Como Visitar A Basílica Da Sagrada Família Em 2024

A Basílica da Sagrada Família (em catalão, Basílica de la Sagrada Família) é a derradeira obra-prima incompleta de Antoni Gaudí. O arquiteto catalão dedicou os últimos anos de vida a este projeto, que ficou eventualmente conhecido como a “Catedral dos Pobres”. Isto porque o financiamento inicial vinha exclusivamente de doações privadas escassas.

Antoni Gaudí i Cornet trabalhou durante quarenta e três anos nas maquetes do templo católico, se bem que a Basílica da Sagrada Família continua em construção. Estima-se que as obras terminem em 2026, por ocasião do 100º aniversário da morte do mestre, mas… quem sabe?

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Basílica da Sagrada Família
Basílica da Sagrada Família

Breve História da Basílica da Sagrada Família

Sabias que a Basílica da Sagrada Família não foi originalmente encomendada a Antoni Gaudí? A sua construção começou em 1882, só que o promotor do projeto – o livreiro e filantropo catalão Josep Maria Bocabella – tinha entregue a obra ao arquiteto Francisco de Paula del Villar! Ainda assim, Antoni Gaudí viria a substituí-lo logo no ano seguinte, em 1883.

A partir do momento em que assume a responsabilidade de desenhar o templo, Antoni Gaudí começa a experimentar soluções arquitetónicas em outras das suas obras. Assim, a Basílica da Sagrada Família foi concebida com a típica planta cruciforme das igrejas cristãs (em forma de cruz latina). O seu interior dispõe não só de cinco naves na parte vertical da cruz, como também de três naves no transepto.

Fachada da Natividade (Interior)
Fachada da Paixão (Interior)

A Basílica da Sagrada Família foi muito influenciado pela arquitetura gótica, já que se baseia na ampliação em altura, na leveza visual dos interiores e no uso extensivo de vitrais. Não obstante, também se encontram elementos caraterísticos da Arte Nova, como as formas naturais (especialmente curvilíneas) e os relevos de animais e plantas.

Tal como noutros edifícios que projetou em Barcelona, Antoni Gaudí incorpora nesta igreja inúmeras figuras e cenas bíblicas, além de detalhes arquitetónicos pertencentes ao Modernismo Catalão. O mestre passa a dedicar-se exclusivamente à Sagrada Família em 1914 e chegou a estabelecer um estúdio no seu interior, onde pernoitava e supervisiona as obras!

A 7 de novembro de 2010, o Templo Expiatório da Sagrada Família foi consagrada pelo Papa Bento XVI e recebeu o estatuto oficial de Basílica Menor!

Património Mundial

Sabias que a Fachada da Natividade e Cripta da Basílica da Sagrada Família fizeram parte do décimo-sexto conjunto de inscrições de Espanha na Lista do Património Mundial da UNESCO? Esta 29ª sessão do Comité de Património Mundial realizou-se em Durban (África do Sul), entre os dias 10 e 17 de julho de 2005.

Apenas um outro sítio espanhol foi anunciado na sessão: o Parque Nacional de Doñana (extensão da sua inscrição original em 1994). No entanto, a Basílica da Sagrada Família não foi a única obra de Antoni Gaudí premiada nesta sessão. Num total de quatro obras do arquiteto, estão ainda a Casa Vicens, a Casa Batlló e a Cripta da Colònia Güell.

Hoje em dia, Espanha é o quinto país do mundo e o quarto país da Europa com mais sítios UNESCO. Possui cinquenta bens patrimoniais (tanto culturais, como naturais) inscritos na lista mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura!

Entretanto, já tive a oportunidade de visitar dez:

Como Chegar à Basílica da Sagrada Família

A Basílica da Sagrada Família recebeu o nome de “Templo Expiatório” porque a sua construção não é financiada por fundos governamentais ou da Igreja. Em vez disso, as obras têm sido patrocinadas com dinheiro de doações, esmolas e, mais recentemente, dos ingressos de entrada.

