Castelo De Santo Ângelo: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024

O Castelo de Santo Ângelo (em italiano, Castel Sant’Angelo) já foi um mausoléu, uma fortaleza, uma prisão militar e até uma residência papal. E hoje em dia, é um museu nacional, um sítio arqueológico e um dos monumentos mais importantes do centro histórico de Roma, que é Património Mundial da UNESCO desde 1980.

Depois de ter sido adquirido pelo Estado italiano em 1870, o Castelo de Santo Ângelo abriu ao público no ano de 1901, com uma exposição de cerâmicas, moedas e armas encontradas em escavações arqueológicas. Pouco tempo depois, este novo museu começou a receber coleções de escultura, pintura e artes decorativas. E desde então, o Castelo de Santo Ângelo tem atraído milhares de turistas de todo o mundo!

Por isso, queres saber mais sobre o Castelo De Santo Ângelo: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!

Este artigo pode conter links de afiliados, o que significa que eu ganho uma pequena comissão se fizeres uma compra, sem nenhum custo adicional para ti. Lê o meu aviso legal & política de privacidade para mais informações.

Sem tempo para ler agora? Guarda para depois!

Castelo de Santo Ângelo
Castelo de Santo Ângelo

Breve História do Castelo de Santo Ângelo

Como referi na introdução, o Castelo de Santo Ângelo teve diversas funções ao longo da história. A primeira estrutura foi erigida pelo Imperador Adriano em 135 d.C., para servir de mausoléu pessoal e familiar. Porém, em 403 d.C., o edifício já tinha sido convertido numa fortaleza militar e integrado na Muralha Aureliana pelo Imperador Honório.

A sua designação atual de “Castelo do Santo Anjo” remonta ao ano de 590 d.C., mais especificamente ao período em que um grande surto de peste atingiu a cidade de Roma. E, reza a lenda, que o então Papa Gregório I viu o Arcanjo Miguel empunhando a sua espada no topo da fortaleza, como que anunciando o fim da epidemia!

A partir desse momento “divino”, os papas decidiram fazer do edifício o seu próprio castelo. Para isso, é inevitável mencionar o icónico Passetto di Borgo, um corredor idealizado pelo Papa Nicolau II em 1277 e que liga o Castelo de Santo Ângelo ao Palácio Apostólico, na Cidade do Vaticano!

Na primeira metade do século XVI, Raffaello da Montelupo criou uma estátua de mármore de São Miguel, que passou a adornar o topo do Castelo de Santo Ângelo em homenagem à visão do Papa Gregório I. Esta escultura foi substituída em 1753 por uma outra em bronze de Pierre van Verschaffelt, mas a obra original ainda pode ser admirada no Cortile dell’Angelo.

Ao mesmo tempo, o então Papa Paulo III (que reinou depois do Saque de Roma de 1527) ordenou a construção de um sumptuoso apartamento papal, que pudesse servir de refúgio aos seus sucessores em caso de novo ataque. A Santa Sé também começou a usar a estrutura fortificada como uma prisão, prendendo e executando inimigos da igreja. Já no século XIX, durante os movimentos revolucionários do Risorgimento, muitos patriotas ficaram detidos aqui!

Património Mundial

Sabias que o Castelo de Santo Ângelo fez parte do segundo conjunto de inscrições de Itália na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 4ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Paris (França), entre os dias 1 e 5 de setembro de 1980.

Apenas um outro sítio italiano foi anunciado na sessão: a Igreja e Convento Dominicano de Santa Maria delle Grazie com “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci.

Hoje em dia, Itália é o país do mundo com mais sítios UNESCO: possui cinquenta e nove bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar oito:

Como Chegar ao Castelo de Santo Ângelo

O Castelo de Santo Ângelo fica no Lungotevere Castello, um trecho da famosa marginal junto ao Tibre (em italiano, Tevere), o rio que atravessa a cidade de Roma. Daqui, estás muito perto de vários outros pontos turísticos da capital italiana, como por exemplo a Piazza Navona (750 metros), o Museo Nazionale Romano – Palazzo Altemps (800 metros) ou o Mausoleo di Augusto (1000 metros).

E sabias que o Estado da Cidade do Vaticano fica a apenas 700 metros do Castelo de Santo Ângelo? Aproveita para visitar as melhores atrações do país mais pequeno do mundo, como a Piazza di San Pietro, a Basilica di San Pietro ou os Musei Vaticani (incluindo a Cappella Sistina)!

