A Catedral de Palermo, oficialmente apelidada de Basílica Catedral Metropolitana Primacial da Santa Virgem Maria da Assunção (em italiano, Cattedrale di Palermo, ou Basilica Cattedrale Metropolitana Primaziale della Santa Vergine Maria Assunta) é o maior e mais importante local de culto católico da região da Sicília (em italiano, Sicilia).

Também conhecida como Duomo de Palermo (em italiano, Duomo di Palermo), este monumento é um dos nove edifícios religiosos e cívicos inscritos como Património Mundial da UNESCO em 2015, sob o nome “Palermo Árabe-Normanda e as Igrejas Catedrais de Cefalù e Monreale”!

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Breve História da Catedral de Palermo

A Catedral de Palermo está situada numa área próxima das antigas muralhas púnico-romanas que cercavam o primeiro povoado fenício. A ideia da reconstrução do edifício normando é atribuída ao arcebispo Gualtiero e remonta a 1169-1185, ano da consagração da igreja.

Dedicada à Santa Virgem Maria da Assunção, a Catedral de Palermo ainda apresenta grande parte dos elementos decorativos originais do século XII, como as incrustações de lava e os motivos islâmicos ornamentais, que revestem as paredes exteriores do templo religioso.

Como referi na introdução, a Catedral de Palermo é um dos nove edifícios religiosos e cívicos que datam da época do Reino Normando da Sicília (1130-1194). Exemplos notáveis de uma nova expressão arquitetónica e artística inspirada pelo intercâmbio entre as culturas ocidental, bizantina e islâmica, estes são os restantes monumentos que integram o itinerário árabe-normando:

• Capela Palatina (em italiano, Cappella Palatina) – na cidade de Palermo
• Catedral ou Duomo de Cefalù (em italiano, Cattedrale ou Duomo di Cefalù) – na vila de Cefalù
• Catedral ou Duomo de Monreale (em italiano, Cattedrale ou Duomo di Monreale) – na vila de Monreale
• Igreja de São Cataldo (em italiano, Chiesa di San Cataldo) – na cidade de Palermo
• Igreja de São João dos Eremitas (em italiano, Chiesa di San Giovanni degli Eremiti) – na cidade de Palermo
• Igreja da Martorana (em italiano, Chiesa della Martorana) – na cidade de Palermo
• Palácio Real (em italiano, Palazzo Reale) – na cidade de Palermo
• Ponte Almirante (em italiano, Ponte Ammiraglio) – na cidade de Palermo

Património Mundial

Sabias que a Catedral de Palermo (e Palermo Árabe-Normanda) fizeram parte do vigésimo-sexto conjunto de inscrições de Itália na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 39ª Sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Bonn (Alemanha), entre os dias 28 de junho e 8 de julho de 2015.

Hoje em dia, Itália é o país do mundo com mais sítios UNESCO: possui sessenta bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar doze:

• Área Arqueológica de Agrigento (1997)
• Área Arqueológica de Pompeia (1997)
• Cidades do Barroco Tardio do Val di Noto (Sudeste da Sicília) (2002) – Noto
• Cinque Terre (1997)
• Centro Histórico de Florença (1982)
• Centro Histórico de Nápoles (1995)
• Centro Histórico de Roma e as Propriedades da Santa Sé (1980) – Castelo de Santo Ângelo, Coliseu, Fórum Romano e Monte Palatino, Panteão
• Os Pórticos de Bolonha (2021)
• Palácio Real do Século XVIII de Caserta com o Parque (1997)
• Palermo Árabe-Normanda e as Igrejas Catedrais de Cefalù e Monreale (2015)
• Siracusa e a Necrópole Rochosa de Pantalica (2005)
• Veneza e a sua Lagoa (1987)

Como Chegar à Catedral de Palermo

A Catedral de Palermo fica na Via Vittorio Emanuele, a rua mais antiga de Palermo e uma das ruas mais centrais da cidade. Daqui, estás muito perto de outros monumentos, como o Palácio Real (a 400 metros), os Quattro Canti (a 500 metros), a Piazza Pretoria (a 550 metros), a Igreja de São Cataldo (a 650 metros) e a Igreja de São João dos Eremitas (a 650 metros).

Na minha opinião, Palermo é um “museu a céu aberto” e merece ser percorrida a pé. Contudo, se preferires deslocar-te de transportes públicos, podes chegar à Catedral de Palermo de autocarro (números 104, 108, 110, 118, N1 ou N5; paragens Calatafimi Porta Nuova ou Piazza Peranni).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

A Catedral de Palermo está aberta todos os dias, das 09:30 às 18:00 (de segunda-feira a sábado) e das 10:00 às 18:00 (aos domingos), sendo que a última entrada acontece às 17:30 (ou 16:30, para os dois últimos itinerários da lista mencionada abaixo).

Apesar da entrada na igreja ser gratuita, há partes da Área Monumental da Catedral de Palermo (Tumbas Reais, Cripta, Absides e Tesouro) e não só que são pagas. Os diferentes tipos de bilhetes combinados têm distinção entre tarifa normal e tarifa reduzida (dos 11 aos 17 anos):

• Tumbas Reais – 2€ (tarifa normal) ou 1€ (tarifa reduzida)
• Tesouro + Cripta + Absides – 6€ (tarifa normal) ou 4€ (tarifa reduzida)
• Salas dos Bispos + Palácio do Arcebispo + Museu Diocesano – 7€ (tarifa normal) ou 4€ (tarifa reduzida)
• Telhados + Tumbas Reais – 7€ (tarifa normal) ou 4€ (tarifa reduzida)
• Tumbas Reais + Tesouro + Cripta + Absides – 7€ (tarifa normal) ou 4€ (tarifa reduzida)
• Telhados + Tumbas Reais + Cripta + Absides + Tesouro – 12€ (tarifa normal) ou 6€ (tarifa reduzida)
• Museu Diocesano + Área Monumental da Catedral – 13€ (tarifa normal) ou 8€ (tarifa reduzida)
• Museu Diocesano + Área Monumental da Catedral + Tetos – 15€ (tarifa normal) ou 8€ (tarifa reduzida)

O Que Ver na Catedral de Palermo

Telhados

Os Telhados da Catedral de Palermo são um dos sítios onde melhor se percebe a diversidade de estilos artísticos deste templo religioso: árabe-normando (revestimentos lávicos), gótico (gravações na pedra), neoclássico (cúpulas) e neogótico (torre sineira).

