Centro Pompidou: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

O Centro Pompidou foi inaugurado em 1977, mas nasceu de um desejo de Georges Pompidou no final dos anos 1960. O então Presidente francês tinha como grande objetivo criar um centro de artes dedicado a todas as formas de cultura visual no coração de Paris. E hoje em dia, o Centro Pompidou acolhe a maior coleção de arte moderna e contemporânea da Europa!

Para além das várias dezenas de exposições permanentes e temporárias espalhadas pelo edifício, o Centro Pompidou oferece uma vasta programação cultural ao longo de todo o ano. Alguns exemplos são os espetáculos de música, teatro e dança, ciclos de cinema, conferências e até atividades para os mais novos!

Por isso, queres saber mais sobre o Centro Pompidou: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

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Centro Pompidou
Centro Pompidou

Breve História do Centro Pompidou

Tal como referi na introdução, a ideia para a criação do Centro Pompidou veio do próprio Georges Pompidou. O antigo Primeiro-Ministro (1962-68) e Presidente de França (1969-74) organizou um concurso internacional para o desenho do edifício e os vencedores foram os arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers.

Apesar das críticas iniciais aquando da sua inauguração, o Centro Pompidou acabou por se tornar um dos monumentos mais icónicos do século XX na cidade de Paris. E as suas vistas panorâmicas sobre a capital francesa converteram-no num miradouro alternativo para admirar outros monumentos como a Catedral de Notre-Dame, a Torre Eiffel ou a Ópera Garnier!

O Museu Nacional de Arte Moderna acabou por fazer do Centro Pompidou um local onde estão reunidas as maiores figuras representativas da arte moderna e contemporânea, assim como os movimentos e correntes artísticas que fundaram a História da Arte nos séculos XX e XXI.

Instalado no 4e arrondissement, o Centro Pompidou encontra-se numa localização ideal para quem visita Paris. A cerca de 450 metros, tens uma das estações principais da cidade: “Châtelet-Les Halles”, onde passam os comboios RER A e B, bem como as linhas de metro 1, 14, 7, 11 e 14! Fora isso, podes optar pelas estações de metro “Rambuteau” (linha 11) e “Hôtel de Ville” (linhas 1 e 11), ou autocarros números 29, 38, 47 e 75.

O Que Ver no Centro Pompidou

As coleções de arte moderna e contemporânea do Centro Pompidou abrangem cerca de 120 mil obras de arte, constituindo uma impressionante referência a nível mundial no que toca à arte criada nos séculos XX e XXI. No entanto, o edifício do Centro Pompidou não inclui só o Musée national d’art moderne, sendo que os seus oito pisos estão distribuídos da seguinte maneira:

  • Salas de espetáculos e de conferências, Cinema 2, Galeria de exposição e Studio 13/16 (no piso -1)
  • Bilheteiras, Informações, Receção de grupos e Workshops infantis (no rés-do-chão)
  • Galerias de exposição, Galeria das Crianças, Cinema 1 e Biblioteca (Bibliothèque publique d’information ou BPI – acesso pela rua Beaubourg) (no primeiro andar)
  • Biblioteca (BPI) (no piso 2)
  • Biblioteca (BPI), Bibliothèque Kandinsky e Cabinet d’art graphique (no terceiro andar – os últimos são de acesso reservado)
  • Museu Nacional de Arte Moderna – Coleções Contemporâneas e Galerias de exposição (no piso 4 – saída do museu)
  • Museu Nacional de Arte Moderna – Coleções Modernas (no quinto andar – entrada do museu)
  • Galerias de exposição (no último piso)

“Le magasin de Ben”, de Benjamin Vautier (Piso 4, Sala 3)

Benjamin Vautier (ou Ben Vautier) é um artista francês nascido em Nápoles. Em 1958, abriu uma loja em Nice, onde comprava e vendia produtos em segunda mão. Curiosamente, a localização original da loja fica agora a escassos minutos do Musée d’art moderne et d’art contemporain (MAMAC).

Baseado na ideia de que “tudo é arte” e muito inspirado pela arte Dada de Marcel Duchamp, Vautier transformou a sua loja numa instalação artística e chamou-lhe “Le Laboratoire 32” e, mais tarde, “La galerie Ben doute de tout”.

Nos anos seguintes, o local tornou-se um espaço de convívio para novos artistas promoverem e debaterem a sua arte. Em 1972, Ben Vautier desmontou a loja e vendeu-a ao Centro Pompidou, onde a instalou cinco anos mais tarde.

“Salon Agam”, de Yaacov Agam (Piso 4, Sala 10)

Esta instalação de arte é popularmente apelidada de “Salão Agam”, mas o seu nome original é bem mais extenso: “Layout da antecâmara dos apartamentos privados do Palácio Elysée para o Presidente Georges Pompidou”.

