A Casa Milà em Barcelona é, sem dúvida, a culminação da obra de Antoni Gaudí. A imponente fachada ondulante sugere o movimento da pedra, ao passo que não é possível avistar uma única linha reta em toda a residência, como seria de esperar de um edifício citadino normal.
Mas, La Pedrera não é um edifício normal. Mesmo que estejas só um dia em Barcelona, é quase impossível não te cruzares com este lugar onírico e excêntrico, cuja visita de (pelo menos) duas ou três horas é algo absolutamente imperdível!
Por isso, queres saber mais sobre a Casa Milà Em Barcelona: Melhores Dicas Para Visitar Em 2024? Continua a ler!
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Breve História da Casa Milà em Barcelona
Em primeiro lugar, para apresentar a história da Casa Milà em Barcelona é preciso conhecer a história do seu criador: Antoni Gaudí. Considerado um dos maiores génios de sempre da arquitetura, Gaudí tornou-se um dos percursores da arquitetura moderna na Catalunha (e na Europa), entre finais do século XIX e inícios do século XX. Ainda assim, criou um estilo e uma estética próprios, que o destacaram dos demais.
Nasceu a 25 de junho de 1852 em Reus, na província de Tarragona, comunidade autónoma da Catalunha. Para Gaudí, a arquitetura era uma “arte total”, daí a importância e atenção que dava a cada elemento e detalhe das suas obras. Era apaixonado igualmente pela natureza, geometria e pela religião e os seus principais clientes foram a burguesia de Barcelona e a Igreja.
A sua última obra civil, a Casa Milà em Barcelona, faz lembrar uma grande onda de pedra parada no tempo, no meio do movimentado Passeig de Gràcia. Encomendada pelo empresário abastado Pere Milà e sua esposa Roser Segimón, para servir não só de residência familiar no andar principal, mas também proporcionar apartamentos extra para arrendamento nos restantes pisos, foi construída entre 1906 e 1912.
É uma obra singular da arquitetura, pois possui uma estrutura constituída por pilares de pedra, vigas metálicas e tijolo maciço, que libertam a fachada principal da sua função habitual de parede mestra. Na sua inauguração, ganhou a alcunha pejorativa de La Pedrera entre os populares e a imprensa, pela sua aparência externa rochosa – ou por basicamente se assemelhar a uma “pedreira a céu aberto”.
Património Mundial
Sabias que a Casa Milà em Barcelona fez parte do primeiro conjunto de inscrições de Espanha na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 8ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Buenos Aires (Argentina), entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro de 1984.
Quatro outros sítios espanhóis foram anunciados na sessão: Alhambra, Generalife e Albayzín, Granada; a Catedral de Burgos; o Centro Histórico de Córdoba; e o Mosteiro e Sítio do Escorial em Madrid. No entanto, a Casa Milà em Barcelona não foi a única obra de Antoni Gaudí premiada nesta sessão. Num total de três obras do arquiteto, estão ainda o Parque Güell e o Palácio Güell.
Hoje em dia, Espanha é o quinto país do mundo e o quarto país da Europa com mais sítios UNESCO. Possui cinquenta bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!
Entretanto, já tive a oportunidade de visitar dez:
- Alhambra, Generalife e Albaicín, Granada (1984, 1994)
- Catedral, Alcázar e Arquivo das Índias em Sevilha (1987)
- Centro Histórico de Córdova (1984)
- Cidade Velha de Salamanca (1988)
- Cidade Velha de Santiago de Compostela (1985)
- Conjunto Arqueológico de Mérida (1993)
- Conjunto Arqueológico de Tarraco (2000)
- Obras de Antoni Gaudí (1984, 2005) – Casa Batlló, Casa Milà, Casa Vicens, Cripta da Colònia Güell, Fachada da Natividade e Cripta da Basílica da Sagrada Família, Palácio Güell e Parque Güell
- Palácio da Música Catalã e Hospital de São Paulo, Barcelona (1997)
- Passeio do Prado e Retiro, uma paisagem de Artes e Ciências (2021)
Como Chegar à Casa Milà em Barcelona
Antoni Gaudí ocupou uma antiga mansão que se estendia por dois terrenos e criou um edifício com uma fachada única, ainda que tivesse acessos independentes (pelo Passeig de Gracìa e Rua Provença). Cada um tinha o seu próprio pátio central, embora o piso principal dos proprietários cobrisse a área de construção total. Nesse sentido, Gaudí desenhou os nove andares da casa para usos diferentes:
- Garagem para carros (no subsolo)
- Estabelecimentos comerciais (no rés-do-chão) – incluindo o moderno Café de la Pedrera
- Escritórios (na sobreloja)
- Apartamento de Pere Milà e Roser Segimon (no primeiro andar)
- Quatro andares de apartamentos para aluguer
- Lavandaria e zona de serviço (no sótão)
A Casa Milà fica no número 92 do Passeig de Gràcia, uma das avenidas mais importantes de Barcelona, que liga a famosa Avinguda Diagonal à Praça da Catalunha. Por isso, é muito fácil chegar à La Pedrera, seja a pé, de autocarro, de metro (linhas 3 e 5, estação Diagonal ) ou de comboio suburbano (Renfe, estação Passeig de Gràcia ou FGC, estação Provença-La Pedrera).
Horários de Abertura & Preços de Bilhetes
O monumento está aberto todos os dias do ano (exceto a 25 de dezembro), das 09:00 às 18:30. Além disso, a Casa Milà em Barcelona dispõe de um horário especial para visitas noturnas, das 19:00 às 22:00 – embora estas se realizem apenas de quinta-feira a domingo e aos feriados.