Os Telhados da Catedral de Palermo podem ser acedidos antes ou depois da visita à Área Monumental da Catedral de Palermo, uma vez que a entrada está escondida dentro da Capela do Beato Pedro Jeremias (em italiano, Cappella del Beato Pietro Geremia) e a saída se conclui nas Tumbas Reais!

Tumbas Reais

As Tumbas Reais da Catedral de Palermo são um conjunto de seis jazigos localizados em duas capelas da nave meridional, à direita do altar central. A primeira abriga os túmulos de Henrique VI do Sacro Império Romano-Germânico, Constança de Aragão e Constança de Altavilla, enquanto que a segunda acolhe as sepulturas de Rogério II da Sicília, Guilherme II de Atenas e Frederico II da Sicília.

Henrique VI e Constança de Altavilla foram os pais de Frederico II, que se casou com Constança de Aragão. Este último era neto de Rogério II e pai de Guilherme II. Os mausoléus de Henrique VI, Constança de Altavilla, Rogério II e Frederico II são feitos de pórfiro vermelho, uma pedra preciosa associada à realeza. Os outros dois sarcófagos foram esculpidos em mármore branco.

Capela das Relíquias

A Capela das Relíquias da Catedral de Palermo tem o dobro do tamanho das outras capelas da nave meridional. O seu grande portão de ferro forjado foi projetado em 1908 pelo arquiteto Francesco Paolo Palazzotto, que também foi responsável pela reorganização do espaço.

A Capela das Relíquias da Catedral de Palermo alberga as urnas relicárias de Santa Maria Madalena, Santa Cristina (primeira padroeira de Palermo), Santa Ágata (virgem e mártir), São Mamiliano (bispo de Palermo), São Mamiliano, Santa Ninfa (mártir) e os Santos Eustócio, Próculo e Golbodeus (mártires).

Relógio de Sol

O Relógio de Sol da Catedral de Palermo foi instalado pelo astrónomo e matemático Giuseppe Piazzi, que também era um padre e monge da Igreja Católica. A proposta foi apresentada no início de 1795 ao arcebispo de Palermo D. Filippo Lopéz y Royo, que aprovou a sua construção e financiamento.

Concluído em abril de 1801, o Relógio de Sol da Catedral de Palermo é composto por uma longa laje de mármore, que começa na Capela de São Francisco de Paula e atravessa a nave central obliquamente. Os painéis policromados com os signos do zodíaco concedem-lhe a função adicional de calendário.

Capela de Santa Rosália

A Capela de Santa Rosália da Catedral de Palermo é o local de repouso da padroeira da cidade. A urna-relicário de prata que guarda os restos mortais da Santa Rosália data de 1631 e está protegida por um portão de latão onde assentam sete candeeiros de prata.

A Capela de Santa Rosália é uma paragem obrigatória para todos os turistas que visitam a Catedral de Palermo, bem como um local de veneração do povo palermitano. Esta nobre virgem foi tornada santa da Igreja Católica por ter salvado a cidade de Palermo da peste em 1624.

Tesouro

O Tesouro da Catedral de Palermo reúne jóias, relicários, custódias, cálices, móveis e vestes litúrgicas, entre outras peças. De todas, a mais preciosa é a Coroa de Constança de Aragão, que foi encontrada no seu túmulo e é feita de ouro, prata dourada e filigranada, esmaltes, pérolas e pedras policromadas.

O Tesouro da Catedral de Palermo está exposto na Sacristia dos Cónegos, Grande Sacristia e nas absides das naves laterais, podendo ser acedido através de uma entrada à direita da Capela de Santa Rosália. Ao longo do itinerário, poderás ainda visitar a antiga Capela da Madalena e a Cripta.

Cripta

A Cripta da Catedral de Palermo é uma necrópole com 23 túmulos de diversas eras (romano-pagã, romano-paleocristã, grega-bizantina, normanda, etc.), quase todos pertencentes a arcebispos de Palermo. Os historiadores não estão de acordo sobre a sua origem, mais o provável é ter sido fundada entre os séculos IV-VI d. C..

A Cripta da Catedral de Palermo é hoje formada por sete absides e duas naves longitudinais com abóbadas de cruz, sustentadas por catorze colunas com capitéis coríntios. Entre os materiais utilizados nos vários elementos deste cemitério, destacam-se o granito egípcio, a terracota vermelha e o mármore Grigio Billiemi.

Prebistério

O Presbitério da Catedral de Palermo está dividido em três espaços: a área das celebrações litúrgicas (com o Púlpito e o Altar Central, desenhado pelo arquiteto Vincenzo Gorgone no meio do transepto sob a grande cúpula), o Coro (de madeira em estilo gótico catalão, de 1466) e a Abside Central.

A Abside Central exibe um altar do arquiteto Filippo Pinistri, decorado com pedras preciosas e madeira petrificada. Constituído por colunas jónicas encimadas por capitéis coríntios, o Altar-Mor acomoda a figura de Cristo ressuscitado. Os frescos foram executados pelo pintor Mariano Rossi entre 1802-03.

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