Museu Da Orangerie: Melhores Dicas Para Visitar Em 2023

O Museu da Orangerie (em francês, Musée de l’Orangerie) começou por ser uma estufa de laranjeiras, mas agora abriga uma coleção extraordinária de pinturas impressionistas e pós-impressionistas, incluindo algumas das obras-primas de Claude Monet. Embora seja razoavelmente mais pequeno que outros museus da capital francesa, as coleções são mesmo interessantes e a sua localização no coração do Jardim das Tulherias é ideal.

Outro fator a favor do Museu da Orangerie é o facto de não ser tão popular e concorrido como os seus vizinhos Museu do Louvre ou Museu de Orsay, proporcionando uma visita muito mais descontraída e pessoal. Poder apreciar os maravilhosos “Nenúfares” de Monet sem uma barreira de turistas barulhentos – como acontece com a “Mona Lisa” – é, sem dúvida, uma mais-valia!

Por isso, queres saber mais sobre o Museu Da Orangerie: Melhores Dicas Para Visitar Em 2023? Continua a ler!

Este artigo pode conter links de afiliados, o que significa que eu ganho uma pequena comissão se fizeres uma compra, sem nenhum custo adicional para ti. Lê o meu aviso legal & política de privacidade para mais informações.

Sem tempo para ler agora? Guarda para depois!

Museu da Orangerie
Museu da Orangerie

Breve História do Museu da Orangerie

Em 1852, foi construída uma estufa para abrigar as laranjeiras do Palácio das Tulherias. O edifício, localizado no extremo do oeste do Jardim das Tulherias, foi criado com uma fachada sul em vidro (para deixar entrar a luz do sol) e uma a fachada norte sem janelas (para evitar os ventos frios).

Com a queda do Segundo Império de Napoleão III em 1870 e o incêndio que destruiu o Palácio das Tulherias no ano seguinte, a Orangerie (ou “Laranjal”, em francês), passou a ser propriedade estatal e foi reaproveitada para servir de espaço para eventos relacionados com a horticultura.

Décadas depois, o estadista Georges Clemenceau sugeriu que a série de quadros “Les Nymphéas”, doados por Claude Monet ao Estado, fosse exibido na Orangerie. Assim sendo, o artista idealizou duas salas ovais, com luz natural e formando o símbolo do infinito, para expôr os oito painéis de “Nenúfares” (cada um com 2 metros de largura)!

O chamado Musée Claude Monet foi inaugurado pelo próprio Georges Clemenceau no dia 17 de maio de 1927, já depois da morte do pintor impressionista. Mais tarde, a galeria de arte foi anexada ao Musée du Luxembourg e formalmente renomeada Musée National de l’Orangerie des Tuileries.

O Que Ver no Museu da Orangerie

O Musée de l’Orangerie tem em exposição permanente 156 pinturas concebidas entre o final do século XIX e o início do século XX e oriundas de duas doações: “Nenúfares” de Claude Monet e a coleção privada de Domenica Walter. Os autores têm, na sua maioria, nacionalidade francesa, mas existem artistas vindos de Espanha, Itália, Países Baixos e do antigo Império Russo:

  • André Derain: 30 obras de arte
  • Auguste Renoir: 25 obras de arte
  • Chaïm Soutine: 22 obras de arte
  • Paul Cézanne: 15 obras de arte
  • Pablo Picasso: 12 obras de arte
  • Henri Matisse e Maurice Utrillo: 10 obras de arte (cada)
  • Claude Monet: 9 obras de arte, incluindo os oito famosos “Nenúfares”
  • Henri Rousseau: 9 obras de arte
  • Marie Laurencin: 6 obras de arte
  • Amedeo Modigliani: 5 obras de arte
  • Paul Gauguin, Alfred Sisley e Kees Van Dongen: 1 obra de arte (cada)

Apesar de ter origens modestas, Paul Guillaume tornou-se um colecionador e comerciante de arte muito prestigiado em Paris, no início do século XX. Adepto de arte africana desde cedo, Guillaume foi descoberto pelo poeta Guillaume Apollinaire em 1911, por causa das estatuetas africanas que tinha em exposição na garagem onde trabalhava.