No que toca às entradas, o bilhete básico chama-se La Pedrera Essential e custa 25€ (adultos), 19€ (estudantes, maiores de 65 anos e pessoas com deficiência) ou 12.50€ (crianças dos 7 aos 12 anos). Por outro lado, o La Pedrera Completa inclui óculos de realidade mista, projeções audiovisuais e espaços exclusivos, pelo preço de 35€ (adultos), 29€ (estudantes, maiores de 65 anos e pessoas com deficiência) ou 22.50€ (crianças dos 10 aos 12 anos).
Existe wifi grátis em todos os espaços e um audioguia vem incluído. No site oficial da La Pedrera, podes comprar bilhetes, consultar as visitas noturnas, guiadas ou em grupo e confirmar todas estas informações práticas.
DICA: Se quiseres poupar dinheiro e visitar dois sítios do Património Mundial da UNESCO, então recomendo o bilhete La Pedrera + Sant Pau Art Nouveau Site. Este bilhete combinado não só tem 3 meses de validade desde a data de compra, como custa 30€ (adultos) ou 12€ (crianças dos 7 aos 12 anos) – o que significa que podes visitar dois monumentos pelo preço de um!
O Que Ver na Casa Milà em Barcelona
Fachada
Existem muitos pormenores que se destacam na fachada gigante da La Pedrera. E alguns deles são os gradeamentos em ferro forjado que complementam as varandas, com elementos figurativos como uma máscara ou um pássaro. Curiosamente, as esculturas de ferro foram criadas por Josep Maria Jujol (um arquiteto e discípulo de Antoni Gaudí), a partir de um modelo desenhado e forjado pelo último.
Mais discretos são os relevos na própria pedra das colunas do andar nobre: existe uma pomba, uma cruz e até palavras misteriosas em catalão como “oblida” (“esquece”) e “perdona” (“desculpa”). Ao mesmo tempo, no topo da fachada existem inscrições que formam a frase em Latim “Ave Maria Gratia Plena Dominus Tecum” (“Ave Maria, cheia de Graça, o Senhor é convosco”), um “M” de Maria e três lírios, símbolos da inocência e de São José.
Pátios
Na Casa Milà em Barcelona, o arquiteto catalão inovou ao agrupar pequenos pátios de ventilação em dois de grandes dimensões, facilitando não só a entrada de ar, mas também de luz. Estes dois pátios são chamados de Pátio das Flores e Pátio das Borboletas (em catalão, Pati de les Flors e Pati de les Papallones, respetivamente).
As fachadas destes pátios são uma mistura de cores, luzes e formas, com pinturas murais, cenas mitológicas e motivos florais, que se estendem até ao teto e paredes laterais da escadaria principal. Por exemplo, o hall de entrada é amplo e parece uma gruta submarina, graças aos efeitos da luz nos murais. E as portas em ferro forjado fazem lembrar teias de aranha!
Apartamentos
Incluída no bilhete da Casa Milà in Barcelona está a visita a um apartamento localizado no quarto andar, que pertenceu a uma família burguesa do início do século XX. A decoração interior remonta ao seu ambiente original, exibindo a mobília e utensílios domésticos daquela altura.
Neste piso, é possível passeares e/ou admirares inúmeros quartos (incluindo o quarto das crianças, da criada e do casal), salas (como a sala de jantar e sala de estar), duas casas de banho, a cozinha, o escritório e zonas de serviço e de arrumos. Ainda mais interessante de salientar são os muitos elementos ornamentais desenhados pelo próprio Gaudí: maçanetas, puxadores de gavetas, olhos-mágicos, guarnições de portas, etc..
Os tetos em gesso ondulado, juntamente com as janelas e portas muito trabalhadas em madeira são outros detalhes que não vais querer perder! Em especial o chão hidráulico com mosaicos hexagonais – que foi desenhado primeiramente para a Casa Batlló e recriado para revestir a calçada do Passeig de Gràcia.
AVISO: O andar nobre da Casa Milà em Barcelona – ou seja, o apartamento onde viveu Pere Milà e Roser Segimón – só está aberto ao público para exposições temporárias. Por acaso, eu consegui vê-lo na minha primeira visita à Casa Milà em Barcelona (em 2016), mas estava fechado na minha segunda visita (em 2021)!
Espaço Gaudí
Quando o antigo banco Caixa Catalunya comprou a Casa Milà em Barcelona no ano de 1986, decidiu restaurá-la e instalar um espaço de exposição no sótão do edifício. Por essa razão, surge a única exibição permanente dedicada à vida e à obra de Antoni Gaudí , com maquetes, planos, desenhos, fotografias e vídeos.
Chama-se Espai Gaudí e aqui sobressai, acima de tudo, um conjunto de 270 arcos parabólicos (ou de catenária) em tijolo tabicado e com alturas diferentes. O mesmo tipo de arcos pode ser visto noutras obras de Antoni Gaudí, como a Casa Batlló ou a inacabada Igreja da Colónia Güell.
Terraço
Por último, como acontece com a sua vizinha Casa Batlló (no número 43 do Passeig de Gràcia), o terraço da Casa Milà em Barcelona (em catalão, Azotea) é a parte mais invulgar e indescritível do edifício inteiro. Esta cobertura foi uma inovação ímpar da sua época, devido às formas sinuosas e fantasiosas, imitando a fachada principal. E diversos elementos pontuam o telhado, como os “badalots” (isto é, saídas de escadas), chaminés e ventiladores!
É incrível admirar a dedicação que Gaudí colocou em cada um, incorporando os trencadís de cerâmicas, vidro, mármore ou pedra, com a ajuda de Jujol. Na verdade, esta própria técnica decorativa em forma de mosaico que vem do catalão “trencat” (em português, “quebrado”) foi muito usada por ambos nas suas conceções.
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