Como Visitar O Hospital Da Santa Cruz E São Paulo Em 2024

O Hospital da Santa Cruz e São Paulo (em catalão, Hospital de la Santa Creu i Sant Pau) é, provavelmente, o mais bonito do mundo. Projetado por Lluís Domènech i Montaner no início do século XX, este hospital foi dotado com recursos medicinais, tecnológicos e arquitetónicos de última geração. Para isso, o arquiteto inspirou-se nos hospitais mais modernos da Europa, aplicando inovações no que diz respeito à higiene e ao saneamento!

O Hospital da Santa Cruz e São Paulo é composto por vários pavilhões independentes, interligados por uma rede de túneis subterrâneos e cercados por espaços verdes. E depois de ter sido desativado no ano de 2009, o antigo complexo hospitalar tornou-se um espaço cultural chamado Sant Pau Recinte Modernista!

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Hospital da Santa Cruz e São Paulo
Hospital da Santa Cruz e São Paulo

Breve História do Hospital da Santa Cruz e São Paulo

O Hospital da Santa Cruz e São Paulo foi erigido entre 1902 e 1930, segundo um desenho de Lluís Domènech i Montaner. Infelizmente, o arquiteto modernista catalão faleceu sete anos antes da obra ficar concluída, pelo que teve de ser substituído pelo seu filho, o também arquiteto Pere Domènech i Roura.

Ainda que o projeto original não tenha sido concretizado na sua totalidade, o Hospital da Santa Cruz e São Paulo é, até aos dias de hoje, o maior complexo da arquitetura modernista catalã no mundo. Além disso, foi declarado Património Mundial da UNESCO em 1997, numa inscrição conjunta com o o Palácio da Música Catalã!

Património Mundial

Sabias que o Hospital da Santa Cruz e São Paulo fez parte do décimo de inscrições de Espanha na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 21ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Nápoles (Itália), entre os dias 1 e 6 de dezembro de 1997.

Quatro outros sítios espanhóis foram anunciados na sessão: Las Médulas; os Mosteiros de San Millán Yuso e Suso; o Palácio da Música Catalã, Barcelona; e os Pirinéus – Monte Perdido.

Hoje em dia, Espanha é o quinto país do mundo e o quarto país da Europa com mais sítios UNESCO. Possui cinquenta bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar dez:

Como Chegar ao Hospital da Santa Cruz e São Paulo

O Hospital da Santa Cruz e São Paulo está localizado numa zona tão privilegiada de Barcelona, que não podia ser mais fácil lá chegar. Ainda assim, tens duas opções: deslocares-te a pé ou de transportes públicos. Pessoalmente, eu prefiro a primeira, pois tens a oportunidade de percorrer a Avinguda de Gaudí, uma das mais icónicas da cidade!

Se preferes viajar de transportes públicos, tens a linha 5 do metro (estação Sant Pau | Dos de Maig) ou os autocarros H8, 19, 47, 117 e 192. De qualquer das formas, recomendo que sugiro que visites o Hospital da Santa Cruz e São Paulo e a Basílica da Sagrada Família na mesma manhã/tarde, já que ficam a apenas 900 metros de distância!

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Hospital da Santa Cruz e São Paulo está aberto todos os dias do ano (exceto a 25 de dezembro), das 10:00 às 18:30, sendo que a última entrada acontece 30 minutos antes da hora de encerramento. Por outro lado, as visitas guiadas decorrem aos fins-de-semana e feriados, às 11:00 (em espanhol) e às 12:30 (em catalão).

Quanto aos bilhetes, a visita livre custa 16€ (adultos) ou 11,20€ (jovens dos 12 aos 29 anos); e a visita guiada custa 20€ (adultos), 14€ (jovens dos 12 aos 29 anos) ou 5€ (crianças dos 3 aos 12 anos). No caso da visita livre, existe um audio guia opcional a 4€ (ou a 3€, pela aplicação) e as crianças menores de 12 anos não pagam entrada. Mas confirma tudo no site oficial do Hospital da Santa Cruz e São Paulo!

