Galeria Dos Ofícios: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

A Galeria dos Ofícios (em italiano, Galleria degli Uffizi) é um antigo palácio (chamado Palazzo degli Uffizi), que foi convertido num museu de arte na cidade de Florença, em Itália. E foi um dos primeiros museus da História Moderna, uma vez que a galeria abriu pela primeira vez ao público em 1765!

Ainda assim, só assumiu oficialmente o estatuto de “museu” cerca de um século depois. Mas hoje em dia, a Galeria dos Ofícios é não só uma das atrações mais populares em Florença, como também um dos museus de arte mais visitados do mundo, com mais de 4 milhões de visitantes por ano!

Por isso, queres saber mais sobre a Galeria Dos Ofícios: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

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Galeria dos Ofícios
Galeria dos Ofícios

Breve História da Galeria dos Ofícios

Em 1560, o duque Cosme I de Medici encomendou a Giorgio Vasari um edifício de escritórios, a fim de reunir os magistrados da cidade, até aí espalhados por Florença. No entanto, a sua “verdadeira” intenção era controlá-los diretamente a partir do antigo Palazzo della Signoria (atual Palazzo Vecchio), situado mesmo ao lado.

O arquiteto Vasari, que ficou conhecido pela criação de frescos para o Palazzo Vecchio e o Duomo di Santa Maria del Fiore, projetou um edifício em forma de “U”, com três andares e uma piazzale no centro. O rés-do-chão inclui uma loggia suportada por colunas, que foi decorada com estátuas entre 1842 e 1856. Entre as 28 personalidades da Toscana homenageadas, contam-se nomes como Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Giovanni Boccaccio, Donatello Bardi, Leonardo da Vinci, Niccolò Machiavelli, Michelangelo Buonarotti e Galileo Galilei.

O segundo piso (ou, neste caso, o primeiro) distingue-se pela sua quantidade de janelas, com vistas para o rio Arno ou para a Piazzale degli Uffizi. Por fim, o andar superior era destinado ao duque, que encomendou a Vasari uma passagem secreta cinco anos depois. É assim que surge o Corridoio Vasariano, com quase um quilómetro e que liga o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti, a nova residência da família Medici.

Património Mundial

Sabias que a Galeria dos Ofícios (no Centro Histórico de Florença) fez parte do terceiro conjunto de inscrições de Itália na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 5ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Paris (França), entre os dias 13 e 17 de dezembro de 1982.

Hoje em dia, Itália é o país do mundo com mais sítios UNESCO: possui cinquenta e nove bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar oito:

O Que Ver na Galeria dos Ofícios

O período artístico mais importante do acervo da Galeria dos Ofícios é, sem dúvida, o Renascimento Italiano. Entre os vários artistas expostos, destacam-se Andrea Mantegna, Sandro Botticelli, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Raffaello, Ticiano Vecellio, Parmigianino, Caravaggio, Giovanni Battista Pittoni e Canaletto.

Mesmo que a coleção de Pinturas seja o grande atrativo dos turistas, não deixes de visitar obras diferentes, pertencentes aos restantes departamentos do museu:

  • Arquitetura
  • Escultura
  • Gravuras e Desenhos
  • Livros e Arquivos

“La Nascita di Venere”, de Sandro Botticelli (Piso 2, Sala 10-14)

“O Nascimento de Vénus” é, provavelmente, o quadro mais famoso da Galeria dos Ofícios. Tanto quanto se sabe, a obra terá sido sugerida pelo humanista Angelo Poliziano, após uma encomenda de Lorenzo di Pierfrancesco de’ Medici, primo de Lourenço de’ Medici, o Magnífico.

A pintura foi criada por volta de 1482-1485 e retrata a deusa do amor e da beleza na sua chegada à Terra, na ilha de Chipre. Vénus foi criada a partir da espuma do mar e do vento, com a ajuda de Zéfiro (o deus do vento do oeste) e, possivelmente, Aura (a deusa da brisa fria).

A jovem deusa encontra-se de pé numa concha de vieira gigante, na sua forma mais pura e perfeita. Ainda na cena, é possível visualizar uma das Horas (as deusas-guardiãs da ordem natural do mundo), que se prepara para lhe colocar uma capa de flores por cima dos ombros.

A sala 10-14 é chamada de “Sala di Botticelli” e tem o tamanho de quatro salas da Galeria dos Ofícios (daí a numeração)! Este espaço dispõe as principais obras do pintor, encomendadas pela família Medici e que retratam não só a redescoberta das tradições clássicas próprias do Renascimento, como a cultura altamente sofisticada dos mecenas do artista.

“La Primavera”, de Sandro Botticelli (Piso 2, Sala 10-14)

“A Primavera” (também conhecida como “A Alegoria da Primavera”) é uma pintura anterior à d’ “O Nascimento de Vénus” – já que concebida entre 1477-1778 – mas perde o primeiro lugar do pódio de celebridades para a sua contemporânea. Supostamente, tinha como destino a Villa di Castello, residência de Lorenzo e Giovanni di Pierfranceso de’ Medici, contudo foi encontrada noutra propriedade da família.