Por isso, lembra-te que se visitares a Basílica da Sagrada Família, estarás a contribuir para a conclusão da mesma! Apesar de apenas as partes completadas por Antoni Gaudí serem oficialmente Património Mundial da UNESCO, a Basílica da Sagrada Família é um monumento obrigatório em qualquer programa turístico.

Horários de Abertura & Preços de Bilhetes

A Basílica da Sagrada Família está aberta de segunda-feira a sábado, das 09:00 às 18:00, e aos domingos, das 10:30 às 18:00 (de novembro a fevereiro); de segunda-feira a sábado, das 09:00 às 19:00, e aos domingos, das 10:30 às 19:00 (em março e outubro); ou de segunda-feira a sábado, das 09:00 às 20:00, e aos domingos, das 10:30 às 20:00 (de abril a setembro).

No que diz respeito aos bilhetes, estes custam 26€ (com uma aplicação de audioguia), 30€ (com visita guiada), 36€ (com uma aplicação de audioguia e acesso às torres) ou 40€ (com visita guiada às torres), quando comprados no site oficial. Ainda assim, existem descontos para estudantes, pessoas com menos de 30 anos e idosos, além de entrada grátis para crianças até aos 11 anos.

Por último, embora a Sagrada Família seja muito fácil de encontrar no centro de Barcelona, é super útil conhecer os seus acessos de transportes públicos. Existem duas estações de metro com o nome da obra-prima de Antoni Gaudí, nomeadamente nas linhas azul e roxa.

O Que Ver na Basílica da Sagrada Família

Torres

De acordo com a projeção inicial de Antoni Gaudí, a Basílica da Sagrada Família terá um total de dezoito torres, cada um simbolizando uma personagem bíblica. Isto significa que doze irão representar os Apóstolos, quatro os Evangelistas, um a Virgem Maria e o último Jesus Cristo.

Destas dezoito, apenas oito estão prontas: quatro apóstolos da Fachada da Natividade e quatro da Fachada da Paixão. Seguem-se os últimos apóstolos na Fachada da Glória, assim como os Evangelistas com torres mais altas e esculturas no topo: um homem para São Mateus, um leão para São Marcos, um boi para São Lucas e uma águia para São João.

No centro, a torre de Jesus Cristo terá 172.5 metros de altura – o que fará da Basílica da Sagrada Família a igreja mais alta do mundo! Sabe-se que será coroada com uma cruz gigante, personificando o derradeiro sacrifício de Jesus Cristo.

Por último, a torre da Virgem Maria será o pináculo mais robusto e o segundo mais alto, com 138 metros de altura. E terá uma estrela iluminada de doze pontas no topo!

Abside

Antes de mais nada, a abside de uma igreja é a parede que fica atrás do altar-mor, fechando a nave central. Na Basílica da Sagrada Família, a abside serve de “cabeceira”, pois fica entre a Fachada da Natividade e a Fachada da Paixão. E ainda que a sua fachada tenha sido construída entre 1890 e 1893, as obras da abside ainda não acabaram!

Esta zona do templo é dedicada à Virgem Maria, de quem Antoni Gaudí era um grande devoto, e terá eventualmente uma capela no meio, com duas sacristias nas laterais. Esta Capela da Assunção é uma das partes da Basílica da Sagrada Família mais antecipada pelos devotos.

Quando estiver concluída, a abside irá ligar os claustros que se prolongam pelas duas laterais, bem como providenciar novas entradas diretas pela Carrer Provença. A decoração terá imensas estátuas de santos e anjos, relevos de animais e plantas e ainda os monogramas de José, Maria e Jesus Cristo.

Curiosamente, as diversas esculturas de cobras, dragões, sapos e lagartos estão do lado de fora, já que são uma representação das forças do Diabo. Estão impedidos de entrar no templo sagrado, ao mesmo tempo que escoam as águas da chuva do edifício.