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O Que Ver no Hospital da Santa Cruz e São Paulo

Edifici d’Administració

O Edifício da Administração (em catalão, Edifici d’Administració) é o maior, mais alto e mais ricamente decorado edifício do Hospital da Santa Cruz e São Paulo. Isso vê-se logo na Fachada Principal: os arcos das portas, com azulejos azuis e brancos; as colunas de pedra, com figuras em relevo; as janelas em estilo neogótico, com vitrais modernistas; e os elementos iconográficos (cruzes, brasões, gárgulas, estátuas de santos e anjos, etc.).

Façana Principal (ou Façana Sud)
Façana Posterior (ou Façana Nord)

Para materializar toda esta ornamentação majestosa, Lluís Domènech i Montaner contou com a colaboração de dois grandes escultores espanhóis: Eusebi Arnau e Pau Gargallo. E no interior do Edifício da Administração, a riqueza arquitetónica continua no Vestíbulo, na Escadaria de Honra e na Sala Domènech i Montaner!

Vestíbul
Escala d’Honor

O Vestíbulo (em catalão, Vestíbul) é coroado por nove abóbadas revestidas com mosaicos, enquanto que a Escadaria de Honra (em catalão, Escala d’Honor) é feita de mármore. Quando a subires (ou desceres), não te esqueças de admirar o grande vitral octogonal no teto, que foi criado na oficina de Antoni Rigalt i Blanch!

Sala Domènech i Montaner

No primeiro andar, a Sala Domènech i Montaner rouba todas as atenções. Com quase 18 metros de altura, o antigo salão principal do Hospital da Santa Cruz e São Paulo inclui esculturas de Pau Gargallo, uma pintura de Aleix Clapés, mosaicos e cerâmicas policromados, e uma balustrada de pedra narrando uma oração através dos seus balaústres.

Antes de continuares, é importante referir que este guia segue um percurso em sentido oeste-leste – ou da esquerda para a direita – para que não tenhas de andar para a frente e para trás!

Pavelló de Santa Apol·lònia

O Pavilhão de Santa Apolónia (em catalão, Pavelló de Santa Apol·lònia) é um dos mais pequenos do Hospital da Santa Cruz e São Paulo, juntamente com o seu “gémeo” Pavilhão de São Jorge (em catalão, Pavelló de Sant Jordi).

Este pavilhão passa bastante despercebido aos olhos dos visitantes, talvez devido ao seu tamanho diminuto, à decoração arquitetónica “mais modesta” (pelo menos, quando comparado com os restantes), ou às árvores frondosas que o rodeiam.

Seja como for, o Pavilhão de Santa Apolónia tinha uma função muito curiosa, quando o Hospital da Santa Cruz e São Paulo foi inaugurado. Ao que parece, este era um dos pavilhões utilizados para acomodar casos suspeitos de infeções contagiosas!

Pavelló de la Puríssima

O Pavilhão da Puríssima (em catalão, Pavelló de la Puríssima) foi construído entre 1902 e 1912, sob a supervisão do próprio Lluís Domènech i Montaner.

Dedicado à Imaculada Conceição (ou “La Puríssima”), começou por acolher o serviço de Cirurgia Especializada Feminina. E anos mais tarde, foi usado pelos departamentos de Cirurgia Vascular e Oftalmologia.

Como outros pavilhões do Hospital da Santa Cruz e São Paulo, este edifício tem dois pisos. No principal, uma enfermaria estava preparada para conter vinte e oito camas, aos quais se juntavam alguns quartos de isolamento nas traseiras. E no andar inferior, estavam instalados os serviços de aquecimento e ventilação, bem como um laboratório.

Pavelló de la Marededéu del Carme

O Pavilhão de Nossa Senhora do Carmo (em catalão, Pavelló de la Marededéu del Carme) é o “gémeo” do Pavilhão de São Leopoldo (em catalão, Pavelló de Sant Leopold), da mesma forma que o Pavilhão da Puríssima é o “gémeo” do Pavilhão de São Salvador (em catalão, Pavelló de Sant Salvador).