Na minha opinião, Roma é um verdadeiro “museu a céu aberto” e, portanto, merece ser percorrida a pé. Contudo, se preferires deslocar-te de transportes públicos, podes chegar ao Castelo de Santo Ângelo de autocarro (números 23, 280, 62 e 982; paragem Piazza Pia), elétrico (número 19; paragem, Risorgimento/San Pietro) ou metro (linha A, estações Lepanto e Ottaviano).

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Castelo de Santo Ângelo está aberto todos os dias do ano (exceto a 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro), das 09:00 às 19:30. No que diz respeito a bilhetes, estes custam 13€ (adultos) ou 3€ (jovens entre os 18 e os 25 anos, que sejam cidadãos da União Europeia), e podem ser comprados no site oficial do TOSC – Ticket One Sistemi Culturali.

O Que Ver no Castelo de Santo Ângelo

Ponte Sant’Angelo

A Ponte Sant’Angelo (inicialmente, Pons Aelius) foi encomendada pelo Imperador Adriano em 134 d.C., como parte integrante do seu mausoléu pessoal (também conhecido como Mole Adrianorum ou Mausoleo di Adriano, as designações alternativas do Castel Sant’Angelo).

Curiosamente, esta ponte pedonal sobre o rio Tibre já se chamou Ponte di San Pietro (ou Pons Sancti Petri, em latim), pois era utilizada pelos peregrinos que se dirigiam à Basílica de São Pedro. No entanto, o seu nome foi mudado pelo Papa Gregório I, após a sua célebre visão do Arcanjo Miguel.

Na primeira metade do século XVI, Raffaello da Montelupo criou um grupo de esculturas de anjos para o tabuleiro da ponte, a pedido do Papa Paulo III. A estas primeiras catorze estátuas decorativas, foram ainda acrescentadas as dos apóstolos São Pedro e São Paulo, dos patriarcas Adão, Noé, Abraão e Moisés, e as dos quatro evangelistas.

Apesar disso, as esculturas que vês atualmente na Ponte de Santo Ângelo não são as de Raffaello da Montelupo! Estes dez anjos segurando as Armas de Cristo foram concebidos por Gian Lorenzo Bernini e seus contemporâneos para o Papa Clemente IX, na segunda metade do século XVII.

Bastione San Marco

O Castelo de Santo Ângelo é composto por uma estrutura central circular, delimitada por um recinto muralhado retangular com quatro baluartes nas extremidades. O Bastione San Marco fica no canto noroeste do edifício, sendo que os outros receberam os nomes dos restantes evangelistas do Novo Testamento: Bastione San Luca (no canto nordeste), Bastione San Giovanni (no canto sudeste) e Bastione San Matteo (no canto sudoeste).

O Bastião de São Marco é particularmente interessante, uma vez que é aqui que começa o Passetto di Borgo. Construído em meados do século XV durante o pontificado de Nicolau V, este baluarte já foi coberto. E os seus pisos inferior já tiveram múltiplas funções: prisão, quartel, dormitório, depósito de armas…

Cortile d’Onore (ou Cortile dell’Angelo)

O Cortile d’Onore (ou Pátio de Honra) foi projetado entre os pontificados de Leão X e Paulo III – ou seja, durante a primeira metade do século XVI. Popularmente conhecido como Cortile dell’Angelo (ou Pátio do Anjo), é um pátio de planta retangular, por onde se acede aos aposentos papais, localizados no piso superior do monumento.

Numa das laterais do Cortile d’Onore, vais poder admirar a Edícula da Capela do Papa Leão X, concebida por Michelangelo Buonarroti. E do outro lado, encontras um arco duplo com um nicho central, que Raffaello da Montelupo realizou a pedido do Papa Paulo III.

Por falar em Raffaello da Montelupo, é precisamente este terraço que acolhe a sua obra-prima, a estátua do Arcanjo Miguel. Criada em 1544, esta foi a tal escultura que permaneceu durante mais de dois séculos no topo do Castelo de Santo Ângelo, até ser substituída pela atual!

