O Centro de Portugal é uma região que atrai milhares de turistas todos os anos, graças às suas paisagens naturais arrebatadoras e ao seu passado milenar, com tradições que remontam ao período romano – já para não falar das iguarias gastronómicas, que vão desde doces conventuais a vinhos de regiões demarcadas!
E claro, não podia deixar de mencionar o seu património histórico e cultural, que inclui castelos fronteiriços, templos religiosos, aldeias históricas e do Xisto e quatro sítios do Património Mundial da UNESCO: o Convento de Cristo em Tomar; o Mosteiro da Batalha; o Mosteiro de Alcobaça; e a Universidade de Coimbra – Alta e Sofia.
A verdade é que a maioria dos viajantes acaba por visitar um destes monumentos, visto que são dos mais importantes do país. No entanto, este artigo vai mostrar-te como é possível explorar “O ‘Lado B’ dos Lugares Património Mundial do Centro de Portugal”, com uma série de atividades alternativas para fazer na região!
Por isso, queres saber mais sobre as 10 Melhores Atividades Alternativas Para Fazer No Centro De Portugal? Continua a ler!
P.S.: Eu fui convidada pelo Turismo do Centro para fazer estas dez atividades alternativas numa blog trip paga. No entanto, todas as opiniões aqui mencionadas são as minhas.
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- 1. Fazer um circuito turístico pelo Reguengo do Fetal
- 2. Descobrir o Mosteiro de Santa Maria de Coz
- 3. Participar no Ateliê das Cestas de Coz
- 4. Explorar o Museu do Vinho de Alcobaça
- 5. Fazer um passeio pedestre pela Mata Nacional dos Sete Montes
- 6. Conhecer "A Moagem – Fábrica das Artes"
- 7. Fazer uma visita noturna ao Convento de Cristo
- 8. Visitar a exposição "Judeus de Coimbra | Da Tolerância à Perseguição | Memórias e Materialidades"
- 9. Visitar a exposição "Aeminium | Coimbra, Cidade há 2000 Anos"
- 10. Degustar uma cerveja artesanal na Praxis – Restaurante, Fábrica e Museu da Cerveja de Coimbra
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1. Fazer um circuito turístico pelo Reguengo do Fetal
O Reguengo do Fetal é uma das quatro freguesias que constituem o município da Batalha, no Centro de Portugal. E a verdade é que este local tem uma ligação muito especial com o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (popularmente conhecido como Mosteiro da Batalha).
Por exemplo, sabias que a sua Igreja Matriz possui dois arcos góticos? Este elemento arquitetónico, tão raro numa construção modesta, revela uma herança do Mosteiro da Batalha! O templo católico data de 1512 (ano em que foi criada a freguesia e a paróquia) e o seu nome oficial é Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.
A cerca de 800 metros, situa-se a Ermida de Nossa Senhora do Fetal, associada a um milagre medieval. Reza a lenda que a Nossa Senhora apareceu a uma pastorinha faminta e encheu-lhe a arca de pão. Por isso, foi erguida uma ermida em sua honra, que foi reconstruída em 1585 e tem altares e azulejos dos séculos XVII-XVIII.

Também participei num percurso pedestre com Danilo Guimarães (guia turístico das Grutas da Moeda), que começa no centro do Reguengo do Fetal e sobe pela Serra de Aire e Candeeiros. E, apesar do percurso ter uma extensão total de 6 km, nós fizemos apenas a parte inicial, que inclui a visita à Gruta do Buraco Roto.
Nesta gruta (e noutras das redondezas), o calcário é do período Jurássico e escondia fósseis de dinossauros! E nas décadas de 1980-90, também se descobriu que estas grutas eram utilizadas como abrigos e para rituais funerários por populações da Idade do Bronze, graças aos ossos e urnas que foram escavados.
Por falar em “calcário”, não há nada como visitar a Pedreira do Valinho do Rei, a mais importante de todas as pedreiras históricas do Mosteiro da Batalha! Foi daqui que saiu a matéria-prima para a sua construção e posterior restauração – depois dos estragos causados pelo Terramoto de Lisboa de 1755.
2. Descobrir o Mosteiro de Santa Maria de Coz
A União das Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes é uma das treze freguesias do município de Alcobaça e é sobretudo conhecida pelo seu Mosteiro de Santa Maria de Coz, o segundo maior mosteiro feminino em Portugal (depois do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, em Penacova – também no Centro de Portugal).
Sabe-se que havia uma comunidade de “Viúvas Piedosas” desde o século XIII, que ajudava a gerir a antiga Granja de Coz, mas esta comunidade passou a ser religiosa no século XVI. Assim sendo, foi construído o atual mosteiro no século XVII, pertencente à Ordem de Cister (à semelhança do Mosteiro de Alcobaça).

