Museu Judaico De Belmonte: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

Quando o Museu Judaico de Belmonte foi inaugurado no ano de 2005, tornou-se o primeiro museu em Portugal inteiramente dedicado à história do Judaísmo. Além disso, as várias salas e corredores da sua exposição permanente dão especial atenção à comunidade judaica que se instalou na vila de Belmonte.

Se um dia visitares Belmonte – uma das “12 Aldeias Históricas de Portugal” – é fundamental que incluas o Museu Judaico de Belmonte no teu itinerário. Este espaço possui um acervo único de peças, que englobam séculos de história, cultura e tradições judaicas!

Por isso, queres saber mais sobre o Museu Judaico De Belmonte: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

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Museu Judaico de Belmonte
Museu Judaico de Belmonte

Breve História do Museu Judaico de Belmonte

O Museu Judaico de Belmonte foi inaugurado no dia 17 de abril de 2005, com uma exposição de mais de cem peças. Na sua coleção permanente, contam-se não só relíquias ligadas a práticas religiosas, mas também objetos utilizados no quotidiano – tanto em casa como no trabalho.

A maioria das peças exibidas resultaram de doações de diversas famílias judaicas, mais precisamente das regiões da Beira Interior e de Trás-os-Montes. No entanto, o Museu Judaico de Belmonte é, na sua essência, dedicado à comunidade criptojudaica que se instalou nesta vila no século XIII.

O Que Ver no Museu Judaico de Belmonte

Com muitas dezenas de peças em exposição no Museu Judaico de Belmonte, é bastante difícil escolher as “mais imperdíveis”. Ainda assim, existem alguns objetos e relíquias que merecem especial atenção, quer pelo seu estado de conservação, quer pela sua importância nas práticas judaicas.

O mais extraordinário sobre a Comunidade Judaica de Belmonte é que ela conseguiu sobreviver durante séculos tumultuosos de perseguição religiosa! Afinal de contas, os judeus de Belmonte tinham de afirmar que eram cristãos, enquanto continuavam a praticar o Judaísmo em segredo – o chamado Criptojudaísmo.

Hanukkiahs

Também chamado de Hanukkah menorah (e por vezes traduzido Chanukiá ou Chanuquiá em português), o Hanukkiah é um candelabro de nove braços utilizado durante os oito dias do Hanukkah ou “Festa das Luzes”.

Neste feriado judaico, os judeus celebram o “Milagre do Azeite”, referente ao azeite que milagrosamente queimou durante oito dias no Menorah do Templo de Jerusalém, no século II a.C..

No Museu Judaico de Belmonte, existem vários Hanukkiahs em exposição e todos têm tamanhos e formas diferentes. No entanto, o conceito é sempre o mesmo: oito braços mais um nono ao centro e mais proeminente chamado Shamash, que serve de acendedor para as restantes velas.

Menorah

O Menorah (ou Menorá, em português) é um dos símbolos mais conhecidos do Judaísmo, juntamente com a Estrela de David. Este candelabro sagrado de sete braços foi primeiramente usado no Tabernáculo e, mais tarde, no Templo de Jerusalém.

O exemplar em exposição no Museu Judaico de Belmonte data do século XX e é uma representação fiel do Menorah original – que era feito em ouro maciço e possuía uma haste central, com três braços saindo de cada lado.

Em 1949, o recém-criado Estado de Israel adotou o Menorah como emblema oficial, depois de no ano anterior ter integrado a Estrela David (ou Magen David, que significa “Escudo de David”) na sua bandeira nacional.

Sefer Torah

Sefer Torah (ou Sefer Torá em português) são os rolos de pergaminho copiados à mão da Torá, as Escrituras Sagradas do Judaísmo.

Enquanto uma das obras mais sagradas da religião judaica, o Sefer Torah é guardado nas sinagogas, dentro de uma “arca” ornamentada conhecida como Aron Kodesh.

O livro sagrado que se encontra em exposição no Museu Judaico de Belmonte data do século XX e contém os livros do Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio (Pentateuco).

Além disso, inclui um pequeno ponteiro do século XIX – designado Yad – que servia para acompanhar a leitura da Torah.

Shofar

O Shofar do Museu Judaico de Belmonte pode ser do século XX, mas a verdade é que este instrumento de sopro é um dos mais antigos de que há registo! No entanto, para os judeus, o Shofar representa muito mais do que um simples instrumento musical tradicional: é também considerado um dos objetos sagrados do Judaísmo.

Criado a partir do chifre de um animal kosher (normalmente, um carneiro), o Shofar era tocado em celebrações religiosas solenes ou em momentos de guerra. Nos dias que correm, está presente sobretudo em eventos importantes do calendário judaico, como no Rosh Hashanah (ou Rosh Hashaná em português) – o Ano Novo Judaico.

Tefilin

O Tefilin é um conjunto de pequenas caixas de couro preto – proveniente de um animal kosher – onde são guardados rolos de pergaminho com passagens da Torah.

Curiosamente, este objeto também é conhecido em português como Filactério (do grego Phylaktérion), que significa “proteção”. E a verdade é que muitos judeus consideram o Tefilin uma espécie de amuleto!

Na religião judaica, o Tefilin é utilizado durante a oração matinal dos dias úteis. Basicamente, os fiéis envolvem uma das tiras de couro no braço esquerdo e outra na testa, para recitarem os versos.