Armeria

O Arsenal do Castelo de Santo Ângelo é uma estrutura de dois andares com uma série de salas comunicantes, que foi convertida num museu militar. Aqui, estão expostas dezenas de armas (como arcabuzes, pistolas, bestas, espadas, punhais, lanças, etc.), além de armaduras, capacetes, trajes militares, escudos e outro material de combate.

Tanto quanto se sabe, o edifício da Armeria foi construído na segunda metade do século XV, embora as constantes intervenções e reformas tenham dificultado uma datação e funcionalidade precisas. Situada a escassos metros do Pátio de Honra (ou Pátio do Anjo), era um espaço utilizado pelas guarnições que faziam a guarda do castelo.

Loggia di Giulio II

Esta bonita galeria de colunas, com vistas panorâmicas para o rio Tibre e para o centro histórico de Roma, chama-se Loggia di Giulio II (em homenagem ao Papa Júlio II).

Saltam à vista detalhes arquitetónicos como o parapeito feito em mármore branco, os tímpanos e lunetas decorados com frescos, os motivos vegetais esculpidos nos capitéis das colunas e o brasão de armas dos Rovere (a família do papa) no teto.

Quando Júlio II iniciou o seu pontificado em 1503, os novos aposentos do Palazzo Apostolico (na Cidade do Vaticano) ainda estavam em construção. Por essa razão, o papa residia no Castelo de Santo Ângelo quase de forma permanente!

Sala Paolina

A Sala Paulina deve o seu nome ao Papa Paulo III, um dos grandes promotores do Castelo de Santo Ângelo. À semelhança de outras divisões deste apartamento papal, é uma sala sumptuosa ricamente decorada pelo pintor Perin del Vaga, que contou com a colaboração de Livio Agresti, Girolamo Siciolante da Sermoneta, Marco dal Pino, Pellegrino Tibaldi e Jacopo Bertucci.

É difícil focar a atenção num único detalhe da Sala Paulina, visto que há tantos elementos para admirar. No teto, há seis painéis de frescos, retratando episódios da vida de Alexandre, o Grande, bem como o brasão do papa a coroar a sala. E imediatamente abaixo, uma inscrição latina contorna toda a sala, celebrando as obras de recuperação do Castelo de Santo Ângelo.

Quanto às paredes, nelas estão pintadas figuras alegóricas das Quatro Virtudes Cardeais (Fortaleza, Justiça, Prudência e Temperança) e mais cenas de Alexandre, o Grande. Por cima das portas, contam-se ainda seis histórias do Apóstolo São Paulo. A estas juntam-se as efígies do Imperador Adriano e do Arcanjo Miguel, duas personalidades simbólicas deste monumento romano.

Sala del Perseo

A Sala de Perseu recebeu o nome do semideus e herói da mitologia grega. Com ligação direta ao quarto de dormir, este espaço funcionava como escritório e estúdio pessoal do Papa Paulo III.

Tal como a Sala Paulina, também a Sala de Perseu foi embelezada por Perin del Vaga e a sua equipa de artistas. Neste caso, os pintores focaram-se apenas na parte superior das paredes e do teto.

Este último é composto por caixotões de madeira, de onde sobressai uma imagem em relevo do Arcanjo Miguel. E à sua volta, multiplicam-se os símbolos heráldicos do papa.

Por último, o friso é totalmente dedicado a Perseu, como comprovam os seis painéis de frescos. Os seus feitos heroicos seguem uma ordem cronológico, que começa no lado esquerda da entrada da sala.

Sala di Amore e Psiche

A Sala de Cupido e Psique era o quarto de dormir do Papa Paulo III e tem muitas parecenças com a divisão anterior. Em primeiro lugar, só o teto e o topo das paredes é que receberam ornamentação. E em segundo lugar, esse trabalho ficou a cargo de Perin del Vaga e dos seus assistentes.

O teto de caixotões apresenta o brasão do Papa e o seu nome, assim como relevos com motivos naturalistas. E o friso de frescos divide-se em nove painéis, desta vez narrando episódios da fábula de Cupido e Psique. A história dos dois amantes, originalmente com conotações sensuais, foi aqui transformada numa alegoria em que Psique é a personificação da alma e Cupido representa os sacrifícios necessários em vida, para merecer a salvação eterna.

Sala dell’Adrianeo

A Sala do Adrianeo está situada no sexto piso do Castelo de Santo Ângelo e corresponde, juntamente com a vizinha Sala dei Festoni (ou Sala dos Festões), a um dos primeiros espaços terminados durante a revolucionária campanha de obras promovida pelo Papa Paulo III.