Com Apollinaire como mentor, Paul Guillaume rapidamente abriu a sua primeira galeria de arte e começou a negociar obras de arte e a patrocinar artistas como Chaïm Soutine e Amedeo Modigliani. Dos anos 1910 até à sua morte em 1934, o colecionador reuniu dezenas de obras de Renoir, Cézanne, Modigliani, Matisse, Picasso, Derain e Soutine.

Após o seu falecimento, a sua esposa Domenica casou-se com o arquiteto Jean Walter e continuou a coleção do primeiro marido, vendendo e comprando pinturas segundo os seus gostos. Em 1959, doou todas as obras de arte ao Estado francês, que passou a exibi-las no Musée de l’Orangerie sob o nome “La collection Jean Walter et Paul Guillaume”.

“Les Nymphéas”, de Claude Monet (Piso 0, Salas 2 e 3)

No dia a seguir ao Armistício (11 de novembro de 1918), Claude Monet decidiu oferecer um conjunto de quadros ao Estado francês como um símbolo de paz. Surpreendentemente, esta coleção de “Nenúfares” (em francês, “Les Nymphéas”) pertencia a uma série de pinturas sobre o tema, que o artista havia começado quase trinta anos antes!

Inspirado pelo Jardim de Água que possuía na sua casa em Giverny, Monet conseguiu capturar a mudança da luz do sol na Natureza, retratando o passar das horas do amanhecer ao entardecer. As paisagens bucólicas destas suas obras de arte são pontuadas por nenúfares e salgueiros-chorões, bem como pelo reflexo das árvores e das nuvens na água.

A pintura da fotografia chama-se “Reflets Verts” e encontra-se na Sala 2, juntamente com “Matin”, “Les Nuages” e “Soleil couchant” (a capa deste artigo). Ao mesmo tempo, podes ver os quadros “Les Deux Saules”, “Le Matin clair aux saules”, “Le matin aux saules” e “Reflets d’arbre” na Sala 3.

“Baigneuse aux cheveux longs”, de Auguste Renoir (Piso -2, Sala 9)

“Banhista com cabelo comprido” foi pintada por volta de 1895-96 e faz parte de uma série de obras sobre “mulheres nuas a tomar banho”, que Auguste Renoir criou desde o final dos anos 1880 até à sua morte em 1919.

Este tema deve-se, certamente, a uma viagem que o pintor fez a Itália no início da década. Aí, conviveu com as esculturas clássicas expostas nas galerias de arte, ganhando novas ideias para abordar o nu humano feminino.

Neste caso, a mulher loira retratada por Renoir encontra-se a sair da água, enquanto pega numa toalha. Tanto quanto se sabe, o uso deste tecido foi inspirado pelos panos cobrindo as estátuas clássicas italianas, que o artista tanto admirava.

O fundo denuncia que a cena acontece ao ar livre e num ambiente campestre e primaveril. O quadro está repleto de cores vivas, ao mesmo tempo que a pele luminosa da jovem destaca-se de tudo o resto. Auguste Renoir ficou conhecido pelo efeito realista da luz nas suas obras, graças ao cuidado com que criava os reflexos na pele das modelos.

“Portrait de Mademoiselle Chanel”, de Marie Laurencin (Piso -2, Sala 11)

Em 1923, a estilista francesa Coco Chanel contratou Marie Laurencin para pintar o seu retrato. Nessa altura, a artista trabalhava para os Ballets Russes de Sergei Diaghilev, desenhando os figurinos e cenários do ballet “Les Biches”.