O Mosteiro de Coz tinha 106 celas e 2 claustros, um para as monjas e outro para as noviças e criadas. A sua Igreja era igreja paroquial, razão pela qual tem uma torre sineira. Contudo, as monjas tinham uma zona própria para assistirem à missa, composta por um cadeiral de madeira portuguesa e paredes de azulejos holandeses.
Quanto aos 80 painéis de madeira que cobrem o teto do templo, estes retratam santos e santas das ordens Cisterciense e Beneditina. Já a tribuna superior dá acesso a um janelão, que foi colocado para que as monjas pudessem assistir à procissão à Capela do Bom Jesus do Calvário (ou Capela de Santa Rita).
3. Participar no Ateliê das Cestas de Coz
O Espaço Coz’Art encontra-se em frente ao Mosteiro de Santa Maria de Coz e ocupa um pequeno edifício que servia de Adega das Monjas, quando o mosteiro era habitado. Apoiado pela Câmara Municipal de Alcobaça, o programa foi lançado pelo Centro de Bem Estar Social da Freguesia de Coz, no final de 2015.

Neste Ateliê das Cestas de Coz realiza-se o fabrico artesanal de cestas de junco, uma das artes tradicionais mais antigas do Centro de Portugal! No entanto, é uma arte em risco de extinção, porque a grande maioria dos artistas já tem uma certa idade, infelizmente.
4. Explorar o Museu do Vinho de Alcobaça
Uma das melhores atividades alternativas para fazer no Centro de Portugal é explorar o Museu do Vinho de Alcobaça (anteriormente apelidado de Museu Nacional do Vinho), o maior museu do vinho de Portugal em termos de espaço arquitetónico e de coleções, com mais de 10 mil peças em exposição!
Como é possível perceber pelo nome, este é um museu dedicado ao vinho nacional e à cultura do vinho em todo o país. Inaugurado em 1986, funcionava como adega do vinho antes de ser um museu e chamava-se Quinta dos Raposo de Magalhães já desde o final do século XIX.

Surpreendentemente, esta adega tinha capacidade para 11 milhões de litros de vinho e aguardente! Aliás, do acervo do museu, destaca-se a impressionante quantidade de rótulos e garrafas (são mais de 7000 e 3000, respetivamente), que vão do século XIX até 1996, altura em que o proprietário doou o museu ao município.
O Museu do Vinho de Alcobaça está aberto de terça-feira a domingo (incluindo feriados) e requer visita guiada – que acontece de hora em hora, entre as 10:00 e as 17:00. O bilhete custa 4€, mas existem descontos para grupos consoante o tamanho dos mesmos. Além disso, a entrada é gratuita aos domingos de manhã!
5. Fazer um passeio pedestre pela Mata Nacional dos Sete Montes
Depois de quatro atividades alternativas nos municípios de Batalha e Alcobaça (no distrito de Leiria), é tempo de viajar até Tomar, no distrito de Santarém. A cidade templária é visitada principalmente por causa do Convento de Cristo, mas nem todos conhecem a Mata Nacional dos Sete Montes, a sua antiga cerca conventual!
Projetada no século XVI durante o reinado de D. João III, a Mata Nacional dos Sete Montes possuiu uma área de 40 hectares e costumava servir de espaço de recolhimento e clausura aos monges que viviam no Convento de Cristo, o convento mais importante do Centro de Portugal.

Depois da extinção de todas ordens religiosas em 1834 (exceto a Ordem de Cristo), a cerca conventual foi convertida num grande olival e espaço agrícola por António Bernardo da Costa Cabral (o ministro mais influente do reinado de D. Maria II). Em 1932, acabou por ser vendida em hasta pública ao Estado Novo.
Nós fizemos uma visita guiada descontraída com o João Fiandeiro (guia turístico da Caminhos da História) e descobrimos atrações mais recônditas deste espaço verde como a Charolinha, a Torre da Condessa e o Baloiço da Mata Nacional dos Sete Montes!
Lê o meu guia completo sobre a Mata Nacional dos Sete Montes, uma das melhores atividades alternativas para fazer no Centro de Portugal!
6. Conhecer “A Moagem – Fábrica das Artes”
O edifício que alberga “A Moagem – Fábrica das Artes” começou por pertencer à Ordem de Cristo. Só que em 1909, o industrial Manuel Mendes Godinho comprou a concessão da utilização da água da Levada de Tomar (a central elétrica da cidade), para aqui construir uma moagem.
A moagem foi inaugurada em 1912 e laborou até 1987, altura em que entrou em insolvência. Depois de adquirida pela Câmara Municipal de Tomar, foi transformada numa mostra de artes tradicionais (como a olaria, joalharia, cestaria, latoaria, etc.), com o objetivo de revitalizar e salvaguardar estas tradições do Centro de Portugal.