Concebido por Luzio Luzi, o friso da Sala do Adrianeo abordas temas mitológicos, ao mesmo tempo que homenageia estruturas icónicas da Roma Antiga, que podiam ser vistas do Vaticano: a Naumaquia de Domiciano; o Circo de Nero (ou Circo de Calígula); a Meta de Rómulo; e a Mole Adrianorum (ou Castelo de Santo Ângelo)!

Sala dei Festoni

A Sala dos Festões foi assim designada por Mariano Borgatti, o primeiro diretor do Museu Nacional do Castelo Santo Ângelo. Infelizmente, perderam-se os tetos originais de Luzio Luzi, mas sabe-se que teriam o mesmo estilo dos da Sala do Adrianeo, Sala de Cupido e Psique, e Sala do Perseu.

Por outro lado, ainda se conservam os frescos do friso, onde “desfilam” dezenas de personagens mitológicas, desde tritões e nereidas, a unicórnios. Esta espécie de “guirlanda” feita de motivos vegetais e elementos fantásticos é, por isso, a explicação óbvia da designação curiosa desta sala.

Sala del Tesoro

A Sala do Tesouro, como é possível deduzir, é uma das salas mais importantes do Castelo de Santo Ângelo – senão mesmo a mais importante! Aqui, guardavam-se os objetos mais valiosos dos Estados Papais em grandes baús de ferro, desde documentos secretos a peças sacras de valor incalculável, sem esquecer a reserva de ouro!

Originalmente, a Sala do Tesouro tinha uma forma circular. Contudo, o Papa Paulo III concedeu-lhe este aspeto poligonal em 1545, quando mandou criar os armários embutidos de nogueira. Estes destinavam-se a preservar a coleção dos Arquivos Papas e ainda hoje podem ser vistos a toda a volta da sala.

Sala delle Colonne

A Sala das Colunas e as duas salas contíguas – a Sala degli Stendardi della Cavalleria e a Sala dei Labari dei Reparti d’Assalto (ou Sala das Bandeiras da Cavalaria e Sala dos Lábaros do Departamentos de Assalto, em português) – são construções posteriores às anteriormente descritas, datando do pontificado de Bento XIV (ou seja, 1740-1758).

Neste espaço, encontrava-se o chamado “Novo Arquivo” – se bem que o mobiliário original foi destruído durante a ocupação francesa, no final do século XIX. Felizmente, os livros e documentos foram transferidos com sucesso para o Vaticano, recorrendo ao Passetto di Borgo!

Terrazzo dell’Angelo

O Terraço do Anjo é o ponto acessível mais alto do Castelo de Santo Ângelo e um verdadeiro miradouro panorâmico, com vistas deslumbrantes tanto sobre o centro histórico de Roma (na outra margem do rio Tibre) como sobre a Cidade do Vaticano (e o Passetto di Borgo).

Se o céu estiver limpo, é possível ver deste pátio a Praça do Povo (ou Piazza del Popolo), a Igreja da Santíssima Trindade dei Monti, o Palácio Barberini, o Palácio do Quirinal, o Panteão de Roma, o Coliseu de Roma, o Monumento Nacional a Vítor Emanuel II e o Palazzo Senatorio (no Monte Capitolino), entre muitos outros edifícios históricos da capital italiana!

E na direção do Estado da Cidade do Vaticano, sobressai a Basílica de São Pedro, o Palácio Apostólico e os Museus do Vaticano.

A estátua de bronze do Arcanjo Miguel, de Pierre van Verschaffelt, coroa o Castelo de Santo Ângelo desde 1753. Antes disso, a protagonista era a colossal estátua em mármore de Raffaello da Montelupo, agora instalada no Cortile dell’Angelo.

Por fim, importa salientar que o Terraço do Anjo foi palco de muitos espetáculos de fogo de artifício, que atingiram grande popularidade na Europa no período renascentista. Normalmente, os foguetes eram lançados em ocasiões festivas, como eleições papais ou celebrações religiosas.

Partilha este artigo nas tuas redes sociais!

Mais Artigos sobre Itália

Mais Artigos sobre Castelos e Palácios

Mais Artigos sobre Guias de Museus

Mais Artigos sobre Património Mundial

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Scroll to Top