Façana del Naixement (ou Fachada da Natividade)

A Fachada da Natividade da Basílica da Sagrada Família (em catalão, Façana del Naixement) é dedicada ao nascimento de Jesus Cristo e foi desenhada por Antoni Gaudí em 1892. Porém, a sua construção só começou dois anos depois, sendo que a primeira torre – a do apóstolo Barnabé – ficou concluída em 1925.

Quanto às restantes três, estas ficaram prontas cinco anos depois e homenageiam os apóstolos Matias, Judas Tadeu e Simão. E todas as doze torres terão símbolos episcopais (mitra, cruz, báculo e anel), já que os apóstolos são considerados os primeiros bispos da Igreja Católica.

Pórtico da Caridade na Fachada da Natividade
Coluna de Jesus Cristo na Fachada da Natividade

A Fachada da Natividade da Basílica da Sagrada Família divide-se em três pórticos: o Pórtico da Esperança (à esquerda), o Pórtico da Caridade (no centro) e o Pórtico da Fé (à direita). As esculturas começaram a ser acrescentadas em 1899 e são da autoria de Carles Mani, Llorenç Matamala e Joan Matamala.

Estes pórticos estão separados por duas colunas: uma de José (entre o Pórtico da Esperança e o Pórtico da Caridade) e outra de Maria (entre o Pórtico da Caridade e o Pórtico da Fé). Uma terceira coluna central divide o Pórtico da Caridade em dois e representa Jesus Cristo.

Tartaruga Marinha na Fachada da Natividade
Tartaruga Terrestre na Fachada da Natividade

Estas duas primeiras colunas têm como base a figura de uma tartaruga (uma marinha e outra terrestre), símbolo do tempo imutável. Na realidade, existem dezenas (se não centenas) de outros animais e plantas simbólicos espalhados pela fachada, assim como inúmeras figuras e cenas da Bíblia Sagrada!

Façana de la Passión (ou Fachada da Paixão)

A Fachada da Paixão da Basílica da Sagrada Família (em catalão, Façana de la Passión) narra a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, de acordo com a Bíblia Sagrada. Assim, os episódios retratados vão da “Última Ceia” à “Ascensão de Jesus”. Por esse motivo, Antoni Gaudí queria torná-la dramática e austera.

Apesar do arquiteto ter projetado a Fachada da Paixão em 1911, as obras só começaram em 1954. As fundações das torres surgiram em 1976 e, desde então, está a ser desenvolvida a ornamentação da fachada. Josep Maria Subirachs foi o responsável pelas inscrições que decoram os portões de entrada, a partir de textos dos Evangelhos.

Além disso, este escultor catalão concebeu grupos de esculturas para a fachada e as estátuas dos apóstolos para as suas respetivas torres. São eles Tiago Menor, Tomé, Filipe e Bartolomeu. A sua contribuição para a Basílica da Sagrada Família começou em 1987 e ainda não está totalmente terminada!

A Fachada da Paixão da Basílica da Sagrada Família representa de forma fiel o sofrimento cruel de Jesus Cristo, no momento da sua crucificação. A ornamentação simplificada destaca a nudeza da pedra, enquanto que as formas da estrutura assemelham-se a um esqueleto.

Façana de la Glòria (ou Fachada da Glória)

A Fachada da Glória da Basílica da Sagrada Família (em catalão, Façana de la Glòria) só começou a ser construída em 2002 e, portanto, será a última a ficar concluída. Esta fachada será não só a maior e mais imponente das três, como também a principal, dando acesso direto à nave central. Uma grande escadaria irá criar uma passagem subterrânea decorada com demónios, como símbolo do Inferno.

Fachada da Glória (Exterior)
Fachada da Glória (Interior)

Dedicada à glória celestial de Jesus Cristo, a Fachada da Glória da Basílica da Sagrada Família terá um pórtico com colunas dedicadas aos Sete Dons do Espírito Santo. Se por um lado as bases vão representar os Sete Pecados Capitais, por outro lado os capitéis retratarão as Sete Virtudes.