Como é possível perceber pelo título, o layout de luzes foi produzido para a residência oficial do Presidente da República Francesa, depois de uma encomenda feita pelo mesmo em 1971. Yaacov Agam preparou esta instalação a três dimensões entre 1972-74, tendo terminado já depois da morte de Georges Pompidou.

Nesta espécie de lounge com três paredes e teto, Yaacov Agam instalou seis painéis deslizantes que servem de portas e têm as cores do arco-íris. No centro da peça, o artista projetou uma escultura em aço inoxidável chamada “Triângulo voador”, que se move e reflete as cores da “sala”.

“Manège de cochons”, de Robert Delaunay (Piso 5, Sala 11)

Robert Delaunay foi um dos fundadores do Orfismo, um movimento artístico que surgiu na década de 1910 como transição entre o Cubismo e o Abstracionismo. Os outros pioneiros principais foram a sua esposa Sonia Delaunay e Frantisek Kupka.

Delaunay criou dezenas de quadros onde incorporou duas caraterísticas centrais do Orfismo: formas geométricas e cores vivas. Alguns deles estão em exposição no Centro Pompidou, mas o mais famoso é certamente este de 1922.

“Carrossel de porcos” evoca os ambientes coloridos, animados e barulhentos dos parques de diversões e feiras populares daquela época. É possível identificar uma cartola e um par de pernas pretas, além dos discos coloridos, um dos elementos favoritos de Delaunay.

Por fim, é importante salientar a figura de Tristan Tzara, poeta e fundador do Dadaísmo que é facilmente reconhecido pelo monóculo e chapéu de coco. E o facto de ele se encontrar em primeiro plano no turbilhão de formas e cores é a prova da estreita relação entre o casal Delaunay e a poesia contemporânea de Tzara.

“Mit dem schwarzen Bogen”, de Vassily Kandinsky (Piso 5, Sala 14)

“Com o arco negro” (1912) é um dos muitos quadros de Vassily Kandinsky que estão expostos no Musée nationale d’art moderne, dentro do Centro Pompidou.

O pintor russo é frequentemente designado como o pioneiro da arte abstrata. Amigo do compositor Arnold Schönberg, Vassily Kandinsky inspirou-se no princípio da dissonância das suas composições musicais para criar quadros como este.

Basicamente, a linguagem musical dissonante de um serviu de base para a linguagem pictórica abstrata do outro. Por exemplo, esta obra é marcada por uma linha preta em forma de arco que atinge três blocos coloridos. Aqui há claramente um jogo de relações desarmónicas entre linhas e cores, que pretendem despoletar sensações intensas no espectador.

“Fontaine”, de Marcel Duchamp (Piso 5, Sala 19)

Marcel Duchamp foi igualmente um representante de um movimento artístico do início do século XX, neste caso o Dadaísmo (ou Dada). Conhecido por criar anti-arte, isto é, formas de arte que contestam as definições formais da própria “arte”, Duchamp atingiu fama planetária com a sua “Fontaine”.

Em 1917, o artista apresentou a “Fonte” (um urinol) à galeria da Sociedade de Artistas Independentes em Nova Iorque. No entanto, o júri da exposição declarou que “não era arte” e Duchamp deixou a sociedade.

Com uma criação tão provocante, Marcel Duchamp lançou o debate sobre o que é considerado “arte”. E ao pegar num objeto pré-fabricado e conceder-lhe o estatuto de obra de arte, ele questiona não só o papel do artista na criação da obra, mas ainda o porquê desta ter de ser “bonita”, “única” ou “feita à mão”.

“SE 71, L’Arbre, grande éponge bleue”, de Yves Klein (Piso 5, Sala 28)

Yves Klein é outro artista com várias obras expostas no Centro Pompidou. Fundador do movimento artístico Novo Realismo, o pintor e escultor francês é conhecido por ter misturado um tom de azul, ao qual chamou International Klein Blue (IKB).

“SE 71, A Árvore, grande esponja azul” (1962) é a maior escultura que alguma vez criou, com 150 cm de altura! Infelizmente, foi também uma das suas últimas obras, pois Klein faleceu nesse ano, com apenas 34 anos de idade.

Nesta “árvore”, o artista converteu uma das suas ferramentas de trabalho prediletas (a esponja) no sujeito principal. Yves Klein sempre se interessou por trabalhos monocromáticos, mas a partir de 1957 passou a dedicar-se inteiramente ao seu azul.

“Made in Japan – La grande odalisque”, de Martial Raysse (Piso 5, Sala 32)

Este quadro foi criado em 1964, um ano depois de Martial Raysse se ter mudado para Los Angeles. Inspirado pela Pop art norte-americana, o artista lançou a série “Made in Japan”, onde recriou quadros icónicos da história da arte em estilo Pop Art.

Neste caso, usou a “Grande Odalisque” de Jean-Auguste-Dominique Ingres, que está exposta no Museu do Louvre. Aliás, Raysse pintou outra versão da “Odalisque de Ingres”, que se chama “Made in Japan” e tem as dimensões da pintura original.