Com um tema (igualmente) sugerido por Poliziano, retrata nove figuras da mitologia clássica num bosque de laranjeiras: Zéfiro abraça a ninfa da natureza Clóris, transformando-a na deusa da primavera Flora. Vénus encontra-se ao centro, debaixo de Cupido, que sobrevoa a cena vendado. Avistam-se ainda à esquerda as Três Graças a dançar em círculo e o deus-mensageiro Mercúrio a seu lado.

Acima de tudo, o quadro é uma homenagem ao amor, à harmonia e à natureza. Para além das personagens, a luz é projetada através das flores e dos frutos na paisagem, se bem que a cor escura intensa da vegetação, consequente do envelhecimento dos pigmentos originais, chama muito a atenção dos visitantes.

Se por um lado, “O Nascimento de Vénus” foi pintado sobre uma tela (um suporte muito utilizado no século XV para obras decorativas destinadas a residências nobres), por outro lado, Sandro Botticelli escolheu pintar “A Primavera” sobre um painel de madeira.

“Doni Tondo”, de Michelangelo (Piso 2, Sala 35)

“Doni Tondo” é uma obra crucial no nascimento do movimento artístico que Vasari apelidou de “maneirismo moderno”. Criada entre 1505-1506 para o comerciante florentino Agnolo Doni, retrata a Sagrada Família.

Aliás, o casamento de Agnolo Doni com Maddalena Strozzi em 1504 impulsionou um período muito importante na arte florentina, pois Leonardo da Vinci, Michelangelo e Raffaello passaram a trabalhar juntos nesta cidade.

Ainda assim, este painel é o único quadro terminado de Michelangelo que sobreviveu até aos dias de hoje. A forma circular, isto é, o “tondo”, era muito apreciada no princípio do Renascimento para decorações religiosas nas habitações.

Quanto à moldura, ainda que tenha sido desenhada por Michelangelo, foi esculpida por Francesco del Tasso, um dos expoentes máximos da escultura em madeira em Florença. Inclui não só a cabeça de Jesus Cristo, mas também as de quatro profetas.

A sala 35 chama-se “Sala di Michelangelo e i fiorentini” e acolhe pinturas produzidas em Florença no início do século XVI. Doni Tondo está pendurada no centro da parede voltada para a entrada da sala, simbolizando a importância da arte florentina na inovação deste período da História da Arte.

Outros trabalhos expostos neste espaço pertencem a Francesco Granacci, amigo de Michelangelo, bem como aos mestres responsáveis pelas duas principais escolas de arte florentina: Fra Bartolomeo e Mariotto Albertinelli, da Scuola di San Marco e Andrea del Sarto e Franciabigio, da Scuola dell’Annunziata.

“Ermafrodito” (Piso 2, Sala 38)

A estátua do deus Hermafrodito adormecido pertenceu à coleção pessoal de Francesco I de’ Medici, um grande mecenas e colecionador de arte, até meio do século XIX, altura em que foi transferida para o museu. É uma escultura romana do século II d.C., a partir de um modelo original do período helenístico – mas de autor anónimo.

Na mitologia grega, Hermafrodito era filho dos deuses Hermes e Afrodite. Segundo a obra Metamorfoses do poeta Ovídio, o jovem deus ganhou a sua forma “hermafrodita” logo após ter sido beijado pela ninfa Salmacis, que pediu aos deuses para que nunca mais fossem separados.

Existem várias estátuas em mármore do deus grego que sobreviveram até hoje, se bem que a mais célebre é o “Hermafrodito Adormecido”, em exibição no Museu do Louvre, em França.

Esta estátua é tão famosa em Florença, que todas as salas nas quais esteve em exposição, desde que integrou as coleções do Grão-Ducado da Toscana em 1669, foram designadas com o mesmo nome. A Galeria dos Ofícios não é exceção, sendo que a escultura é a atração principal da sala 38, com o mesmo nome.

“Madonna del Cardellino”, de Raffaello Sanzio (Piso 1, Sala 66)

Apesar de ser conhecido como “Madonna del Cardellino” (“Madonna do Pintassilgo”), o nome original deste quadro é “Madonna col Bambino e San Giovannino”. Pintado por Raffaello entre 1505-1506, foi encomendado para o casamento de Lorenzo Nasi com Sandra di Matteo Canigiani, em fevereiro de 1506.

No entanto, a obra foi encontrada em pedaços nas ruínas do palazzo dos Nasi, que tinha sido destruído por um deslizamento de terras em 1547. Felizmente, a pintura foi rrestaurada, graças ao trabalho de Michele di Ridolfo di Ghirlandaio, um velho amigo de Raffaello.

No século XVII, o cardeal Giovan Carlo de’ Medici adquiriu-a para a sua coleção e passou expô-la na Tribuna degli Uffizi desde 1704, antes de ganhar lugar na Sala di Raffaello (a sala 66).