Também se sabe que existirão sete portas e uma espécie de “nuvens” com excertos do Credo e do Génesis. As quatro torres serão as mais altas das três fachadas da Basílica da Sagrada Família, homenageando os apóstolos Pedro, Paulo, André e Tiago Maior.

Interior

Para o interior da Basílica da Sagrada Família, o arquiteto inspirou-se nas formas e cores presentes no mundo natural. Por exemplo, a nave central faz lembrar um “bosque” de colunas, que se ramificam ao atingir as abóbodas como árvores!

E sabias que Antoni Gaudí também foi responsável pelo desenho do vasto mobiliário e objetos litúrgicos do templo? Com efeito, há uma indicação do mestre para cada um dos candeeiros e candelabros, aos assentos, púlpitos e confessionários.

Tal como as abóbodas, os vitrais filtram a luz exatamente como Antoni Gaudí idealizou. Assim, toda a iluminação do interior da basílica imita a forma como a luz atravessa as folhas das árvores. Para além de vitrais e abóbadas, a luz natural entra no templo através de outras janelas e claraboias.

O trabalho sobre os vitrais têm sido realizado por Joan Vila-Grau desde 1999 e foram pensados de forma a encorajar um momento de adoração e recolhimento. E já reparaste que as cores dos vitrais são mais escuras na base e mais claras no topo?

Cripta

Antoni Gaudí completou a Cripta da Basílica da Sagrada Família entre 1882 e 1889, a partir de uma planta de Francisco de Paula del Villar. Entre as várias mudanças do plano original, estão a abóbada mais elevada e os pilares adornados com motivos naturalistas nos capitéis, só para exemplificar.

Outra das suas inovações foi a criação de um fosso, de modo a criar ventilação e iluminação diretas. Situada debaixo da abside (e a 10 metros debaixo do solo), a cripta propriamente dita é constituída por doze capelas dedicadas a vários santos e dispostas a toda a volta. As mais visitadas são a Capela de Nossa Senhora do Carmo (onde está a sepultura de Antoni Gaudí) e a Capela do Santo Cristo (onde Josep Maria Bocabella foi enterrado).

Escolas

Por fim, as Escolas da Basílica da Sagrada Família ficam no exterior da basílica, junto à Fachada da Paixão. Este edifício em formato retangular (mas com superfícies ondulantes) foi inaugurado em 1909, para servir de escola aos filhos dos trabalhadores da obra.

Outras crianças do bairro chegaram igualmente a frequentar este espaço, que contava com três salas de aula, uma capela e um vestíbulo. Além disso, existiam três áreas exteriores destinadas a aulas ao ar livre, cobertas por pérgulas de ferro.

As Escolas da Basílica da Sagrada Família também sofreram sérios danos durante a Guerra Civil Espanhola, de tal forma que começaram a ser restauradas em 1940. Seja como for, o edifício nunca foi idealizado como um projeto permanente e encontrava-se no terreno destinado à Fachada da Glória até 2002!

A sua construção simplificada, funcional, resistente e estética tornou-se uma inspiração para futuros arquitetos. Entre eles, destacam-se Le Corbusier, Pier Luigi Nervi, Félix Candela e Santiago Calatrava, todos adeptos deste edifício modesto mas genial.

Museu

O Museu da Basílica da Sagrada Família não estava aberto ao público quando eu visitei este sítio do Património Mundial da UNESCO pela primeira vez, em julho de 2016. Localizado sob o templo católico, a sua coleção reúne sobretudo desenhos originais e maquetas de gesso à escala, bem como fotografias do tempo de Antoni Gaudí.

Uma das secções mais interessantes do Museu da Basílica da Sagrada Família é a oficina de trabalho, onde ainda hoje são criadas dezenas de réplicas e peças com recurso às novas tecnologias (como sistemas de modelagem paramétrica 3D e impressoras de sólidos), mas ainda seguindo o método empírico de Antoni Gaudí!

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