Neste quadro, Laurencin pintou a modelo com um rosto abatido, enquanto que a harmonia das cores pastéis é interrompida pelo longo lenço preto de Chanel. Como resultado, a estilista odiou o retrato e recusou-se a compra-lo no final.

Para além dos seus tons suaves caraterísticos, a pintora adorava juntar jovens mulheres e animais na mesma cena, em ambientes quase etéreos. No museu, os seus outros quadros são facilmente reconhecidos por este estilo: “Danseuses espagnoles” (1921), “Les Biches” (1923), “Femmes au chien” (1924-25) e “Portrait de Madame Paul Guillaume” (1924-28).

“Nu à la cruche”, de André Derain (Piso -2, Sala 12)

André Derain é o pintor mais representado do Museu da Orangerie. Curiosamente, o artista também desenhou cenários e figurinos para os Ballets Russes, neste caso para o ballet “La Boutique fantasque” (1919).

A partir de 1924, passou a ser patrocinado por Paul Guillaume, parceria que terminou dez anos depois com a morte do colecionador. Este quadro “Nu com um jarro” é um dos primeiros dessa época (1924-25) e retrata uma figura feminina ao ar livre.

Derain gostava de pintar nus em comunhão com a natureza, sobretudo pedras ou areia. Por último, o corpo da modelo – delineado a preto – nem sempre é representado de forma realista. Repara, por exemplo, nos dedos das mãos e dos pés, que parecem quase um esboço!

“Rue du Mont-Cenis”, de Maurice Utrillo (Piso -2, Sala 13)

Maurice Utrillo nasceu no bairro boémio de Montmartre em Paris, filho de uma modelo e pintora. Como era alcoólico desde cedo – o que lhe custaria algumas estadias em asilos – começou a pintar para se distrair. No princípio, dividia o estúdio da mãe no número 12 da Rue Cortrot em Montmartre, mas depois começou a vender os seus trabalhos e chegou a participar no Salon d’Automne (uma exposição de arte anual realizada em Paris).

Montmartre providenciou-lhe temas para centenas de pinturas, pois Utrillo gostava de representar edifícios ou ruas que o inspiravam. Datado de 1914, esta pintura “Rue du Mont-Cenis” pertence a um período muito prolífero na sua vida, caraterizado pelo uso exagerado de branco empastado. O artista conseguia esta mistura espessa ao adicionar gesso que era então fabricado no Butte Montmartre.

A casa que se vê com uma bandeira francesa, foi a casa do compositor Hector Berlioz entre 1834 e 1837. Utrillo retratou o mesmo edifício num outro quadro, “La Maison de Berlioz”, que também está no Museu da Orangerie. Pouco tempo depois, Paul Guillaume descobriu as suas obras e em 1922, organizou uma exposição com cerca de 35 obras do pintor, que lhe trouxe grande fama.

“Garçon d’honneur”, de Chaïm Soutine (Piso -2, Sala 15)

Nascido na Lituânia, Chaïm Soutine chegou a Paris em 1912 e pertenceu à École de Paris, um grupo de artistas estrangeiros que trabalhavam na capital, nas primeiras décadas do século XX. O seu estilo era parecido com o expressionismo e variou pouco, mas permitia-lhe criar quadros em série.

No início dos anos 1920, Soutine viajou pelo sul de França e retratou paisagens de forma turbulenta, agora expostas no museu. Além disso, o artista desenvolveu um fascínio macabro por animais de caça mortos, como sugerem algumas obras.

Por outro lado, também gostava de retratar jovens, em especial moços de coro e funcionários de hotéis e restaurantes. Neste caso usava cores contrastantes e vivas, se bem que distorcia os corpos. “Garçon d’honneur” ganhou o título pela roupa do modelo, que faz lembrar um padrinho de casamento.

Paul Guillaume foi um dos maiores mecenas do pintor e, hoje em dia, o Musée de l’Orangerie acolhe a maior coleção de obras de arte de Chaïm Soutine em toda a Europa.