À semelhança do Pavilhão da Puríssima, este segundo pavilhão da ala oeste era destinado às mulheres (daí os nomes alusivos a Nossa Senhora), neste caso à especialidade de Medicina Geral. Por cima da entrada principal, é possível observar uma escultura de Nossa Senhora do Carmo, da autoria de Eusebi Arnau.

Pavelló de la Marededéu de la Mercè

O Pavilhão de Nossa Senhora da Misericórdia (em catalão, Pavelló de la Marededéu de la Mercè) era o edifício do Hospital da Santa Cruz e São Paulo responsável pela Ginecologia. E mais uma vez, uma estátua de Eusebi Arnau – a de Nossa Senhora da Misericórdia – adorna a sua porta de acesso.

O Pavilhão de Nossa Senhora da Misericórdia foi restaurado pelos arquitetos Josep Emili Hernandez-Cros e Mercè Zazurca na última década. Atualmente, não pode ser visitado, uma vez que abriga escritórios de duas importantes instituições: a GWOPA – Global Water Operators’ Partnerships Alliance e a WHO – World Health Organization.

Pavelló de la Marededéu de Montserrat

O Pavilhão de Nossa Senhora de Monserrate (em catalão, Pavelló de la Marededéu de Montserrat) é, na minha opinião, um dos mais bonitos do Hospital da Santa Cruz e São Paulo.

Grande parte da minha preferência deve-se à sua elegante cúpula, que condiz com a do Pavilhão de São Manuel (em catalão, Pavelló de Sant Manuel), situado no lado oposto.

Com mais um andar do que os anteriores, o Pavilhão de Nossa Senhora de Monserrate é o quarto dos pavilhões para mulheres, que constituem a ala oeste deste complexo hospitalar.

Estava atribuído à Cirurgia Geral Feminina e, sem surpresas, apresenta uma figura de Nossa Senhora de Monserrate na fachada, feita por Eusebi Arnau.

Edifici del Convent

Os Edifícios do Convento (em catalão, Edifici del Convent) são um conjunto de três grandes estruturas, ligadas entre si por pontes. O do meio era o Convento propriamente dito, enquanto que no edifício a oeste (ou à esquerda) funcionava a Farmácia e no edifício a leste (ou à direita) ficavam as Cozinhas.

Ao contrário dos pavilhões que mencionei até agora, os Edifícios do Convento foram erigidos apenas na década de 1920 – numa altura em que a direção das obras foi assumida por Pere Domènech i Roura, o filho de Lluís Domènech i Montaner. Talvez por isso se note uma diferença estilística na sua arquitetura e ornamentação, muito mais austeras.

Pavelló de Sant Manuel

Como os pavilhões da ala oeste do Hospital da Santa Cruz e São Paulo eram para as pacientes mulheres, é normal que os pavilhões da ala leste fossem para os pacientes homens. E o primeiro deste grupo é o Pavilhão de São Manuel (em catalão, Pavelló de Sant Manuel), o antigo pavilhão de Cirurgia e, posteriormente, de Oncologia.

Construído entre 1922 e 1925 (por Pere Domènech i Roura) e reabilitado entre 2010 e 2014 (por Víctor Argentí, Albert Casals e José Luis González), o Pavilhão de São Manuel deve o seu nome a Manuel Mariné i Molins, um dos patronos do Hospital da Santa Cruz e São Paulo. A imagem do santo é igualmente de Eusebi Arnau.

Pavelló de Sant Rafael

Nos dias que correm, o Pavilhão de São Rafael (em catalão, Pavelló de Sant Rafael) é um espaço de recriação histórica, onde encontras uma reprodução fiel de uma enfermaria e “sala de dia” (ou sala de visitas) de 1920, ao mesmo tempo que várias placas informativas explicam como funcionava o processo de hospitalização.

Todos os mosaicos das paredes e tetos são os originais – até porque este pavilhão (ainda) não foi recuperado. E a história do Hospital da Santa Cruz e São Paulo – que é contada, desde a doação do primeiro mecenas Pau Gil i Serra, através dos objetos aqui expostos – parece fazer-nos viajar atrás no tempo!

