em francês) aborda temas populares da época, como a caça e a mitologia. Entre os animais esculpidos, é possível admirar quatro cágados-mediterrânicos, dois galgos, um javali, um coelho, galinholas e outros tipos de aves, além de inúmeros frutos e vegetais.

“Biombos de Namban”, de Kanō Naizen (Piso 2, Sala 14)

Os “Biombos de Namban” são um conjunto de quatro biombos japoneses atribuídos a Kanō Naizen (o primeiro par, na fotografia) e a Kanō Domi (o segundo par). Realizados entre o final do século XVI e o início do século XVII, retratam a chegada dos navegadores portugueses ao Japão, mais especificamente ao porto de Nagasaki.

A Idade dos Descobrimentos levou os portugueses a chegarem ao Japão no ano de 1943, acontecimento que originou uma importante parceria e intercâmbio comercial e cultural entre os dois países. Naquela altura, os japoneses apelidavam os portugueses de namban jin (isto é, “bárbaros do sul”) – daí o nome dos biombos.

“Custódia de Belém”, de Gil Vicente (Piso 2, Sala 29)

Das mais de 3000 peças de ourivesaria e joalharia que constituem o acervo do Museu Nacional de Arte Antiga, a “Custódia de Belém” é a mais extraordinária. Esta obra de valor incalculável data de 1506 e a sua criação é atribuída ao ourives Gil Vicente (o também renomado dramaturgo e poeta, considerado o “pai do teatro português”).

A “Custódia de Belém” foi encomendada pelo rei D. Manuel I e espelha o período próspero que Portugal vivia durante os Descobrimentos. Trabalhada em estilo gótico tardio, é feita de ouro, vidro e esmaltes policromados, que foram trazidos por Vasco da Gama no regresso da sua segunda viagem à Índia em 1502.

“Painéis de São Vicente”, de Nuno Gonçalves (Piso 3, Sala 2)

O Museu Nacional de Arte Antiga possuiu mais de 2000 pinturas de origem portuguesa e europeia, mas os “Painéis de São Vicente” são certamente a obra-prima mais famosa de toda a coleção. Realizados por volta de 1470, foram atribuídos a Nuno Gonçalves, um pintor da corte de D. Afonso V.

Este políptico de seis painéis (um retábulo composto por vários painéis, que contam uma história) é um dos maiores expoentes da pintura europeia na segunda metade do século XV. Ao todo, é possível observar 58 personagens da Corte e de vários estratos sociais, aglomerados em volta da figura repetida de São Vicente.

“Fonte Bicéfala” (Piso 3, Sala 7)

De autor desconhecido, a “Fonte Bicéfala” é uma escultura bastante enigmática, que pode suscitar as mais diversas interpretações. Datada do início do século XVI, esta peça representa o rei D. Manuel I e a rainha D. Leonor da Áustria (a sua terceira esposa), acompanhados por dois escudos com as suas respetivas divisas.

Na verdade, apenas as cabeças dos monarcas foram esculpidas, pois elas fundem-se numa coluna torsa decorada com escamas. Muitos acreditam tratar-se do corpo de uma cobra ou de outra criatura aquática – até porque esta obra servia de bica de uma fonte pública!

“Retrato de D. Sebastião”, de Cristóvão de Morais (Piso 3, Sala 10)

Este “Retrato de D. Sebastião” está, provavelmente, em todos os livros de História de Portugal do ensino básico. Criado em 1571 por Cristóvão de Morais (um pintor do estilo maneirista, que trabalhou para a corte portuguesa), o quadro a óleo retrata o jovem rei Sebastião I ainda antes de atingir a maioridade.

D. Sebastião foi sempre um rei muito acarinhado pelos portugueses, que lhe chamavam “O Desejado”. O monarca ascendeu ao trono com apenas 3 anos de idade e acabou por falecer pouco mais de duas décadas depois, na Batalha de Alcácer-Quibir (no norte de Marrocos).

O rei D. Sebastião desapareceu em combate sem deixar descendência, o que deixou Portugal numa severa crise de sucessão. E em consequência disso, o reino perdeu a sua independência para Espanha!

Guia Prático do Museu Nacional de Arte Antiga

Depois de teres descoberto a história do Museu Nacional de Arte Antiga e as suas obras de arte imperdíveis, é tempo de eu revelar algumas dicas para uma visita otimizada. Por essa razão, quero deixar-te três sugestões com base na minha experiência pessoal, que te vão ajudar a aproveitar ao máximo este magnífico museu!

1. Toma Nota de Todas as Informações Práticas

O Museu Nacional de Arte Antiga está aberto de terça-feira a domingo, das 10:00 às 18:00 – sendo que encerra às segundas-feiras e nos feriados de 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 13 de junho e 25 de dezembro.

Em relação aos bilhetes, o preço normal é de 6€ – mas existem vários tipos de descontos, que podes consultar no site oficial do Museu Nacional de Arte Antiga. Além disso, a entrada é gratuita aos domingos e feriados, para todos os cidadãos residentes em Portugal!

E embora não seja propriamente necessário ao longo da maioria do ano, podes evitar filas de espera durante a época alta se comprares antecipadamente a tua entrada na bilheteira online da Direção Geral do Património Cultural (DGPC).

2. Consulta as Exposições Temporárias Disponíveis

A última vez que visitei o Museu Nacional de Arte Antiga, tive a oportunidade de conhecer uma exposição temporária chamada “Vi o Reino Renovar – Arte do Tempo de D. Manuel I, nos 500 Anos da sua Morte”. Esta exposição decorreu entre os dias 25 de junho e 26 de setembro de 2021, na Galeria A (piso 0) do museu.

Eu acho que as exposições temporárias são uma excelente oportunidade para descobrir coleções de outros museus, galerias e/ou centros culturais. Por exemplo, eu tive a oportunidade de admirar obras e peças da Biblioteca Nacional de Portugal e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo!

3. Visita Outros Museus Nacionais em Lisboa

Enquanto capital de Portugal, a cidade de Lisboa acolhe um grande número de Museus Nacionais, que podes (e deves) acrescentar ao teu roteiro. Além do Museu Nacional de Arte Antiga, também podes visitar o:

Partilha este artigo nas tuas redes sociais!

Mais Artigos sobre Portugal

Mais Artigos sobre Guias de Museus

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Scroll to Top