Guia Prático do Museu da Orangerie

Tal como disse na introdução, o Museu da Orangerie é relativamente pequeno e fácil de visitar. O horário de abertura funciona das 09:00 às 18:00, sendo que a última entrada acontece às 17:15 e as salas começam a encerrar meia hora depois.

O museu pode ser visitado todos os dias, exceto às terças-feiras e nos feriados 1 de maio, 14 de julho (manhã apenas) e 25 de dezembro. Existe wifi gratuito em todo o lado e audioguias disponíveis à entrada, por 5€ em 9 línguas diferentes (incluindo português).

No piso -1 – entre a coleção de Claude Monet (piso 0) e a coleção Jean Walter & Paul Guillaume (piso -2) – há um pequeno Espaço Café aberto das 09:30 às 17:30 e uma Livraria-Loja que funciona das 09:00 às 17:45. No último piso existe ainda um auditório, uma sala didática, uma sala de leitura para crianças e um espaço amplo para exposições temporárias.

1. Aproveita o Primeiro Domingo do Mês

Existem apenas duas tarifas para visitar o museu: 12.50€ (completa) e 10€ (reduzida) e os bilhetes podem ser comprados na bilheteira online do Museu da Orangerie. No entanto, é importante salientar que o segundo preço aplica-se, por exemplo, a acompanhantes de crianças menores de 18 anos, residentes na União Europeia.

Quanto à entrada gratuita, esta é concedida a todos os menores de 18 anos e a jovens entre os 18 e 25 anos, com nacionalidade e/ou residentes (de longa duração) de um país da União Europeia. Da mesma forma, todos as pessoas podem aceder livremente ao museu, no primeiro domingo de cada mês!

2. O Museu Continua no Exterior!

O Musée de l’Orangerie sofreu uma profunda reformulação entre 2000 e 2006, altura em que ganhou os dois pisos subterrâneos. Quando reabriu a 17 de maio de 2006 – 79 anos depois da sua inauguração – o museu passou a estar rodeado por várias esculturas.

Ao longo da fachada norte, os visitantes podem admirar “Grand Commandement blanc” (1986) de Alain Kirili e três estátuas em bronze de Auguste Rodin: “Eve” (1881-89), “L’Ombre” (1881-1904) e “Méditation avec bras” (1881-1905).

À frente do museu, encontra-se uma das esculturas francesas mais conhecidas: uma réplica em bronze de “Le Baiser”, também de Rodin. Por último, do lado oposto (junto ao rio), encontra-se “Reclining Nude” (1951) de Henry Moore e uma réplica de “Le Lion au serpent” de Antoine-Louis Barye.

3. Aproveita o Jardim das Tulherias

O Jardim das Tulherias (em francês, Jardin des Tuileries) é um dos parques parisienses mais agradáveis para passear e relaxar. Em primeiro lugar, a sua localização é perfeita: junto ao rio Sena e entre a Praça da Concórdia (em direção à Avenida dos Campos Elísios) e o Arco do Triunfo do Carrossel (em direção ao Museu do Louvre).

Em segundo lugar, o jardim está cheio de história: foi criado em estilo italiano no século XVI, a pedido de Catarina de Médici para decorar o exterior do Palácio das Tulherias. A seguir, em 1664, o famoso arquiteto André Le Nôtre – que projetou os jardins do o Palácio de Versalhes – converteu-o num jardim francês, com formas simétricas e estátuas ornamentais.

Se quiseres, também podes visitar a Galerie nationale du Jeu de Paume, um centro de arte dedicado à fotografia e multimédia dos séculos XX e XXI. Ou então, aproveita simplesmente para descontrair numa das muitas cadeiras de ferro verdes e apreciar este “pulmão verde” em pleno 1er arrondissement!

Partilha este artigo nas tuas redes sociais!

Mais Artigos sobre França

Mais Artigos sobre Guias de Museus

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Scroll to Top