Completado entre 1914 e 1918, o Pavilhão de São Rafael foi o último executado na íntegra por Lluís Domènech i Montaner, antes da sua morte em 1923. O edifício começou por tratar doenças do trato digestivo (a mulheres!) e homenageia Rafael Rabell i Patxot, outro dos patronos do Hospital da Santa Cruz e São Paulo.

Casa d’Operacions

A Casa de Operações (em catalão, Casa d’Operacions) situa-se no centro da avenida principal do complexo hospitalar, entre os pavilhões de Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora da Misericórdia, São Rafael e São Leopoldo. Nas traseiras do edifício, três absides serviam de salas de cirurgia (ou salas de operação – daí o nome).

Sabias que os nomes na fachada principal pertencem a médicos ilustres da Catalunha?

Curiosamente, a Casa de Operações não é um pavilhão dedicado aos pacientes (como os outros), mas sim aos profissionais de saúde. Por essa razão, também é chamada de Pavilhão de São Cosme e São Damião (em catalão, Pavelló de Sant Cosme i Sant Damià), os padroeiros dos médicos e farmacêuticos!

A Casa de Operações tinha vários pisos: a Cave acolhia armazéns, vestiários para o pessoal da saúde e uma sala de espera para os pacientes; o Primeiro Andar era onde ficava a sala de operação principal, a sala de anestesia e a sala de pós-operatório; o Segundo Piso acomodava duas salas de cirurgia secundárias e outros espaços; e o Terceiro Andar tinha os laboratórios de fotografia e radiologia, e os geradores para esterilizar a água.

Pavelló de Sant Leopold

O Pavilhão de São Leopoldo (em catalão, Pavelló de Sant Leopold) é o segundo pavilhão da ala leste do Hospital da Santa Cruz e São Paulo e começou por tratar pacientes masculinos de Medicina Geral. O nome do edifício foi escolhido em honra de Leopold Gil i Llopart, o sobrinho de Pau Gil i Serra.

A meu ver, este é um dos melhores sítios para apreciares os jardins deste complexo hospitalar, que foram concebidos como espaços terapêuticos complementares. Aliás, no início do século XX, já se sabia que as árvores e plantas tinham muitos benefícios para a saúde e bem-estar, desde purificar o ar a proteger do vento!

Pavelló de Sant Salvador

Sabias que o Pavilhão de São Salvador (em catalão, Pavelló de Sant Salvador) foi o primeiro a receber pacientes, em 1916? E que, apesar de ter sido construído para homens, começou por tratar mulheres? Só quando todo o complexo ficou concluído, é que assumiu a Cirurgia Masculina e mais tarde a Unidade de Cuidados Intensivos e Semi-Críticos!

O Pavilhão de São Salvador (em catalão, Pavelló de Sant Salvador) é, neste momento, o Centro Informativo do Sant Pau – Recinto Modernista, um espaço expositivo sobre a história do Hospital da Santa Cruz e São Paulo e do seu criador, Lluís Domènech i Montaner.

A estrutura no centro do pavilhão representa um dragão e aborda três facetas de Lluís Domènech i Montaner: o ideólogo (pelo seu envolvimento político como defensor do nacionalismo catalão); o arquiteto (por se ter tornado um dos expoentes máximos do modernismo catalão); e o erudito (pela sua paixão pelo conhecimento e cultura).

Pavelló de Sant Jordi

Como referi anteriormente, o Pavilhão de São Jorge (em catalão, Pavelló de Sant Jordi) é um dos mais pequenos do Hospital da Santa Cruz e São Paulo.

Instalado junto ao Edifício da Administração, era uma espécie de “triagem” para os pacientes homens e o local onde os mesmos eram diagnosticados.

Como este pavilhão só pode ser visitado durante exposições temporárias, porque não aproveitares para explorar os famosos túneis do complexo hospitalar antes de saíres?

A rede de passagens subterrâneas do Hospital da Santa Cruz e São Paulo foi uma verdadeira inovação arquitetónica em contexto hospitalar, visto que permitia o transporte de pacientes e a distribuição de materiais entre os diferentes pavilhões!

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