O Castelo de Almourol é um monumento único em Portugal, localizado a cerca de 135 km de Lisboa. Construído num ilhéu no rio Tejo, tornou-se um símbolo da Reconquista (um período histórico de quase oito séculos, durante o qual os reinos cristãos da Península Ibérica lutaram pelo domínio da região).

Quando D. Afonso Henriques conquistou o local em 1129, deparou-se com uma fortaleza à qual os mouros chamavam Al-morolan. Assim sendo, decidiu entregá-la aos Cavaleiros Templários, que por sua vez ergueram um castelo tipicamente medieval com funções militares.

Contudo, a extinção dos Templários e o final da Reconquista fizeram com que o Castelo de Almourol perdesse importância e fosse abandonado. Além disso, a estrutura foi severamente danificada pelo Terramoto de Lisboa de 1755 – ainda que viesse a ser restaurada e adaptada ao gosto romântico no século XIX!

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Breve História do Castelo de Almourol

Como referi na introdução, o Castelo de Almourol foi construído sobre as ruínas de uma antiga fortaleza moura, depois da região ter sido conquistada em 1129 por D. Afonso Henriques (o então Conde de Portucale e primeiro Rei de Portugal, a partir de 5 de outubro de 1143).

Em jeito de agradecimento pela ajuda prestada em combate, D. Afonso Henriques ofereceu esta e outras estruturas militares aos Cavaleiros Templários. Aqui, destaca-se o papel de D. Gualdim Pais, o 6º Grão-Mestre da Ordem dos Templários em Portugal e fundador dos castelos de Almourol, Idanha-a-Nova, Monsanto, Pombal e Tomar.

Durante quase dois séculos, o Castelo de Almourol também serviu de posto de controlo dos barcos de mercadorias, que percorriam o rio Tejo de/para Lisboa. Mas, como outros castelos medievais com funções de vigia e defesa na Reconquista, o edifício deixou de ser utilizado para fins militares, assim que a Ordem do Templo foi dissolvida.

Os efeitos da deserção gradual aliados aos estragos causados pelo Terramoto de Lisboa de 1755, transformaram o Castelo de Almourol numa obra decadente. Felizmente, as ruínas medievais inseridas em paisagens bucólicas eram apreciadas no século XIX, o que fez despertar o interesse pelo monumento e a sua consequente recuperação e valorização.

Devido ao seu valor cultural, o Castelo de Almourol foi classificado como Património Nacional em 1910!

Como Chegar ao Castelo de Almourol

Vamos supor que queres visitar o Castelo de Almourol numa day trip desde Lisboa. Nesse caso, podes aproveitar para descobrir algumas cidades e vilas nas redondezas: Vila Nova da Barquinha (a 5 km), Constância (a 6 km), Entroncamento (a 10 km), Abrantes (a 22 km), Torres Novas (a 24 km), Sardoal (a 28 km) ou Tomar (a 30 km).

Na minha opinião, a forma mais rápida e prática de chegar ao Castelo de Almourol é de carro. Porém, se não tiveres essa possibilidade, podes viajar de comboio pela Linha da Beira Baixa (uma linha ferroviária histórica, que liga as cidades do Entroncamento e Guarda).

Em primeiro lugar, deves apanhar o comboio (Alfa-Pendular, Intercidades, InterRegional ou Regional) nas estações de Lisboa-Santa Apolónia ou Lisboa-Oriente e sair no Entroncamento. Uma vez nessa estação, tens de apanhar outro comboio (Regional) e sair nas estações de Tancos (2 km a pé) ou Almourol (1,3 km a pé).

DICA: Esta viagem tem um custo mínimo de 9.55€, mas consulta todos os preços, horários, linhas e serviços no site oficial da CP – Comboios de Portugal.

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

O Castelo de Almourol está aberto de terça-feira a domingo, das 10:00 às 13:00 e das 14:30 às 17:30 (de novembro a fevereiro), ou das 10:00 às 13:00 e das 14:30 às 19:00 (de março a outubro). No entanto, o monumento pode ser visitado às segundas-feiras, entre os meses de março e setembro.

ATENÇÃO: A última passagem de barco para o Castelo de Almourol realiza-se sempre 20 minutos antes da hora de encerramento!