O espaço está à espera de ser musealizado, pois ainda conserva muitos dos equipamentos originais vindos da Suíça. Enquanto isso não acontece, está aberto para a realização de oficinas criativas e para a promoção de tradições como a Festa dos Tabuleiros, um dos eventos mais populares do Centro de Portugal.
Atualmente, o primeiro andar é dedicado à arte têxtil, o segundo à pintura e o terceiro ao raku, uma técnica de cerâmica japonesa. O quarto e último piso está vazio, mas já teve uma mostra de joalharia. Aconselho ainda uma visita adicional à Central Elétrica, que também faz parte do Complexo Cultural da Levada de Tomar.
7. Fazer uma visita noturna ao Convento de Cristo
Visitar o Convento de Cristo pode não ser uma atividade alternativa para fazer no Centro de Portugal (muito pelo contrário), mas… e se for numa visita noturna? Já imaginaste percorrer o Claustro de D. João III (ou Claustro Principal) sem turistas? Ou fotografar a Janela Manuelina durante a chamada “golden hour”?


O Convento de Cristo em Tomar foi um dos primeiros monumentos de Portugal a integrar a Lista de Património Mundial da UNESCO, tendo sido inscrito em 1983. A parte mais antiga do complexo arquitetónico (isto é, o Castelo Templário) começou a ser construída em 1160, mas as obras estenderam-se por cinco séculos!
8. Visitar a exposição “Judeus de Coimbra | Da Tolerância à Perseguição | Memórias e Materialidades”
O último destino desta blog trip foi Coimbra, a capital do Centro de Portugal, também conhecida como a “Cidade dos Estudantes”. Aliás, a Universidade de Coimbra – Alta e Sofia é não só a universidade mais antiga de Portugal, como também uma das poucas universidades declaradas Património Mundial da UNESCO!
Com mais de 30 edifícios que integram esta inscrição da UNESCO (na sua maioria colégios, faculdades e departamentos), alguns são obviamente mais visitados do que outros. É o caso do Paço das Escolas (que inclui a Faculdade de Direito e a famosa Biblioteca Joanina) e do Museu Nacional de Machado de Castro.

Mas um dos edifícios “alternativos” é o Antigo Colégio das Artes, situado no Pátio da Inquisição e onde foi inaugurada a exposição “Judeus de Coimbra | Da Tolerância à Perseguição | Memórias e Materialidades”, a 2 de julho de 2021. E nós tivemos a oportunidade de fazer uma visita guiada com a sua curadora, Berta Duarte.
Tal como o nome dá a entender, a exposição pretende recuperar e valorizar a memória das comunidades judaicas que habitaram a cidade de Coimbra, ao longo de vários painéis explicativos (em português e inglês). A entrada é gratuita e o horário de abertura funciona de terça-feira a sábado, das 13:00 às 18:00.
9. Visitar a exposição “Aeminium | Coimbra, Cidade há 2000 Anos”
Outro lugar alternativo para conhecer em Coimbra e diretamente relacionado com o Património Mundial da UNESCO no Centro de Portugal é a Sala da Cidade, uma das salas dos Paços do Concelho. Na verdade, este espaço agora reabilitado corresponde ao antigo refeitório do Mosteiro de Santa Cruz!


Nesta blog trip, visitámos a exposição “Aeminium | Coimbra, Cidade há 2000 Anos” com Pedro Carvalho (arqueólogo e docente da Faculdade de Letras) ainda antes da sua inauguração a 8 de setembro de 2021. E é importante frisar que o fizemos depois de uma visita guiada ao Museu Nacional de Machado de Castro!
Digo isto porque vale mesmo a pena conhecer a história de Aeminium (ou Emínio, a antiga cidade romana de Coimbra) depois de percorrer as galerias do Criptopórtico, nos dois pisos subterrâneos do museu. E mais do que a história, esta exposição temporária revela a herança cultural deixada pelos romanos nesta região.
10. Degustar uma cerveja artesanal na Praxis – Restaurante, Fábrica e Museu da Cerveja de Coimbra
A última mas não menos importante das melhores atividades alternativas para fazer no Centro de Portugal é degustar uma cerveja artesanal na Praxis – Restaurante, Fábrica e Museu da Cerveja de Coimbra. A Praxis começou a produzir em 2007, recuperando duas marcas de cerveja históricas: Topázio e Onyx.

No pequeno espaço museológico que foi criado entre o Restaurante e a Fábrica, é possível perceber que a primeira máquina da Praxis era elétrica, veio dos Estados Unidos e gerava 400 litros de cada vez! E também descobri que, quando abriu, a Praxis era a única microcervejeira artesanal de Portugal!
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