Durante os anos em que viveu em Florença (1504-1508), Raffaello teve não só a oportunidade de estudar com os grandes mestres florentinos, bem como de trabalhar para importantes famílias de mercadores. Nesse sentido, acabou por explorar muito este tema da Virgem Maria com o Menino Jesus e São João Batista, como são exemplo os seus outros quadros da altura: “Madonna del Prato” (Museu de História da Arte, em Viena) e “La Belle Jardinière” (Museu do Louvre, em Paris).

“Testa di Medusa, de Caravaggio (Piso 1, Sala 90)

Este escudo foi oferecido pelo Cardeal Francesco Maria del Monte ao Grão-Duque da Toscana, em 1598. Caravaggio pintou-o possivelmente no ano anterior, representando a cabeça decepada de Medusa, pelo herói Perseu.

Segundo o mito, Medusa tinha serpentes no lugar do cabelo e o seu olhar transformava em pedra quem se atrevesse a fitá-la diretamente. Perseu derrotou-a com a ajuda de Atenas, Hades e Hermes. Isto porque a deusa lhe ofereceu um escudo que refletia o monstro, Hades um elmo que o tornava invisível e Hermes um par de sandálias aladas.

Curiosamente, a história de Medusa e Perseu é também relatada na obra Metamorfoses de Ovídio. Reza a lenda que a “Testa di Medusa” é, na verdade, um autorretrato de Caravaggio, implicando assim a sua imunidade ao olhar do monstro.

Guia Prático da Galeria dos Ofícios

A Galeria dos Ofícios está aberta de terça-feira a domingo, das 08:15 às 18:30, e encerra apenas nos feriados 25 de dezembro e 1 de janeiro. Dividida em cerca de cinquenta salas e corredores, apresenta escolas e estilos de arte por ordem cronológica, sendo que a coleção começa no piso superior.

As obras expostas no museu são dos séculos XII ao XVIII, sendo que a sua coleção do Renascimento Italiano é das mais valiosas do mundo! Por essa razão, deixo-te três dicas com base na minha experiência pessoal, que te vão ajudar a aproveitar ao máximo este magnífico monumento.

1. Um Bilhete Dá-te Acesso a Três Museus!

Sabias que o bilhete para a Galeria dos Ofícios dá-te acesso a outros dois museus? É verdade, com um ingresso único, tens também acesso ao Museo Archeologico Nazionale di Firenze e ao Museo dell’Opificio delle Pietre Dure!

O preço da entrada é de 12€, mas existe uma tarifa reduzida a 2€ para todos os jovens com menos de 26 anos, que sejam cidadãos da União Europeia. Além disso, a entrada é gratuita para todos os menores de 18 anos, pessoas com deficiência e estudantes, entre outros. Nestes casos, basta apresentares um documento de identificação à entrada, depois de passares o controlo de segurança.

2. Reserva Vários Museus de Florença numa só Bilheteira

Se procuras um sítio onde possas reservar confortavelmente as entradas para todos os museus que tencionas visitar em Florença, então tens de conhecer a bilheteira online dos Museus Estatais Florentinos. Por isso, num só website consegues comprar ingressos para um total de doze monumentos, sendo eles:

  1. Cappelle Medicee
  2. Casa Martelli
  3. Galleria dell’Accademia
  4. Galleria degli Uffizi
  5. Giardino di Boboli
  6. Museo del Bargello
  7. Museo Archeologico di Firenze
  8. Museo dell’Opificio delle Pietre Dure
  9. Museo di San Marco
  10. Orsanmichele
  11. Palazzo Davanzati
  12. Palazzo Pitti

Estes bilhetes costumam ter uma hora de entrada específica, mas atenção! Existe uma taxa de reserva de 4€ para a Galeria dos Ofícios e de 3€ para o Palazzo Pitti e para o Giardino di Boboli, por exemplo. Verifica sempre o preço final da reserva, antes de finalizares a compra. Na realidade, é um pequeno preço a pagar para evitar as longas filas, especialmente durante a época alta, onde o tempo de espera chega a ultrapassar as cinco horas!

3. Aproveita a Segunda-Feira para uma Day Trip

A segunda-feira é dos “piores” dias para visitar Florença, uma vez que os dois principais museus – Galeria dos Ofícios e Galeria da Academia – encontram-se encerrados. Podes optar por visitar os monumentos religiosos da cidade, como a Catedral Santa Maria del Fiore, o Campanário de Giotto ou o Batistério de São João, mas eu tenho uma sugestão melhor!

Quando visitei Florença, aproveitei a segunda-feira para fazer uma day trip. O meu destino de eleição foram as deslumbrantes Cinque Terre, porém há alternativas para todos os gostos, como por exemplo Pisa, Siena, Lucca, Arezzo ou San Gimignano. Há muito para descobrir na região da Toscana, por isso o difícil vai ser escolher!

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