No que diz respeito a bilhetes, estes têm um custo fixo de 4€ por pessoa e incluem a viagem de barco (ida e volta), a entrada no Castelo de Almourol e ainda a visita ao CITA – Centro de Interpretação Templário de Almourol, no centro histórico de Vila Nova da Barquinha.

O Que Ver no Castelo de Almourol

Alambor (ou Talude)

O Alambor é uma solução arquitetónica, que consiste no reforço da base de uma muralha ou torre, através da construção de uma espécie de “rampa” íngreme em pedra. Também chamado de Talude, este tipo de estrutura defensiva foi introduzido pelos Cavaleiros Templários no século XII.

Na prática, o Alambor dificultava o acesso do inimigo à fortificação, além de que aumentava a sua estabilidade e reduzia os ângulos mortos dos seus defensores. Em Portugal, o monumento com o melhor exemplo de um Alambor é o Castelo de Tomar – se bem que os castelos de Almourol, Pombal e Soure também apresentam este elemento.

Porta Principal

Por cima da Porta Principal, uma inscrição epigráfica datada de 1171 relata os feitos de D. Gualdim Pais ao serviço da Ordem do Templo (enquanto soldado, cavaleiro e depois Grão-Mestre), incluindo a construção do Castelo de Almourol. Já do lado de dentro da entrada, um painel informativo indica a presença de um grupo de sepulturas.

Já agora, sabias que ninguém tem a certeza sobre a origem do topónimo “Almourol”? Alguns historiadores baseiam-se na formação rochosa do local (“Al-mouro” ou “pequena pedra”), enquanto que outros sugerem a existência de uma antiga cidade romana chamada Moron!

Zona Habitacional

No interior do Castelo de Almourol e a poucos metros da Porta Principal, foram encontrados vestígios de muros de antigas casas.

Ora, tanto quanto se sabe, Almourol recebeu carta de foral em 1170, pelo próprio D. Gualdim Pais. Isto significa que o Castelo de Almourol era habitado por um contingente militar, responsável pela defesa da fortificação, do rio Tejo e da região circundante, bem como da sua população local!

Como nunca surgiram indícios de uma povoação fora do recinto muralhado (nem no ilhéu nem nas margens), a opção mais plausível é que a mesma se encontrasse dentro dele. E alguns acreditam que, em meados do século XV, foi aqui erguida uma capela dedicada a Santa Maria de Almourol!

Adarve (ou Caminho de Ronda)

Sabias que o Castelo de Almourol é composto por dois redutos: um recinto inferior (ou exterior) e um recinto superior (ou interior)?

O recinto inferior é precisamente aquele que tenho descrito nos últimos parágrafos, o que é acedido pela Porta Principal e aquele onde se encontra a Zona Habitacional. Por outro lado, o recinto superior é guardado por uma segunda entrada e está ocupado pela imponente Torre de Menagem.

Portanto, é natural que cada um destes recintos possuísse um Adarve autónomo. Igualmente conhecido como Caminho de Ronda, este corredor aberto, muito caraterístico dos castelos medievais, circunda o topo das muralhas e dá passagem às várias torres e ameias.

Segunda Porta (ou Porta Secundária)

Por cima da Segunda Porta (ou Porta Secundária), outra inscrição epigráfica datada de 1171 enaltece novamente que D. Gualdim Pais foi o grande fundador do Castelo de Almourol. Curiosamente, ambas as epígrafes referem que o 4º Grão-Mestre da Ordem dos Templários em Portugal era natural de Braga, tal como eu!

A Segunda Porta era a entrada para o complexo defensivo propriamente dito, ou seja aquele de uso exclusivo aos soldados. Nesta zona de acesso proibido à população local, incluem-se também os dez torreões circulares e semicirculares, que constituem a muralha irregular do Castelo de Almourol.

Torre de Menagem

Este guia sobre o Castelo de Almourol termina na Torre de Menagem, uma estrutura com cerca de 20 metros de altura! Dos seus elementos mais antigos, ainda subsistem a Cruz Templária sobre a janela de uma das fachadas (vísivel na primeira fotografia) e Porta de Entrada instalada 2,8 metros acima do nível do pátio.

Depois de uma campanha de obras de intervenção recente, a Torre de Menagem reabriu ao público como um espaço museológico. Além dos três pisos expositivos (com painéis informativos sobre a história dos Cavaleiros Templários e do Castelo de Almourol), é possível visitar um terraço panorâmico, onde as vistas são simplesmente deslumbrantes!

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