As cores berrantes que foram utilizadas pelo pintor são muito caraterísticas dos anúncios publicitários que enchiam as grandes cidades como Los Angeles nos anos 1960. Além disso, o tom de pele verde, o olho em falta e até a mosca por cima da cabeça da odalisca são uma forma de ridicularizar a sua beleza.

“La Blouse roumaine”, de Henri Matisse (Piso 6, Galeria 1)

Henri Matisse foi um artista que ficou famoso pelo uso de cores garridas e padrões decorativos nos seus quadros, desenhos e esculturas. Além disso, foi um dos líderes do Fauvismo, um movimento artístico que surgiu no início do século XX.

Quando terminou este quadro em abril de 1940, Henri Matisse tinha passado cerca de cinco meses a cria-lo, fotografando as várias etapas da sua produção.

“A Blusa Romena” tem como tema central os bordados decorativos da blusa que lhe dá o título.

E o produto final sublinha as três cores principais escolhidas por Matisse – vermelho, branco e azul – enquanto que os detalhes da modelo foram desvalorizados.

Guia Prático do Centro Pompidou

Visitar o Centro Pompidou sem uma pesquisa prévia pode ser algo confuso para a maioria dos viajantes e turistas, uma vez que é difícil perceber a diferença entre o centro e o museu. Mas agora que já descobriste a história do Centro Pompidou (e como ela está diretamente ligada à do Museu Nacional de Arte Moderna), assim como algumas das obras de arte imperdíveis, chegou a altura das dicas!

Um guia completo sobre um museu não estaria completo sem alguns conselhos e recomendações – além das informações práticas sobre preços, horários e acessos. Por isso, quero deixar-te três dicas que vão otimizar a tua visita e ajudar-te a aproveitar o melhor que o Centro Pompidou tem para te oferecer!

1. Aproveita o Primeiro Domingo do Mês

O bilhete para visitar o Musée nationale d’art moderne tem dois preços: 14€ (tarifa normal) ou 11€ (tarifa reduzida). Podes consultar todas as condições de descontos e entradas gratuitas aqui. Também existem outras modalidades de ingressos, que variam consoante as exposições temporárias ou a programação cultural do Centro Pompidou.

Atualmente, é necessário comprar o bilhete online, que tem um custo acrescido de 1€ (taxa de reserva) por cada entrada. Podes aceder diretamente à bilheteira online do Centro Pompidou aqui. No entanto, o acesso às exposições permanentes, à Vista de Paris (último piso do edifício com vistas panorâmicas) e à Galeria das Crianças é gratuito para todos no primeiro domingo de cada mês!

2. Cuidado com o Horário de Funcionamento… Diferente

O Centro Pompidou está aberto todos dias, exceto às terças-feiras e no feriado 1 de maio. Mas o seu horário de funcionamento é bastante diferente das outras atrações parisienses. Enquanto que a maioria dos museus e monumentos abre as portas entre as 08:00-10:00, o Centro Pompidou só o faz às 11:00!

Ainda que o museu só encerre às 21:00 (e as bilheteiras físicas às 20:00), este horário de funcionamento acaba por ser confuso para a maioria dos turistas – sobretudo grupos e famílias – que estão habituados a visitar este tipo de atrações de manhã cedo.

3. Visita Também “La Fontaine Stravinsky”

“A Fonte Stravinsky” é uma obra de arte pública, projetada em 1983 pelo casal de artistas Jean Tinguely e Niki de Saint Phalle. Podes encontrá-la na Praça Igor Stravinsky, do lado direito do Centro Pompidou. Esta grande bacia de água de 580 m2 é, logicamente, dedicada a Igor Stravinsky.

Dentro da fonte propriamente dita, existem dezasseis esculturas móveis que funcionam como jatos de água e representam diferentes obras do compositor russo. Curiosamente, é possível identificar qual dos artistas realizou cada uma: as estruturas mecânicas pretas são da autoria de Tinguely e as estátuas coloridas pertencem a Saint Phalle.

Das dezasseis esculturas, é possível identificar as mais importantes:

  • “A Raposa” – uma estrutura de Jean Tinguely alusiva à ópera de 1916
  • “O Chapéu de Palhaço” – criado por Niki de Saint Phalle e referente ao ballet “Petrushka” de 1911
  • “O Pássaro de Fogo” – outra das estátuas coloridas de Niki de Saint Phalle, esta sobre o ballet de 1910
  • “O Rouxinol” – concebido por Niki de Saint Phalle e que remete para a ópera de 1914
  • “Ragtime” – projetado por Jean Tinguely em homenagem à obra de música de câmara com o mesmo nome

A ideia para o tema desta fonte foi de Pierre Boulez, o compositor e maestro francês que havia fundado o IRCAM (Institut de Recherche et Coordination Acoustique/Musique). Hoje em dia, as instalações deste instituto estão localizadas no subsolo, com uma zona de salas e escritórios diretamente por baixo d’ “A Fonte Stravinsky”.

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