O modelo no Museu Judaico de Belmonte é do século XX. E como podes reparar pela foto, o Tefilin inclui uma explicação gráfica sobre como o colocar.

Epígrafe Votiva

A Epígrafe Votiva do Museu Judaico de Belmonte é, provavelmente, a peça mais enigmática do seu acervo. Isto porque ainda nenhum historiador ou arqueólogo conseguiu perceber a quem pertenceu esta pedra, de que ano é ou qual o significado da sua inscrição!

Segundo Samuel Schwarz (um engenheiro de minas polaco de origem judia, que é conhecido pela redescoberta da Comunidade Judaica de Belmonte e pela restauração da Sinagoga de Tomar), a inscrição data de 1297 e pertencia à antiga Sinagoga de Belmonte.

Este historiador, arqueológo e escritor radicado em Portugal no início do século XX, afirmou que a inscrição significa: “E Adonai está no seu templo sagrado, emudece perante Ele toda a terra.”

Pão Santo

Por último, mas não menos importante, podes admirar uma peça muito especial no Museu Judaico de Belmonte: um exemplo de Pão Santo.

Este pão é assado sem fermento e feito apenas de farinha de trigo (ou de outros cereais, como aveia, centeio ou cevada) e água. Popularmente, este tipo de pão é chamado de pão ázimo.

O Pão Santo é presença obrigatória na Pessach, a “Páscoa Judaica” ou “Festa da Libertação” – pois é o feriado que comemora a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito.

Em Belmonte, os criptojudeus cozinhavam sempre um Pão Santo na Pessach, que depois era guardado numa pequena caixa de madeira. Ou seja, alguns dos pães tinham vários anos, senão mesmo décadas!

Guia Prático do Museu Judaico de Belmonte

O Museu Judaico de Belmonte localiza-se em pleno centro histórico e a escassos metros de outros pontos turísticos, como o Castelo de Belmonte ou o Museu dos Descobrimentos. Caso estejas de carro e esta seja a tua primeira paragem em Belmonte, recomendo que estaciones no Largo de São Tiago ou na Loja do Cidadão.

Posto isto, vou dar-te algumas dicas e sugestões – bem como as principais informações práticas (ou seja, horários de abertura e preços de bilhetes) – para que possas aproveitar ao máximo o Museu Judaico de Belmonte e otimizar a tua visita a este sítio tão único!

1. Compra um Bilhete Combinado

Sabias que a aldeia histórica de Belmonte possui cinco museus municipais? Além do Museu Judaico de Belmonte, podes visitar o Museu do Azeite, o Museu dos Descobrimentos, o Ecomuseu do Zêzere e a Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais. E claro, ainda podes explorar o Castelo de Belmonte.

Portanto, na hora de comprar bilhetes, decide primeiro quantos destes queres visitar – porque o bilhete combinado pode ficar mais em conta! Por exemplo, a entrada para o Museu Judaico de Belmonte custa 4€ (ou 3€ para crianças e jovens dos 6 aos 18 anos, detentores do Cartão Jovem ou Cartão de Estudante e reformados), mas o “Bilhete 5 Museus” custa 8€ (ou 7€) e o “Bilhete 5 Museus + Castelo” custa 10€ (ou 8€).

2. Visita o Museu Judaico de Belmonte com um Guia Turístico

Visitar o Museu Judaico de Belmonte (ou outro museu) com um guia turístico é sempre uma experiência diferente. Porque não só tens a oportunidade de descobrir a história do museu e do seu acervo de uma forma muito mais interessante, como tens a oportunidade única de colocar questões e tirar dúvidas no momento.

Atualmente, muitos dos museus, monumentos e outros edifícios históricos já estão equipados com placas, sinaléticas, resumos e descrições, já para não falar dos mapas e dos audioguias em várias línguas. Mas um guia turístico competente pode tornar a tua visita ainda mais especial!

Eu tive a sorte de poder visitar o Museu Judaico de Belmonte (e outros monumentos desta Aldeia Histórica de Portugal, como a Sinagoga Bet Heliahu e a Torre Romana de Centum Cellas) com um guia turístico judeu. E posso dizer que foi uma experiência única, que recomendo vivamente!

3. Evita a Hora de Almoço (e as Segundas-Feiras)

Na minha opinião, um dos maiores inconvenientes dos museus e monumentos portugueses é o facto de abrirem relativamente tarde – e não ao início da manhã, como acontece em países como Alemanha, França ou Itália – e de muitos deles fecharem durante a hora de almoço.

Eu quando viajo, gosto de me levantar cedo para evitar as filas de espera e poder fotografar os locais sem muitas pessoas. E também prefiro optar por uma sanduíche ou outra refeição rápida ao almoço, para visitar as atrações turísticas quando toda a gente vai para os restaurantes e cafés.

Infelizmente, o Museu Judaico de Belmonte tem um horário bastante “limitador”, mas que é muito comum em Portugal: das 10:00 às 13:00 e das 14:30 às 17:30, sendo que a última entrada é às 17h:00. O museu também encerra às segundas-feiras (como a grande maioria dos museus), pelo que apenas podes visitá-lo de terça-feira a domingo.

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